Capítulo 8- Parte I

61 6 0
                                    


Capítulo 8: Um engano Sly, uma estupidez André...

Se me tivessem dito o que eu faria depois de me juntar ao Clube de Ajuda, eu nem pensaria duas vezes, e rejeitaria a oferta.

Não obrigado.

Ou neste caso, muito obrigado.

É que nem faço ideia do porquê, mas vejo-me agora a correr, descendo quase aos saltos as escadas do prédio, para longe da porta 23.

Nunca pensei que houvesse um prédio nesta cidade que ainda não tivesse elevador. Deus do céu, que as minhas pernas morrem...

Mas isso não importava muito, que parece que sou um cavaleiro atrás de uma princesa fugida.

Eu nem tenho nada de especial sentido em relação á vice-presidente Sly. Quer dizer, ela veio ao apartamento 23 falar com o tal André, chateou-se com ele, fugiu, e agora quem tem de ir atrás dela sou eu.

Ora pois que isto faz sentido!

E eu a pensar que ela pouco sentia, e que era uma tímida que nada fazia, afinal olha...bem, mais vale tarde do que nunca, já dizia Freud.

(Notas do escritor: Lars....Freud nunca disse isto)

Disse sim, eu li num livro.

(Não, ele não disse)

Ok, tu é que sabes.

Bem, depois de sair do prédio, numa correria que o meu corpo já não sentia desde que a minha irmã tentou correr uma maratona e me levou atrás dela há dois anos atrás, eu vi a Sly a passar a estrada para um parque que ficava bem ali á frente.

Olhei para a janela do apartamento 23 e tentei ver se dava para se ver o parque de lá. A resposta era um completo sim. E lá, na janela do 23, pensei ver o André a fitar o parque, vendo a correria da Sly, que parecia não ter fim.

O que é que se passa entre eles? E porque é que eu tenho de me envolver nisto.

Deve ser pouca sorte. Sim, pouca sorte. Mas eu não acredito em pouca sorte. Então não sei o que é.

Tentei, pela primeira vez na minha vida, não julgar ou assumir coisas sobre o que estava a acontecer entre a vice-presidente Sly, o André, e supostamente também a presidente Cold.

Ora esta parece-me uma história longe de estar fria. Está até muito quente.

E eu não gosto muito do calor.

Este não é o meu trabalho. Isto é o trabalho de um adolescente.

Passei a estrada e fui até ao parque, onde algumas pessoas passeavam, andando em volta de uma fonte, que era sinceramente linda.

A Sly estava á frente da fonte, olhando para o que mandava água incessantemente, todo o dia, toda a noite. A sua mão direita fazia festas á esquerda, e o seu olhar parecia afastado do local, perdido noutro sítio qualquer. O sol batia-lhe na cabeça e pintava o cabelo loiro dela de um dourado brilhante.

Dava ares de obra de arte. Tanto, que eu nem quis chatear.

Voltei a tomar um olhar para a janela do apartamento 23, e vi lá, desta vez de certeza, o tal de André a olhar para o parque. Melhor, ele olhava na minha direção, não, na direção da Sly.

É isso. Tu é que devias estar aqui, não eu.

Aproximei-me da Sly. Como se fosse um idiota hormonal, aproximei-me dela e...

Os Deuses Da Comédia RomânticaOnde histórias criam vida. Descubra agora