Capítulo Treze

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Rachel

Enquanto o carro andava, eu observava a paisagem pela janela. Haviam partes da cidade que pareciam tranquilas, como se os dançantes não houvessem passado por ali. Mas se você olhasse bem, um pequeno detalhe, saberia que era mentira.

Logo avistei uma figura sentada em uma calçada. Seus cabelos não me eram estranhos, mas algo estava diferente.

Não podia ser...

- Pare o carro! - Ordenei.

Em seguida saí em disparada em direção ao jovem garoto que estava sentado, com esperança que ele estivesse bem e não transformado. Assim que ele me olhou, eu tive certeza que estava bem.

- Sebastian! - Exclamei e corri para abraçá-lo.

- Ruivinha. - Disse ele retribuindo o abraço.

Sem que eu percebesse, lágrimas estavam em meu rosto. Eu já havia perdido as esperanças de que ele estivesse bem.
Pensei que meu irmão estivesse morto.

O abracei mais forte ao pensar nisso.

- Está tudo bem. - Disse ele beijando o topo da minha cabeça. - Como você está aqui ainda?

- Eu estava na escola quando tudo aconteceu e continuo lá com mais pessoas. - Expliquei.

- São aquelas no carro? E como vocês fizeram um carro pegar sem a chave? - Me encheu de perguntas.

- Bash, vou te explicar tudo quando a gente chegar, ok? Entre no carro antes que aqueles malucos apareçam.

Voltamos para o carro onde apresentei meu irmão à todos presentes. Eles estranharam, pois não sabiam que eu tinha um irmão.
Bash nunca me apresentou como irmã a ninguém.
Ele gostava de manter em segredo, assim como eu. Mas isso prejudicou a gente.

***

Assim que chegamos na escola, nos certificamos que não havia algum dançante por perto. Depois disso, entramos tranquilamente.

Parecia que era um dia comum. Andar pelos corredores largos com os meus amigos ao redor. Tudo parecia normal, mas não estava. Eu apenas gostaria que estivesse.

A sala de química nunca esteve tão vazia como agora. Fiquei preocupada em saber que nenhum dos grupos havia chegado.

Fiquei nervosa e aos mesmo tempo aliviada por estar segura.

- Vai me explicar as coisas agora? - Perguntou Sebastian chegando perto de mim.

Concordei com a cabeça e o levei para um canto da sala mais tranquilo, onde ninguém podia nos ouvir. Comecei a contar tudo o que tinha acontecido comigo, com todos os detalhes.

Esse momento me lembrou de quando eu era mais nova e Bash sempre escutava o que tinha acontecido no meu dia, mesmo que fosse a coisa mais infantil de todas. Mas agora era diferente.

Estávamos falando de sobrevivência.

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