*Lendo para Bryan

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— O que lê? — Perguntou Bryan.

Ela apenas virou a capa do livro para mostrá-lo.

— Hum! Boa leitura. Romance clássico chinês, um triângulo amoroso. — Ele sorriu.

— Você leu todos aqueles livros? — Sua pergunta foi de pura curiosidade, o olhou esperando uma resposta.

— A maioria. — ele se apoiou nos cotovelos quase se deitando ao seu lado.

— Relaxa, Sr. Smith! — ela sorriu jogando os cabelos, para trás.

— Estou relaxado!

— Por que não deita ao meu lado? Vou ler para você. — Ela riu ajustando o livro na mão e pigarreou para que sua voz saísse perfeita.

Ele riu fazendo o que ela pediu e se deitou levando um braço apoiado na testa e outro sobre o peito, suspirou longamente. — 'era bom demais ficar a toa'.

Megan começou a ler, soando suave e leve.

[...] A pedra ficou lisonjeada.

"Que palavras entalharás em mim? Onde fica esse lugar me levarás? Peço que me expliques, por favor!"

"Não perguntes", diz o monge rindo. "Saberás quando o tempo chegar."

Então, o monge guardou a pedra em seu roupão, e partiu, com o taoista, a lugar que não tenho a menor ideia de onde seja.

Muitos séculos se passaram, até que um certo vanitas, que partia em busca do segredo da imortalidade, calhou de passar pela mesma Montanha da palidez, nos despenhadeiros incríveis das grandes montanhas fabulosas, [...]

De repente ela parou, Bryan estava dormindo, literalmente dormindo e ressonando um sono profundo. Baixou o livro apoiando a cabeça nos braços e o contemplou dormindo. — 'Há quanto tempo ele não relaxa assim?' — perguntou para seu inconsciente, estava tão relaxado, tranquilo. Ficou ali o olhando. — É tão bonito! E será meu, por um ou dois anos... E depois? E depois?... Não quero me sentir usada... 'Não!'... E se eu me apaixonar? Pior! E seu eu não quiser me separar do nosso filho? Isso é cruel demais! Só de pensar sinto um aperto no coração. — Ela enterrou o rosto entre os braços, brigando com seu inconsciente, procurando entender o que era certo e o que era errado nesta relação, e sim, podia se apaixonar por ele, e não querer dar a guarda do filho. Descobriu que tinha feito o certo, não iria engravidar tão cedo até ter certeza. — 'Não mesmo!' — Teria que se separar sem um filho no meio, assim nenhum dos dois sairia machucados desta relação, ele por ter que brigar pela guarda e ela por ter que deixar a criança, e participar da criação a cada quinze dias. Dinheiro não era problema, herdou a fábrica de calçados, a casa e toda a grana que era dela e de Eduard, era só esperar a justiça liberar para que pudesse tomar posse, não precisava do dinheiro dele, 'não mesmo!'

— Sra. Miller? — Sta. Mia a chamou baixinho.

— Shhhhh! Ele dormiu. Coitado deve estar cansado. — Megan se levantou devagar para atender Mia.

— O cerimonialista está aí! — Avisou.

— Leve-o para a sala principal, já vamos para lá. — Megan olhou para Bryan e se ajoelhou ao seu lado, lhe dando um beijo rápido na boca. — Vamos dorminhoco! Hora de brincarmos de casal perfeito.

— Eu dormi?! — perguntou ele, de olhos fechado sem se mover.

— Sim! E por mim deixaria você largado aí, para ser levado pelas formigas. Mas, não posso... Temos que brincar de casinha! — ela riu e se levantou.

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Sob Suspeita (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora