A Carta.

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Algumas semanas haviam se passado e Agatha não havia dado notícia alguma, Enzo por incrível que pareça estava se acostumando com a nova vida, ainda tinha receio de quem eu era mas sempre colocava a mão sobre meu rosto, talvez ele acha que seja uma máscara e que eu sou a Agatha.

Sei lá.

Conseguimos arrumar toda papelada que ele precisava, ele não tinha RG e nem carteira de vacina, não sabíamos como ele havia conseguido embarcar com Agatha. Estava tudo indo bem, voltamos a nossa rotina de sempre e estava tudo, como Deus queria que estivesse.

— Amor vamos nos atrasar, anda! — disse terminando de arrumar a lancheira de Enzo.

— Papai parece tartaruga! — disse Enzo sentado na mesa ainda terminais seu café.

— Isso mesmo, uma tartaruga! — o beijei. — E você uma tartaruguinha! — fiz cosegas nele. — quando terminar não esquece de escovar os dentinhos!

— Tá bom mama…— ele me olha assustado.

— Tudo bem, somos uma família meu amor, pode me chamar de mamãe, porque você já é e sempre será meu filinho — beijei ele e o apertei. Sua risada era deliciosa de manhã, e a todo momento.

—  Bom dia meu amor! — Gabriel me beija. — Bom dia filhão! — ele pega Enzo nos braços e começa a gira-lo.

— Deixe o menino terminar o café, e você precisa tomar o seu! — sorri.

— Orou por isso não é Enzo? — perguntou Gabriel aprontando para o leite e o cereal.

— Sim, a mamãe..— ele se assusta outra vez. — Ela orou comigo!

— Isso aí garotão! — Gabriel bagunça seu cabelo. — Pode chamar ela de mãe, tudo bem?

Enzo sorriu e acenou com a cabeça.

— Vou arrumar a cadeira dele no carro e levar as bolsas! — disse pegando a bolsa de Enzo e de Gabriel. Fui em direção a porta e abri a mesma, haviam algumas cartas. — O carteiro passou mais cedo! — disse em tom alto na intenção de Gabriel escutar.

Fui até o carro e deixei lá todas as coisas que carregava, voltei e peguei as cartas.

— O que disse? — perguntou Gabriel, mostrei a carta para ele. — Ah, do que se trata?

— É o que eu pretendo descobrir! — disse tentando abrir o envelope que estava muito bem fechado. — Tá complicado!

— Eu abro. — ele pega a mesma de minha mão e a abre com facilidade. — Meu sexo me define!

Caímos na gargalhada.

— Já estava quase aberto, por isso foi fácil! — sorri. Gabriel começou a ler a carta e foi até o sofá.

— Terminou meu amor? — disse perguntando para Enzo que estava com os olhos fixados na janela. — Enzo querido.

— Tem um homem ali! — disse ele apontando para janela. — olha mamãe!

Fui até a janela e olhei fixo para o outro lado do jardim. Era impossível haver alguém no nosso quintal sem nossa permissão, somente os carteiros.

Procurei mas não achei nada, talvez Enzo estava confundindo as coisas.

— Não tem nada ali meu amor...

— Olha ele lá! — ele aponta desesperado e quando olhei havia um homem de preto parado em frente à janela e apontou uma arma para nós.

— Enzo! — disse o pegando antes do disparo que quebrou nossa janela.

— Sarah! — disse Gabriel vindo em completo desespero.

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