Novamente ele vivenciava a guerra que lutara uma vez realmente e várias vezes em sonho.
Sua mesma espada estava em mãos e havia um homem que ela atravessava sem dificuldade.
Quando ele caiu, Tenebrisen viu atrás dele Mofigarty segurando sua maça em uma mão e o escudo na outra. Atrás dele estava Mellirian, a fumaça saía de sua boca e quando ela rugiu o mundo ao seu redor ficou mais quente.
Ele segurou sua arma mais firmemente.
— Nós já vencemos — disse Mofigarty. — Não tem mais porquê você lutar. Desista!
— Jamais! — Gritou Tenebrisen. E avançou.
Mofigarty não se moveu, mas o dragão de fogo pulou por cima dele para atacá-lo.
Tenebrisen pulou para o lado e brandiu sua espada para cima da dragão. Ele a atingiu mas não conseguiu feri-la.
A oponente cuspiu seu fogo ardente e o guardião, para se proteger, fez uma parede de sombras.
A dragão começou a se aproximar com passos lentos. A cada passo que ela dava era mais difícil para ele manter seu escudo. Reuniu suas poucas forças. Concentrando-se fez com que a parede de sombras explodisse e atingisse a dragão no rosto.
O golpe fez com que ela não conseguisse mais expelir fogo e ficasse desse modo por um bom tempo.
Tentando outra coisa, a inimiga levantou sua pata dianteira e desceu com uma força gigantesca que o teria matado instantaneamente.
Aquilo esgotaria completamente seu poder para fazer qualquer coisa que envolvesse usar sua magia, porém ele não tinha outra opção. Poderia fugir, mas então admitiria a vitória do outro e aí seriam duas batalhas perdidas em sequência... Não, não poderia fugir. Então, quando ela estava tão perto que não teria tempo para recuar, ele abriu um portal das sombras.
Rapidamente o braço da dragão entrou, ele fechou o portal, abriu a alguns metros dali, o braço saiu do portal e a dragão rugiu enquanto caía.
Tenebrisen olhou para o guardião, a fúria estava em seus olhos. Ele preparou-se para atacar e Tenebrisen para morrer.
Quando pensou que realmente tudo estava acabado, viu uma sombra preta passando por cima dele.
E então...
***
Tenebrisen despertou esfregando os olhos castanhos. Se levantou sentindo as pernas doendo assim como o ombro machucado. O sol brilhava forte do lado de fora, haviam passado algumas horas desde que desmaiou. Moveu algumas articulações recuperando o movimento e sentiu seu poder quase recuperado; já poderia abrir um portal, mas assim que chegasse do outro lado, correria o risco de perder a consciência de novo. Sendo assim, considerando que em tanto tempo os nakoushiniders ainda não o haviam encontrado, resolveu esperar mais um pouco para garantir sua viagem segura.
Olhou em volta. No pequeno espaço, havia três camas com baús na frente, um forno de pedra à lenha junto a um balcão do mesmo material e uma estante com alguns livros e potes. Escorregou a mão pela prateleira com títulos conhecidos. Visualizou o velho companheiro lendo as páginas para aquelas crianças que enviara cegamente para a floresta. Espero ter feito o certo...
Se virou e encarou as paredes feitas com enormes pedras perfeitamente encaixadas. Aquele lugar fora feito e sobrevivera escondido por dezenove contagens...
Foi bem mais do que tivemos, não é?
Suspirou ao limpar uma lágrima. Fechou os olhos e sentiu a energia que corria pelo seu corpo. Iria conseguir viajar daquela vez, mas seria difícil abrir outro portal nas próximas horas.
Que seja...
Um movimento simples com o braço. Sua energia sendo sugada mais uma vez. E a completa escuridão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Guardiões
FantasiaE se de repente as histórias que sempre te contaram deixassem de ser apenas histórias? E se sua vida mudasse completamente de um dia para o outro? O que você faria? Anima e Sirius foram criados por um homem misterioso desde crianças. Porém, depois q...