Capítulo 10- Parte II

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---X---

"Lars..." Era uma voz suave.

Uma voz. Suave. De quem?

"Lars..." Chamava-me suavemente. Amava-me decerto. Que voz?

De quem? Abanei a cabeça.

"Acorda..." Mel.

A voz era mel para os meus ouvidos. Só podia.

Era ela.

"Já pedi que trouxessem pizza, não precisas de preparar o jantar."

Luna. Era ela.

Luna.

Luna.

Luna.

A minha Luna.

Acordei imediatamente. Abri os olhos rapidamente e olhei á minha volta. A Luna já tinha chegado a casa.

A televisão já estava noutro canal. Desta vez era um canal de notícias. Pouco interessante.

Luna. Onde?

"Luna..." Eu disse, meio a dormir, apesar de já ter acordado.

A Luna, mais bonita que normalmente, olhou para mim. "Fico contente que tenhas acordado. Dormiste bem?"

Que pergunta.

Foi o pior sono que alguma vez tive.

"Não. Dói-me cabeça." Disse, levando uma mão á têmpora, que me doía mais que tudo.

A Luna sorriu. "Queres uma massagem?" Aproximou-se de mim.

Claro. "Mas é a cabeça que me dói."

Ela posicionou-se atrás de mim, atrás do sofá. Pousou as mãos nos meus ombros. "Não te preocupes, Lars." Aproximou-se de mim, e pousou a cabeça no meu pescoço. Tremi.

A Luna falou, com uma voz baixa e abafada. "Eu só te quero tocar mesmo."

As mãos dela reforçaram-se e ela massajou-me os ombros.

Deixei a minha cabeça cair para trás.

Isto sim era bom.

Á medida que as mãos dela me massajavam, eu fui ficando mais sonolento. E mais livre. Senti-me a recobrar forças. A recobrar sanidade.

Deixei de pensar. Só senti. As mãos dela nos meus ombros. Os risinhos dela de vez em quando. A leve conversa.

"Sabes, Lars." A Luna foi dizendo enquanto me massajava. "A Glacie falou-me hoje. Ela parece estar interessada em ti."

Glacie. Aquela.

"Parece?" Eu perguntei.

"Ela disse-me que não vai descansar enquanto não tiver dentro das tuas calças." Ela riu um pouco. "Isto foram palavras dela."

Olhei para as minhas calças.

Ela nunca entraria ali. Na-ah.

"Ela que vá sonhando." Sorri.

A Glacie não me merece. Ninguém me merece.

Só me merece quem eu escolho.

A Luna desceu as mãos dos meus ombros para o meu peito.

Falou, quase caindo sobre mim. "Claro que tu não ias deixá-la entrar nas tuas calças. Ela não te pode ter. Afinal..." Agarrou-me a camisola. "Tu és meu."

Os Deuses Da Comédia RomânticaOnde histórias criam vida. Descubra agora