Capítulo 3- Parte II

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---X---

Eu sou fraco. Custa-me dize-lo, mas é a verdade. Não o digo por me achar mais forte mentalmente, ma sim porque é a verdade, e a verdade é para ser dita, isso sim é uma mentira.

A humanidade como espécie é fraca, nunca foi forte, e nunca vai ser. Não há razão para acreditar nos humanos, e muito menos na versão mais intermédia, os adolescentes.

São tudo um bando de mentirosos. Fazem o que for preciso para benefício próprio.

Estar apaixonado, igualmente, é uma mentira. Tu não gostas de outra pessoa, tu só queres que alguém goste de ti para tu poderes assim gostar de ti próprio. É tudo apenas uma forma de ficares mais feliz durante um bocado mais. Nojento...

Tal como o facto de a Glacie se ter interessado comigo quando me viu a salvar o cão dela, eu sei bem que tudo é apenas porque o corpo dela a chamou para fazer isto. Ela não está apaixonada por mim, ela só quer dar umas voltas comigo e depois mandar-me dar uma volta, enquanto ela se prepara para comer o seguinte naco de carne.

Nojento...

Vou ter a certeza de lho dizer, caso ela se aproxime de mim hoje á noite.

"Lars!", a minha irmã Luna gritou, da porta de nossa casa. Ela já estava vestida, num justinho vestido negro que me fez, mais uma vez, questionar o quão pura a minha irmãzinha é. O cabelo negro dela estava apanhado atrás, e dava-lhe um dar de mais idade.

"Desculpa por ter chegado um pouco tarde."

"Vá, isso não importa, vai vestir-te, temos de sair, JÁ!", ela empurrou-me para o meu quarto, atirando-me as minhas roupas para cima. Belo smoking que eu vou usar...não é um pouco formal demais para uma festa?

Já a Luna, ela realmente se parece com a mãe quando põe o cabelo naquele rabo-de-cavalo, fica quase a parecer irmã mais nova dela. Aí estão os genes. É como eu, ambos saímos á nossa mãe, pelo menos fisicamente, ela também tem cabelo negro e olhos negros, enquanto que o cabelo do meu pai é mais claro, sendo um castanho-quase-avelã.

Depois de vestir o smoking que me deu mais uns anos do que os que tenho, saí do quarto e encontrei a minha irmã na sala, remexendo numa gaveta.

"O que é que estás a fazer?", a minha irmã virou-se para mim assustada, fechando a gaveta, com medo que eu visse o que ela estava a procurar.

"Nada nada, Lars! Vamos!", ela passou por mim e dirigiu-se para a saída.

Cheio de curiosidade, eu fui a gaveta onde ela estava a remexer, e abri-a. Lá dentro, vi uma caixa de preservativos meio aberta.

Fechei os olhos....respirei fundo...isto não pode estar a acontecer, é tudo mentira....é tudo mentira....

A minha irmã nunca iria procurar por preservativos. Ela não precisa deles....ela não precisa deles....certo?

Vá, não vamos perder a compostura. Eu devo estar enganado.

Olhei para a minha irmã, que me olhava da porta, com um pequeno corar nas suas bochechas. Oh não...

"Luna. O que é isto?", ela sorriu levemente.

"O que achas que é, Lars?", desta vez sorri eu, mas um sorriso frio.

"Eu não sei. Diz-me tu."

"Bem, é como tu vês. Eu só quero estar preparada."

"Tsc."

"Não me chateies. Sabes que eu não sou como tu."

"Infelizmente.", a Luna, que parece querer transformar-se de vez numa oferecida, ofereceu-me o seu braço, e eu tomei-o. Juntos, saímos de casa.

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