Capítulo 12 - Por trás da farda (+18)

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Os lábios de Guilherme tomaram os meus com tanta agressividade e desejo, que não esbocei reação a princípio, mas aí suas mãos grandes e pesadas seguraram meu rosto e seu corpo grudou no meu de uma forma tão intensa que meu coração disparou ainda mais em meu peito e acabei permitindo-me sentir a invasão de sua língua em minha boca, mas não por muito tempo.

Separamos nossos lábios e nos encaramos novamente, não mais agressivos, mas nervosos, ofegantes, sob a força da chuva que caía desenfreada sobre nossas cabeças e nos molhava por completo, além do frio que fazia nossos ossos se debater por baixo de nossas carnes.

Parecia um misto confuso de sensações transbordando através de nossas íris. Também parecia que nenhuma palavra parecia adequada ou suficiente para explicar o que estava acontecendo. O fato inegável, é que seu sabor estava em minha boca e que ele era muito bom. E que o afastamento me doeu tão mais do que toda a surpresa de sua atitude inesperada.

"Guilherme..", confuso, dei alguns passos para trás passando as mãos em minha boca tentando entender alguma coisa.

"Desculpa, porra!", ele virou de costas para mim e ergueu a garrafa despejando o restinho daquela saborosa bebida local de uma vez só. Ele estava em dor e eu não podia deixar que isso perdurasse, porque eu estava em dor também.

Apressei os passos até ele e tomei-lhe a garrafa num gesto brusco, ficando de frente e próximo outra vez. Ainda que meus lábios se separassem, não consegui dizer nada; fui fraco.

"Eu sei o que está pensando..", começou a andar para trás, passando as mãos nervosamente pelo rosto, pelo cabelo baixo. "Eu estraguei tudo, tudo.. Eu sei, cara.. Eu ferrei tudo dessa vez.. E não sei se sou capaz de consertar essa porra..", falava para o ar como se delirasse, os olhos azuis completamente marejados e aquela expressão de sofrimento crescente.

"Shh.. Não fala nada", tentei calá-lo, roubando sua atenção. Vi um vestígio de esperança transbordar pela íris azulada. "Porque eu acho que você não sabe de nada", a medida que as palavras escaparam de minha boca, segurei em sua nuca e encontrei seus lábios em um beijo ardente, tão intenso quanto o anterior, empurrando a língua em sua boca.

Nos beijamos como se fosse o primeiro e ao mesmo tempo o último, e nada do que houvesse ao nosso redor parecia ter importância naquele momento além dos seus lábios junto aos meus.

Seu hálito era delicioso, liberando cada ponto de sensibilidade em mim. Mesclado com o sabor da bebida alcoólica e também dos cigarros fumados, completava uma mistura que muito representava todo o seu ser, um rebelde nato. Pus minha destra em suas costas e apertei firme, deslizando por sua coluna ainda que por cima dos panos, até seu cóccix. Guilherme colocou suas mãos em meu rosto, roçando os dedos grossos em minhas bochechas como se estivesse decorando cada detalhe de minha face para si.

Sua língua explorou a minha com uma agressividade natural; cada maneira dele de demonstrar suas vontades era assim, completamente máscula e viril. Não demorei a sentir meu pau endurecer por dentro da cueca, pulsando violentamente pela maneira como o moreno começou a chupar minha língua, provocando.

Peguei-o firme pelas vestes e o empurrei até o tronco da árvore mais próxima sem interromper o beijo apaixonado que mantínhamos. Mordi seu lábio inferior e o suguei faminto ao passo que ele contornava o meu superior com a língua, deslizando feito uma serpente até invadir minha boca outra vez, esfregando-se na minha despudoradamente.

Por Trás da Farda (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora