Bônus Gabriel.

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Gabriel Bueno Narrando.

Eu não queria um programa e nem algo do tipo, apenas queria saber mais sobre Sarah, falar de Deus para ela, mostrar que alguém a ama.

Ela carregava no olhar um sentimento de revolta, de ódio, talvez por odiar estar naquele lugar ou também pelo fato da morte da mãe. Estava disposto a decifrar seus medos e saber mais sobre a vida dela, quero ajudar, aliás esse não é meu papel como cristão?

— Porque ainda continua nesta vida? — disse enquanto a olhava.

— Não é simples assim, eu não tenho onde morar, e nem como trabalhar, quem contrata alguém com histórico criminal? Quem mata uma mãe, mata qualquer pessoa Gabriel. As pessoas hoje em dia não são como você, elas tem seus próprios interesses e se você nao satisfazer sua vida em volta do interesse deles não é bom o suficiente, para uma menina como eu, a única saída é essa! — ela olhava dentro dos meus olhos e percebi o quanto ela era linda, seu cabelo loiro cumprido que clareavam ainda mais seus olhos verdes que se destacavam na pele branca, era possível enxergar o que havia dentro de Sarah, era uma menina mulher cheia de medos.

— Posso te ajudar! — dei um gole no café. —  eu posso te ajudar, se quiser claro! — suspiro. — Tenho uma empresa, na verdade minha mãe tem, e eu posso colocar você lá dentro, mas somente se quiser sair desta miserável vida!

— Faria isso por mim? Quer dizer, por uma garota de programa que acabou de conhecer? — ela arregala os olhos.

— Vejo o que há dentro de você! — a olhei fixo.

— Não sei como agradecer! — ela sorri.

— Não agradeça a mim, e sim à Deus! Ele que te colocou no meu caminho e vise versa, ele quer cuidar de você Sarah, você somente precisa deixar ele guardar você sobre as assas dEle, te ensinar como Ele pode te amar, se renda a Deus, Ele tem o melhor para você...— enquanto falava ela somente me olhava pensativa. Como eu disse, Sarah era apenas uma criança apesar da idade, tinha medos, e não gostava em hipótese nenhuma viver nesta vida. — Irei falar com meus pais, e em três dias te dou a resposta, irei te buscar para conversar!

— Obrigado! — ela me abraça. — Quando for até a mansão diga que quer um programa com a garota oito, eles saberem que sou eu!

— Tudo bem, tome isto! — entreguei dinheiro a ela. — Não quero te encrencar por minha causa, agora vamos.

No caminho até o tal bordel, Sarah estava diferente da menina que eu havia conhecido, eu não tenho a mínima ideia de porque estava fazendo isso, mais eu tinha a certeza que estava fazendo a coisa certa, Deus não me deixava dúvidas.

[...]

— Uma o que? — disse mamãe alterada. — Gabriel eu não consigo entender, chega atrasado, e ainda vem pedir para que eu contrate uma garota de programa? Filho as coisas não são assim!

— Ela precisa de ajuda mãe, a mãe dela foi morta, quer dizer ela matou a mãe dela. — observei a cara de espanto de minha mãe.— mais foi sem querer mãe, ela quer ajuda, não posso a deixar assim, milhares de garotas lá dentro daquele lugar estão lá por vontade própria, e ela não, ela quer sair, não é isso que o papai prega? Ame aos outros como se fosse a sí mesmo?

— Ouvi meu nome! — disse papai entrando sorridente. — Filhão, como vai? O pastor Ricardo me contou a benção que fez no evangelismo, eu estou tão feliz e tenho certeza que Deus também! — papai me abraça.

— Conta para ele Gabriel o que aprontou! — disse mamãe.

— Eu não aprontei nada mamãe! — a olhei firme.

— Gabriel? — papai.

— Ele quer que eu contrate uma garota de programa Ezequiel, fez até amizade com a menina, é cada coisa! Você resolve! — mamãe deu um tapinha nas costa de papai e se retirou do escritório.

— Gabriel que história é essa?

— Pai, eu sem querer atropelei uma menina, não foi nada grave graças à Deus, mas eu pude a conhecer é uma menina cheia de medos pai, ela não tem família, ela não tem nada para se apoiar, por isso escolheu essa vida, não foi atoa que nossas vidas se cruzaram pai, Deus está me dizendo para tomar uma atitude, ela precisa de ajuda, ela quer ajuda! — ele me olhava sem reação, e isso ficou rolando por alguns segundos.— precisamos ajudar essa menina pai, se não do que vale pregar o amor se não o praticamos? Amar quem está perto é fácil, mas amar quem esta longe e sedento de ajuda é outra coisa, isso não é apenas amor e sim uma prova de Fé!

— Gabriel eu não...— papai me encara. — Filho eu agradeço à Deus por ele ter moldado um menino tão cheio de fé, cheio de espírito, mais meu filho as coisas não são...

— Chega desta história! — me revoltei. — Podemos contratar milhares de pessoas nesta empresa, nem sabemos o passado que elas tem e muito menos se são assassinos, eu garanto que não conhece de ponta a ponta cada funcionário daqui pai, agora só porque se trata de uma garota de prog...uma menina que quer ajuda, não podemos contratar? Pai ela é ser humano como todos que aqui estão, e tenho certeza que pode ter a mesma capacidade de todos aqui dentro, ou até mesmo maior!

— Ah tudo bem, e onde essa menina vai morar? Acha que é assim, ela vem trabalhar e depois vai morar na rua? Ou voltar para aquele lugar? Isso não é ajudar Gabriel isso é encobrir um problema com outro, o que adianta dar um trabalho para ela se ela não tem nem onde morar? E o que ela ganhar aqui é a mesma coisa que ganha em uma noite filho, cai na real, vai ser mais fácil, acha que eu não quero ajudar? Mais é claro que sim, mais isso não é ajudar, ajudaríamos se conseguíssemos tirar  ela de lá e colocássemos em um casa e déssemos emprego, mais não temos condições nem de manter nossa hipoteca, como vamos dar uma moradia a ela?

Infelizmente ele tinha razão.

— Se eu trabalhar mais? Apenas em pró disto, e por um acaso eu conseguisse esse dinheiro, ainda ajudaria ela? — perguntei.

— Filho...— sim, deixei meu pai sem palavras, não havia "não" para essa pergunta, eu poderia conseguir. — Sim, ainda ajudaria ela.

Uma nova chance
Bônus Gabriel
Carol Machado.

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