Amizade Desfeita

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Sentia tanta falta da minha vida como era antes, sentia falta da escola, da minha antiga casa, da minha mãe, de tudo que me rodeava, criticava tanto a minha mãe e hoje faço o que ela faz, será que ela está satisfeita com a minha vida?

Fico pensando se existe algo ou alguém que poderia me tirar dessa vida horrível, eu e o destino não nos damos muito bem, ele planeja para mim as piores coisas, os piores caminhos.

As vezes eu pensava como seria minha vida se tivesse os pais do Jonas ou até mesmo uma família qualquer, mas uma família feliz, se não existisse o Guilherme que infelizmente era meu pai, as coisas também seriam melhores, eu sentia nojo de chamar ele de pai mas eu precisava, quando evitava a palavra pai sentia a dor da escolha pelos socos que levava.

Porque isso aconteceu comigo, ou com a minha vida? Está decidido, eu irei fugir deste lugar, Gabriel iria me buscar e sairíamos daqui, só não quero me machucar mais, doa a quem doer.

— O que pensa que está fazendo? — perguntou Paulo. — Acha que dorme com quem quer?

— Paulo eu não podia dormir com ele...

— Não me interessa seus problemas pessoais, se ele era seu amigo, seu vizinho ou até mesmo seu irmão, isso é problema seu! — ele se altera. — Nunca mais faça isso Sarah!

— E os tapas, puxões de cabelo, murros e chutes? — perguntei em dúvida.

— Não queria que se deitassem com aquele homem mesmo, me preocupo com seu corpo, com você!— ela pega em minha cintura. — Me deixa te fazer feliz Sarah. — ele me beija.

— Me solta! — arranquei meu corpo de seus braços. — Chega Paulo, chega! Eu já estou cansada disto, cansada desta vida, cansada de você! — me peguei chorando na frente da pessoa mais repugnante da face da terra.

— Me deixa cuidar de você! — Paulo me abraça. Sem eu perceber me rendi aos teus braços, ao teu toque, estava sedenta de carinho, precisava de alguém, quando vi já estava envolvida em seus braços. — Eu te amo Sarah.

— Paulo? — era Angela, ela nos olhou e eu não consegui conter a vergonha que estava. — Eu sou obrigada a me deitar com ele! — Angela repetia minhas palavras. — Não passa de uma mentirosa Sarah, o tanto que te ajudei, não me parecia nem um pouco obrigada a fazer isso, e você Paulo, que história é essa que me amava, e este anel? — ela tira o anel do dedo e joga em cima de nós e corre pela escada. — Não tem problema, podem ficar juntos! — claro que corro atrás dela, mas foi em vão. Havia  acabado de perder a única amiga que tinha, Angela havia ido embora e eu estava desesperada, só sabia estragar as coisas.

— Deixa ela, vem aqui! — disse Paulo me abraçando.

— Me larga, não quero que encoste nunca mais em mim está ouvindo? Nunca mais! — o empurrei e entrei no meio das meninas que ali estavam a observar a confusão até que consegui chegar ao quarto.

Angela não tinha dinheiro e nunca havia falado de uma tal família, para onde ela iria, e o que iria fazer da vida? Eu estava me sentindo tão culpada, talvez uma faca ou uma arma doeria menos. Eu gostava de Angela, e não sei porque me entreguei daquela maneira para Paulo, estava tão cansada, tanto em físico e em psicológico, este lugar era até bom com a presença dela, agora as coisas ficariam bem pior.

Uma Nova Chance
Amizade Desfeita
Carol Machado

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