*Megan vai até a clinica onde ficou internada

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Embicou o carro na garagem alguns fotógrafos saíram correndo para tirar fotos, Megan sorriu ao perceber que a atenção era toda dela e do Mustang. O portão foi aberto ela entrou e o carro de Bryan entrou a seguindo. Contornou o jardim parando ao lado do dele.

Rapidamente Megan desceu, e passou a vasculhar o carro atrás de algo que lhe interessasse, achando a notinha da compra das rosquinhas que fez naquele dia. Gritou do carro.

— AQUI... ACHEI! Olha... — Ela correu para Bryan de braços abertos, pulando em seu colo como Ray á abraçou. — Meu bilhete premiado! — Ela suspirou de alivio.

— E o caderninho que anotava a quilometragem? Alias, agora entendi por que anota a quilometragem. Seu carro não marca o nível de combustível, estou certo?

— Isso mesmo. Eu vou pela quilometragem. — Ela sorriu tirando do bolso traseiro o pequeno caderninho. — Sacudindo a sua frente, Bryan riu.

Ele apanhou o caderninho e os dois conferiram a última quilometragem. Passou a discutir, conferindo que andaram apenas alguns quilômetros, o carro foi guinchado da frente da casa onde morava antes de ser presa, até a delegacia e lá ficou. Então não ouve alteração, correspondia com a quilometragem que havia marcado quando estacionou pela ultima vez. Fizeram mais ou menos a projeção da distância entre a delegacia até a casa de Bryan e sorriram um para o outro, não havia mais provas mais contundentes que aquelas. Era hora de relaxar.

***

Bryan almoçou e foi para o escritório levando o ticket de compra das rosquinhas e o caderninho de anotação, tirou f fotos do painel com a quilometragem que marcava, mais os dois documentos que ela pegou na casa do ex-marido. A declaração abrindo mão dos bens e o da clinica particular onde ficou internada, mesmo assim, ela anotou o endereço escondido de Bryan, queria ela mesma ir até lá.

Ficou na porta observando o Carro de Bryan passar pelos portões, pensando em seu plano para sair sem levantar alardes. Assim que Bryan saiu, Megan deu a desculpa de levar o carro para a oficina.

Saiu calmamente, pegando a rota 75 e seguiu para a clínica.

Seus cabelos estavam soltos, usava uma calça jeans apertada, uma camisa branca de babados na frente, salto alto preto e os óculos escuros assim que estacionou quase em frente à clínica, desceu do Mustang e praticamente parou o transito, sorriu sorrateiramente, pois a muito tempo não se sentia tão poderosa como naquele momento, fechou o carro e atravessou a rua, entrando no estabelecimento.

— Boa tarde. — ela sorriu para a recepcionista. — O Dr. Young ainda trabalha aqui?

— Sim! Ele é dono da clinica! — Sorriu a ruiva do outro lado do balcão.

— Preciso falar com ele se for possível?

— Tem hora marcada?

—Não. Mas, diga que sou noiva do Sr. Bryan Smith, das indústrias Iron Smith! — Megan resolveu usar a influência do Nome de Bryan e ver se tinha força assim.

— Ah, claro! Tenho certeza que terá condições de lhe atender. — A moça se levantou rapidamente sumindo por uma porta, Megan aguardou, aproveitando o tempo e olhou em volta, tentando reconhecer o local.

— Sra. Smith? — Chamou a voz masculina, e se virou para ver quem a chamava.

— Boa tarde, Sr? — Ela estende a mão.

— Dr. Young, ao seu dispor. — ele sorriu apertando a mão de Megan em um cumprimento. — No que posso ajudar?

— Teria um tempo para conversarmos?

— Por aqui... — Ele indicou a porta por onde saiu.

Megan passou por ela e o esperou passar, o seguiu pelo corredor, o homem abriu a última porta para o amplo escritório, ofereceu a ela uma cadeira para se sentar e se sentou atrás da mesa, sorriu curioso.

— Dr. Young! Há dois anos, fiquei internada aqui por ter caído da escada, tive traumatismo craniano e acabei perdendo o meu bebê. — Ela respirou fundo, fazendo uma pequena pausa. — Como sabe... E deve ter lido nos jornais... Estou de casamento marcado, e meu futuro marido e eu queremos engravidar logo, mas... Já tem um tempo que venho tentando e não consigo engravidar... — ela sorriu parecendo constrangida, Puro teatro, era o seu trabalho e não podia investigar por meios legais e força-lo a dizer. — Então vim aqui para ver o meu prontuário ou se poderia me dar uma cópia dele para levar ao meu médico, para ele ver se tem algo de errado comigo.

O Homem se remexeu na cadeira, demonstrando que havia se lembrado dela, e de como chegou a péssimo estado, com hemorragia forte, praticamente morta. Girou a cadeira e a olhou de lado.

— Sra. Smith! Entendo sua preocupação... Mas seu prontuário não existe. — houve uma pausa, o homem engolia em seco, parecendo temeroso em falar. — A senhora nunca esteve aqui se é que me entende?

Megan se levantou, seus olhos se enchem D'água, coisas horríveis passaram por sua cabeça e o olhou.

— E se eu tivesse morrido, Doutor? Seria enterrada como indigente? — Seus olhos se arregalam.

— Sinto muito, Sra. Smith! Foi o que seu marido na época nos autorizou a fazer caso morresse. — Ele respirou fundo. — Na época eu era apenas o médico da clínica, não respondia pelo Hospital de certa forma, e se respondesse... Com toda a certeza, não teria ficado aqui, a levaria para um hospital e ficaria aos cuidados da justiça, já que era uma policial na ativa.

— Lembra-se do meu caso então?

— Sim... Chegou quase sem vida. Seu marido chegou com mais quatro homens as pressas com você nos braços e a colocou na maca, apontou as armas para minha cabeça e mandou que eu a salvasse. — Deu trabalho pra estabiliza-la, mas conseguimos.

— Sr. Young! Estou sendo acusada de matar meu marido... — Ela respirou fundo. — Por mais que eu seja uma policial, tenha o direito de andar armada, eu jamais pensei em fazer algo do tipo. Por mais que tenha sido agredida e espancada, trazendo marcas e traumas por isso... Eu não o mataria. — Ela respirou fundo. — Preciso de testemunhas. Preciso que preste depoimento sobre esse caso.

— Não posso, Sra. Smith! — Encostou-se à cadeira e a encarou Franzindo os lábios. — Não posso por em risco a clínica que acabei comprando a menos de um ano, e seria indiciado por negligencia, por não informar as autoridades do que tinha acontecido.

— Entendo... — Ela respirou resignada. — então não existe prontuário?

— Não... Ele existiu até a senhora sair. Seu marido levou com ele quando veio busca-la.

Megan franziu a testa, teria que voltar para casa dele e vasculhar, desta vez teria que ir sozinha, daria um jeito de entrar pelos fundos sem ser notada. Se levantou agradecendo ao médico por sua honestidade.

Seguiu para o carro, pegou o celular do bolso e desligou a gravação, escutaria mais tarde.

Durante o caminho, foi revivendo a conversa, e o que mais chocava é que seu ex teve ajuda para leva-la. Quadro homens com ele, o médico não soube dizer quem eram e nem sabia descrever suas fisionomias. Entrou em casa indo direto para o quarto, se olhou no espelho. — Que tipo de monstro foi casada? — Seu pensamento correu pelas suas lembranças, para a vida que teve com aquele homem.


Sob Suspeita (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora