"A Proposta"

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Hoje.

- Senhorita Turner, alguém irá vir te pegar? - perguntou a porteira me olhando enquanto eu observava a liberdade na minha frente. - Senhorita..

- Porque eu estava aqui? - perguntei a medindo.

- Assassinato! - ela me acusa com o olhar.

- Então...acha que alguém irá vir me buscar? - a olhei e segui caminho para fora do internato, já não acreditava que eu estava livre, uma garotinha acusada por assassinato não se da muito bem ao lado de outros loucos maníacos, ainda mais sendo inocente.

Não sabia onde estava, então andei sem rumo nas ruas vazias. Sentei em uma praça e haviam muitas crianças correndo e brincando, e isso me cortou o coração de uma forma que me fez chorar, então isso era infância? Ela deve ser bem divertida quando se tem pais prestativos e uma vida de criança.

O sol já estava se pondo, eu não tinha para onde ir e também não tinha uma mãe para me cobrir e me colocar na cama, então sentei ao lado de uma árvore, e achei diversão no barulho que minha barriga emitia, e quando vejo por mim adormeci, ali mesmo naquela praça.

[...]

Já era escuro quando meus olhos foram impactados por uma forte luz.

- Moça? - disse um homem a me balançar, era um guarda. - Desculpa não pode ficar aqui!

- Por que não, já me analisei por mim, acredito que não irei roubar nenhum velhinho que vir a esta praça durante a madrugada! - retruquei.

- Só estou fazendo meu trabalho, pode se levantar por favor? - o encarei e em pausa me levantei. - Escute, quantos anos tem?

- Acho que dezoito! - e então sai de perto dele aos poucos. - Como se isso mudasse alguma coisa.

Novamente eu me peguei andando pelas ruas vazias, ainda mais vazias agora, deveriam ser duas ou três da madrugada. Decidi não dar ouvidos aos homens que mexiam comigo.

Parece que a sorte sorriu para mim, havia um barzinho aberto, decidi entrar, somente ficar sentada em uma das mesmas fingindo ter dinheiro não incomodaria o dono, então lá vamos nós.

O ambiente era um tanto desagradável, eu nunca havia entrado em um desses, na verdade eu nunca havia entrado em lugar nenhum até agora, o lugar não parecia tão ruim assim, me sentei à uma mesa no fim do corredor e lá fiquei, não queria ser notada.

Um homem me olhava e aquilo já estava me irritando, ele dançava seus dedos pela borda do copo enquanto me olhava e então, pediu duas doses e veio ao meu encontro.

- O que uma moça como você faz aqui? - me perguntou ele se sentando à minha frente.

- Não quero companhia, aliás, não pedi companhia. - fui seca.

- Nossa, você é grossa sabia? - ele ri. - Você precisa de dinheiro, e eu tenho dinheiro para te dar!

- Como sabe...não preciso da sua ajuda! - retruquei.

- Tudo bem, foi um prazer! - ele se levanta.

Eu preciso de ajuda, claro que eu quero dinheiro, que pergunta mais inútil, mas eu não posso abrir a minha vida para um desconhecido. Que se dane.

- Espera! - peguei em seu braço. - como pode me ajudar?

Ele sorriu. - Pode me seguir? - ele disse deixando duas notas de cem em cima do balcão que estava e foi em direção a um carro de grande porte, e por questão era lindo.

- Você é uma menina muito linda sabia disso? - ele coloca sua mão sobre a minha perna. - Vai ganhar dinheiro rapidinho!

- Do que se trata o tal trabalho? - disse um tanto assustada.

- Antes de tudo, nome e idade? - ele me olha e em seguida pega seu celular.

- S-Sarah, tenho quator..dezoito anos! - era tão difícil dizer ou saber que idade eu tinha.

Ele sorri novamente. - É perfeito, quer ou não o serviço?

- Do que se trata? - perguntei novamente.

- Você vai ver!

.....

Uma nova chance.
"A proposta"
Carol Machado.

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