Capítulo 4: Tal como esperado, a festa e o podre da vida andam de mãos dadas...
Depois do quase-beijo com a minha irmã, o caminho ficou, como devo dizer, estranho. Sim, ficou estranho. Claro, que isso já era de esperar.
Não é todos os dias que um idiota quase beija a irmã. Qualquer pessoa sabe isso.
Vou aproveitar este momento para mostrar em suma as minhas teorias no que é uma relação incestuosa na nossa sociedade.
Vocês devem estar a perguntar-se se eu, por algum motivo, sou doido, ou se sou doente, mas esperem, ouçam-me até ao fim.
Eu não tenho sentimentos amorosos pela minha irmã. Não tenho. Posso até desejar ter, mas não tenho.
A sociedade em si repudia atos de incesto, classificando-os como atos de doença, apenas levados a cabo por doidos que não sabem o que fazem.
Mas levem-se um pouco mais a fundo, meus caros humanos, porquê? Porque é tão odiado o ato em si.
Em suma, porque é que o incesto é imoral?
A maior parte das pessoas iria classificar esta minha pergunta como uma não-pergunta. Para eles, e para muitos, tal pergunta tem resposta na ponta da boca.
'Claro que incesto é imoral.', eles diriam, 'Tu não podes ter relações amorosas com pessoas da tua família'.
Mas o que eu me pergunto é, o que faz do incesto algo tão mau?
Do lado da genética, eu compreendo que não é favorável ter descendentes com pessoas que partilham os teus genes, mas para além disso, a razão das pessoas odiarem tanto o termo "incesto" é pelo facto de que a mente delas, o seu subconsciente, já tem o incesto como uma imoral de pré-formação. Ou seja, desde novos, eles nunca viram incesto como algo aceitável, o que, somado às opiniões dos seus educadores, veio a criar uma espécie de axioma que dita que o incesto é mau, e moralmente incorrecto.
Voltando ao argumento da genética. Na história, a ciência te dirá que incesto é errado porque não é bom reproduzir dentro de pessoas com os mesmos genes. E isso não está errado.
É mais provável que haja filhos com deficiências num casal de irmãos, do que num casal que não tem nada a ver um com o outro geneticamente. Isso deve-se a uma razão: todas as famílias têm erros genéticos, e se tu reproduzires dentro da família, há maior probabilidade desses erros genéticos se manifestarem nos descendentes, daí sendo mais fácil a ocorrência de mutações e aparecimento de descendência deficiente. Estes erros genéticos não seriam encontrados tão facilmente num casal de pessoas de famílias diferentes, porque os erros genéticos de uma família não seriam duplicados pela outra, assim dando origem a filhos saudáveis.
Porém, esse argumento é-me indiferente. É tudo apenas ciência, não tem nada a ver com moral. Já estamos para além do tempo em que se proibiam pessoas de estarem uma com a outra apenas porque não podiam ter filhos.
O que faz as pessoas odiarem tanto a ideia de incesto é porque elas a acham, pré-consciente e sem razão, algo nojento. Ficam enojadas com o pensamento de tal e isso cobre-lhes a razão. Ou seja, agem baseadas no seu falso instinto dado pelos seus pais.
No final, parece que me acabo por focar num ou noutro caso, deixando de fora o total da imagem.
Mas o problema vai além disso, e afinal, porque é que tenho que ser eu a tentar provar que incesto não é moralmente incorrecto, desde que seja consensual?
Isto a mim pouco me importa.
Bem, continuando com a história, que já fiquei preso na minha mente muito hoje.
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Os Deuses Da Comédia Romântica
HumorLars, um adolescente, odeia ser adolescente. Faz parte de uma turma onde ele é invisivel, e por isso, ele usa esse poder para observar e julgar os "idiotas" a que ele chama adolescentes. Os vicios, hábitos, e maneiras de viver, falar...