Capítulo Cinquenta e Um

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                            Henry

Faziam horas que eu estava ali, apenas observando April dormir. Talvez eu simplesmente estivesse com medo demais para fechar os olhos. Talvez eu só quisesse ter certeza de que ela estava respirando.

Então ela abriu os olhos devagar, e pude ver os pequenos raios de sol que entravam pela janela entreaberta os invadirem, fazendo-a piscar.

Ela sorriu, e eu fiquei feliz em poder ver aquele sorriso de novo. Achei que nunca mais o veria.

- Ei

- Ei - Ela repetiu com o mesmo sorriso.

Levantei da poltrona que havia em um canto do quarto e fui até ela, sentando ao seu lado na pequena cama de solteiro que havia ali.

- Você não dormiu, não é? - April disse sentando-se também.

Balancei a cabeça.

- Dormi sim. Claro que dormi.

- Você é um péssimo mentiroso, Cooler. - Ela riu.

Levei minha mão até a dela e cruzei nossos dedos como se fosse a primeira vez em muito tempo. Como se toca-lá  fosse algo novo.

- Eu estava com tanto medo de te perder... - Admiti baixinho, e por um momento cogitei ainda estar naquela maldita sala branca, apenas sonhando com este momento.

Pisquei os olhos algumas vezes. Isso é real.

- Henry... - Ela disse em um fio de voz e me envolveu em seus braços rapidamente.

Eu me senti tão seguro ali. Parecia que nada podia nos fazer mal.

- E-eu achei que nunca mais te teria nos meus braços de novo.

- Eu também. - Foi o que consegui dizer.

Ficamos mais um tempo ali, provando um ao outro que aquilo não era mais uma alucinação, que tudo estava bem e que nós estávamos juntos, mesmo que por alguns momentos.

- Antes de matarem o Andrew, você disse que me amava. Isso é verdade? - April perguntou depois de me soltar, e deu um sorriso típico de quando estava com vergonha. Ela ficava tão linda com as bochechas vermelhas, sem conseguir conter o sorriso e olhar nos meus olhos... eu não aguentava.

Ri um pouco.

- Eu te amo. - Sussurrei enquanto beijava os nós dos dedos dela. - Não sei como poderia não te amar.

April também riu, e então algumas lágrimas caíram dos olhos dela. Mas eram lágrimas de felicidade, porque apesar de tudo, ela não parava de sorrir.

- Eu também te amo. - April disse depois de um tempo. - Não sei o que faria sem te amar.

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