Capítulo Quarenta e Três

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Rachel

Isso não podia estar acontecendo. Como fomos tão descuidados a esse ponto? Ficamos tão focados nos dançantes que esquecemos a verdadeira ameaça: humanos.

Um cara alto e ruivo não tirava os olhos da gente. Eu não conseguia gritar, pois minha boca estava com uma fita que não desgrudava. Minhas mãos amarradas com uma corda que parecia ser de ferro. Como eles conseguiram coisas desse tipo? Como eles ainda estavam vivos? Eu tinha tantas perguntas...

Não conseguia parar de pensar no Henry e na April. O cara grande com a voz grave disse que iria atrás deles sem eu ter mencionado que estavam aqui. Eu não sabia nada sobre eles, mas aparentemente eles sabiam tudo sobre nós.

Olhei para Andrew que estava apenas encarando o cara ruivo em nossa frente. Não, Andrew estava encarando algo que o cara estava segurando. Uma arma. Meu primeiro instinto foi gritar, mas nenhum som saia da minha boca. Eu estava desesperada.

Minutos depois, o cara com a voz grave entrou na sala segurando Henry e April pelo pescoço. Percebi que também estavam amarrados, mas estavam sem fitas na boca.

- Você está pensando que isso ficará assim? Solte a gente ou vai se arrepender! - Gritou Henry antes de nos ver.

April aparentou estar aliviada ao nos ver sem ferimentos, mas eu não estava aliviada ao ver os dois. Na verdade, eu estava com medo do que poderia acontecer.

- Está tudo certo? - Perguntou o cara de voz grossa. Ele parecia ser o chefe de tudo.

- Sim, estão apenas nos esperando. - Respondeu o rapaz ruivo.

- Vamos.

O cara ruivo nos levantou e nos empurrou para fora do hospital, assim como o outro cara fez com April e Henry. Pensei que sairíamos pela porta da frente, mas estávamos saindo pelos fundos.

Haviam dois carros pretos nos esperando. Dei uma olhada em April e Henry que agora estavam com fitas em suas bocas. Fiquei ainda mais desesperada quando vi o cara ruivo colocar algum tipo de pano preto na cabeça de Andrew. E isso foi a última coisa que eu vi antes de ser engolida pela escuridão.

***

Tentei não começar a gritar quando o carro parou. Eu conseguia ouvir sussurros e risadas entre o motorista e o cara ruivo. Eu também ouvia a respiração de Andrew ao meu lado e meio que isso me acalmava.

Não sabíamos onde estávamos indo ou o que queriam com a gente, mas eu sabia que não era uma festa surpresa com coisas boas.

- Leve-os para as salas. - Escutei a voz do cara ruivo. - Eu e o chefe vamos vê-los depois.

Chefe? Como assim? Não tive tempo de pensar já que fui puxada para fora do carro com força. Eu ainda não conseguia ver nada, apenas sentir o calor do sol em meus braços.

Ouvi a pessoa que estava me levando falar com outros caras enquanto andava. Como havia tanta gente que não fora afetada pelos dançantes? Como elas conseguiam viver em segredo por tanto tempo?

Parei de fazer perguntas a mim mesmo quando fui jogada e cai no chão. Tiraram a coisa que me impedia de ver e tiraram as cordas que me prendiam. Por último, tiraram a fita. Não pude dizer nada antes que a pessoa que estava comigo saísse da pequena sala.

A pequena sala... Ela era apenas branca e minúscula. Não tinha nada de especial exceto uma pequena televisão que mostrava outras salas brancas. Andei até ficar na frente dela, observando, esperando que algo acontecesse. E aconteceu. Vi April em uma das salas e vi Andrew em outra. Por último, Henry foi jogado sem piedade no chão frio.

No começo eu não entendi muito bem qual era o objetivo deles com a pequena televisão no quarto branco, mas tudo fez sentindo em minha mente logo. E foi nesse momento que gritei sem parar.

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