Tinham saído da fortaleza há algumas horas, talvez quatro ou vinte... Não fazia ideia com as árvores densas tampando o sol que quase não dava mais luz. Diria que estavam perdidos se não fosse pela extrema confiança de Sirius.
— Eu estou dizendo, pode ficar tranquila, nós estamos indo na direção certa!
— Como tem tanta certeza?!
— Não sei... Eu só... Sei.
Não podiam mais adiar a conversa. A garota suspirou sabendo que, por mais estranho que aquilo fosse para ela, para ele devia estar pior. Encarou por alguns segundos o pequeno dragão e em seguida a árvore desenhada no braço dele, a qual ficava extremamente exposta pelo estilo de blusa sem mangas que ambos tinham costume de usar. Então falou:
— Foi depois que ele... Balin... Bela...
— Balírion.
— Balírion, — não entendia o porquê de um nome tão complicado, — nasceu?
— Bom, não tenho certeza. — Respondeu Sirius coçando a testa. — Faz só algumas horas não é? — E riu fraco. — Mas acho que sim... É como se eu... Sentisse a floresta... Faz sentido para você?
— Não. — Retrucou a garota rindo alto fazendo com que o outro também o fizesse.
— Mas enfim, de alguma forma eu sei que já andamos cerca de quarenta quilômetros e que, nesse ritmo, vamos levar mais um dia e meio para sair se andarmos mais três turnos desse... Porque estamos indo para a margem mais próxima, se fossemos em direção da onde entramos, então precisaríamos de mais uns quatro ou cinco desses...
— Nossa. — Não conseguiu deixar de interrompê-lo admirada.
— Não é? — Ele respondeu lhe olhando no rosto, mas ainda assim com o olhar perdido.
Anima notou o desconforto que estava não só na voz dele como em todo seu corpo e a cada movimento. Fosse no meio daquela loucura ou na cabana, aquele garoto era a pessoa mais próxima que ela tinha. Não podia deixá-lo assim... Preciso animá-lo de alguma forma...
— Espera. — Disse e correu um pouco para que pudessem ficar frente a frente, mesmo que ela tivesse que andar de costas. — Isso significa que você pode fazer coisas de guardião, certo?!
Sirius franziu o cenho confuso.
— Penso que sim...
Anima parou de andar e forçou o outro a fazer o mesmo segurando com as duas mãos os seus ombros.
— Vai. Vamos tentar! — Disse com um sorriso.
— Como assim?
— Vamos, tente alguma coisa... Faz algum dos movimentos, guardião da floresta. — Finalizou a frase com uma pequena reverência.
Tinha que lhe dar apoio, até porque, senão ela, quem o daria?
— Não tenho certeza. — Respondeu Sirius com um sorriso ladino.
Ele definitivamente queria testar aquilo, como eu não tinha percebido?
— Anda, vai. — Bateu de leve em seu braço. — Faz algo pequeno como...
— Aquele lá da flor?
— Como aquele lá da flor!
Os dois sorriam, hesitantes talvez, mas sem conseguir deixar de lado a curiosidade pela situação.
— Certo, como era mesmo? — Começou Sirius, fazendo os movimentos enquanto falava: — Uma mão sobre a outra em perpendicular, gira até se encontrar...
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Os Guardiões
FantasyE se de repente as histórias que sempre te contaram deixassem de ser apenas histórias? E se sua vida mudasse completamente de um dia para o outro? O que você faria? Anima e Sirius foram criados por um homem misterioso desde crianças. Porém, depois q...