XL - Uma saída - Anima

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— Nós iremos deixar a fortaleza. — Declarou calmamente Semepolhian.

A guardiã estava em cima de um pequeno suporte para que ficasse mais alta e pudesse ser vista por todos, que começavam a se questionar, formando um falatório crescente. Anima virou rapidamente o olhar para Hiems, buscando alguma explicação, mas o garoto lhe retribuía o semblante de dúvida.

— Fiquem calmos. — A imimoya prosseguiu. — Todos nós do conselho discutimos e ponderamos que o melhor a fazer por hora é sair da floresta... Ela não pode mais nos proteger: eles sabem que estamos em algum lugar por aqui e logo iremos ficar encurralados na fortaleza. E, se passaram pela proteção dos egüeses, podem muito bem acabar passando pela nossa... Podemos esperar qualquer coisa vindo deles a partir de agora...

Ainda bem que ela está tentando acalmar... Pensou Anima consigo mesma enquanto assistia as pessoas novamente levantarem a voz.

— E para onde vamos? — Falou mais alto uma voz no meio da multidão, fazendo com que as outras silenciassem..

— Vamos para o Continente dos Dragões. — Respondeu Semepolhian para que o falatório voltasse.

A guardiã do fogo estreitou os olhos reconhecendo o nome das histórias de Groleo (para variar). Até onde sabia, aquele lugar fora o grande centro do governo mágico por centenas de anos até cair durante a última grande guerra.

— Aquele lugar está inabitado há contagens! — Gritou alguém.

— Sim. — Concordou outro. — Ninguém vai lá desde a Guerra das Sete Noites!

— Exatamente! — A imimoya voltou a falar. — Existe a possibilidade dos nakoushiniders nem saberem da existência do local. Em pouco tempo, podemos conseguir nos estabelecer lá e teremos a vantagem da proteção do mar que deve ser ainda melhor do que a da floresta. — Fez uma pausa e Anima se perguntou o que a outra guardiã estaria pensando, mas finalizou com: — Será o melhor para todos nós.

Antes que o falatório voltasse mais uma vez, alguém gritou:

— E como iremos para lá?

— Skueval e os outros nimases irão projetar os navios e Emmethorion e os outros com magia relacionada a madeira irão construí-los. — Outra pausa. — Pelas nossas contas, três embarcações serão suficientes para levar todos. Precisaremos de um dia para conseguir chegar no mar pelo rio e mais dois para chegarmos na ilha. — A de pele azul inspirou profundamente antes de perguntar. — O que acham?

Dessa vez, a voz da multidão no campo entre as torres da fortaleza irrompeu vibrante com a quantidade de pessoas falando. Precisou que um egües gritasse andando por entre as pessoas pedindo que parassem para que o tumulto finalmente cessasse.

— Mais simples, — anunciou o mesmo egües, — quem apoia essa ideia para garantir mais segurança a todos?

O sujeito levantou a própria mão, ainda que com hesitação e, aos poucos, foi seguido por outros. Finalmente, quase todas as pessoas no pátio gramado mantinham a mão erguida em silêncio.

— Ótimo. — Disse Semepolhian disfarçando um sorriso. — Arrumem suas coisas... Partiremos amanhã.

E com isso, a imimoya desceu da plataforma enquanto a multidão já se dispersava. Se destoando da movimentação, Anima e Hiems continuavam parados próximo à parede de uma das torres. A garota se virou para ele, que logo a encarou também e declarou sem ter outra pessoa para dizer:

— Eu não quero ir.

Para sua felicidade, o guardião do gelo entendeu plenamente o que pensava:

— Tem medo de eles voltarem e não encontrarem ninguém, não tem?

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