*Megan se sente deprimida

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Já estava escurecendo quando Bryan chegou em casa, Mia o informou que Megan não havia saído do quarto até então.

— Oi... — Bryan bateu na porta que estava aberta, a olhava a um tempo, encostado na soleira da porta.

— Oi... — disse ela surpresa. — que horas são?

— Dezoito horas. — ele se aproximou sentando-se ao seu lado na cama. — Soube que saiu?

— É... — Ela suspirou voltando a se olhar no espelho.

— Você está estranha... Aconteceu algo? — ele pegou em seu cabelo colocando para trás da orelha.

— Descobri que seria enterrada como indigente se tivesse morrido no dia que caí da escada... — Megan o olhou, seus olhos estavam sem vida, tristes. — Eduard era um monstro. Ele... Ele preferia se livrar de mim como uma peça de...

— Shhhhh... Não diz nada, Megan! — Ele a puxou para um abraço, Megan estava sem reação se deixando ser abraçada. — Se quiser chorar... Pode chorar!

— Estou seca. — disse ela com a voz fraca.

— Sinto muito, Megan!

Bryan ficou com ela por um bom tempo, Megan simplesmente estava largada, letárgica.

Ele a pegou no colo e a embalou, Megan passou os braços em volta de seu pescoço e aí chorou copiosamente, estava dilacerada, se sentindo humilhada, - como pode viver tantos anos com um homem que a espancava, e violentava quando ela se recusava a se deitar com ele. - Começou a se questionar se Bryan não seria assim também, talvez não a batesse, mas abusaria dela para obter o que desejava, aquele pensamento a fez estremecer, pulou de seu colo, e o olhou horrorizada. Bryan ficou sem reação, não conseguia entender do por que daquela reação, ele se levantou, tentando passar a mão em seu rosto, e mais uma vez ela se afastou, era visível seu pavor em seus olhos, correu para o banheiro e se trancou.

— Megan! Você está bem? Me fala o que está acontecendo... Por favor? — Ele bateu na porta, que se recusou a abrir, não o respondeu.

Escutava o choro compulsivo, fora de controle.

— Megan! Me deixe ajudar?

— Quero ficar sozinha... Por favor... — Sua voz saiu cortada.

— Estou lá embaixo se precisar de mim. Vou esperar seus amigos. — Ele escorregou a mão pela porta, se afastando atordoado, resolveu sair devagar, na esperança que abrisse a porta e conversasse com ele.

Meia hora se passaram, Kate, Ray e o pequeno David chegam, Ray como sempre animado e sorridente, nem parecia um policial, Kate se demonstrou retraída e simpática ao mesmo tempo, o pequeno David correu pela casa achando tudo tão grande e espaçoso.

— Fique a vontade... Vou chamar, Megan. — Bryan indicou a sala de visita para eles se acomodarem.

— Ela está bem? — perguntou Kate percebendo que tinha algo de errado.

— Não, Kate! — disse Bryan baixinho só para ela escutar.

— Onde ela está? Deixe que eu converse com ela em particular. Conheço bem Megan. — Kate deu de ombros.

Bryan concordou com um sorriso e a levou Kate até o quarto de Megan, bateu na porta do banheiro.

— Megan! Kate está aqui... Vou deixa-las à vontade. Estou lá embaixo com o Ray e David! — Bryan olhou para Kate e desejou boa sorte sem soltar som pela boca.

Kate esperou Bryan se afastar e encostar a porta e a chamou.

— Megan! Abra a porta querida. — Pediu Kate. — Megan! Estamos nós duas... Pode sair!

Megan destravou a porta e ao ver Kate caiu em seus braços, voltando a chorar o mundo, largadas no chão abraçadas, Kate a consolava, embalando-a.

— Você precisa voltar a ver a Dra. Jones. Tem piorado cada vez mais depois que foi presa, Megan! Vai acabar perdendo esse homem lindo e maravilhoso que é louco por você.

— Kate! — Ela se sentou nos calcanhares e a encarou, parecia sentir uma dor que não cabia dentro dela, era de se dar pena. — Descobri que Eduard autorizou que eu fosse enterrada como indigente se tivesse morrido no dia que cai da escada... Que tipo de homem eu fui casada? Ele não se importava comigo. Só com ele mesmo Ele não me amava! — Megan voltou a chorar. — Eu estou com medo... Estou com medo, Kate! Tenho medo, porque o casamento está se aproximando. Medo por mim, medo por ele... Às vezes, acho que minha vida está por um fio... Tudo aquilo que eu acreditava... Desapareceu!

— Megan! Bryan ama você, está dando sentido a sua vida. — Ela enxugou as lágrimas de Megan. — Ele foi atrás de você, te estendeu a mão e acreditou em sua inocência. Está ajudando a provar sua inocência. Não jogue seu medo sobre ele!

"Ah!... Kate! Se você soubesse o que realmente estou fazendo aqui!"

O pensamento de Megan gritava, e não podia contar a verdade.

— Kate! E se Bryan for outra pessoa depois do casamento? Como Eduard foi. — Ela procurava uma resposta concreta no rosto da amiga, queria respostas que nem ela mesma sabia.

— Ele não é, Megan! Dá para se ver. Ele gosta de você e é seguro de si. — Ela respirou fundo. — Jamais levantaria a mão para você, e se ele o fizer, pode-me conta, que eu dou uma surra nele.


Sob Suspeita (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora