Capítulo Trinta e Um

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Rachel

Eu estava tão nervosa que imaginei meu coração saindo pela minha boca. O que estavamos fazendo era bem arriscado, mas no final tudo isso valeria a pena.

Estaríamos seguros em breve.

Andrew caminhava um pouco longe de mim, mas eu podia sentir seu olhar. Eu queria falar com ele, porque sempre que o fazia, eu me sentia segura e agora estava com muito medo.

O silêncio no grupo me incomodava, apenas se ouvia o barulho dos nossos sapatos no chão. Eu continuava procurando por um carro grande e intacto, mas já estava perdendo as esperanças.

- Aquele carro! - Disse Aaron animado por finalmente achar o carro perfeito.

- Aquele carro é tão sem graça... - Disse Alex entediada.

- O que importa é ter um carro. - Disse eu um pouco irritada. - Aquele está perfeito.

Carter conseguiu abrir o carro e fez a ligação dos fios. Entramos e nos ajustamos logo em seguida. O hospital não estava tão longe já que andamos metade do caminho. Pelo visto, nossa ida para lá não teria problemas.

Eu não deveria ter pensado nisso, pois em menos de cinco minutos os dançantes apareceram dançando com suas línguas para fora. Ouvi um grito fino, mas não soube identificar de quem era.

Saquei minha arma e me preparei para atirar a qualquer momento.

Estamos seguros no carro.

- Acelera, Carter! - Gritei meio desesperada.

- Eu estou tentando, mas algo está errado. - Respondeu Carter tentando acelerar o carro.

Comecei a perceber que algo acontecera. Meu coração acelerou e eu não pude evitar que minhas mãos tremessem. Os dançantes estavam muito perto de nós.

- Fechem as janelas! - Ordenei as pessoas.

Alex e Kenna fecharam as janelas, menos Andrew que estava na frente. Ele estava com a arma pronta para atirar.

Minha respiração falhou.

- Andrew, fecha a janela! - Falei desesperada.

- Não posso. Vou usar esse espaço para atirar. - Falou decidido.

- Andrew...

Me desesperei quando um dos dançantes veio e derrubou sua arma com passos estranhos. Fiquei em choque quando mais dois apareceram e o puxaram para fora do carro.

- Andrew! - Gritou Carter enquanto tentava fechar o vidro antes que algo pior acontecesse.

Não conseguia pensar em mais nada. Só ouvia os gritos do Andrew enquanto ele era brutalmente arrastado pelos dançantes.

- Faça alguma coisa, Rachel! - Gritou Kate assustada, que começou a chorar.

Passei por cima do Aaron e saí do carro rapidamente. Comecei a atirar em direção aos dançantes sem atingir Andrew que estava no chão tentando se livrar das mãos estranhas que o agarravam. Mas nenhum dos tiros acertou algum deles.

Involuntariamente lágrimas começaram a cair pelo meu rosto enquanto eu tentava acertar algum dançante. Naquele momento eu percebi o quanto a morte do Andrew me devastaria.

Quando eu estava perdendo minhas esperanças, Aaron também começou a atirar. Isso fez com que metade dos dançantes saíssem correndo assustados. Algo em mim cresceu e eu também comecei a atirar.

Logo os outros dançantes estavam caídos no chão.

Suspirei de alívio.

Me arrastei até Andrew que estava fazendo cara de dor jogado no chão. Fiquei um pouco assustada quando vi sangue em sua barriga e rosto.

- Andrew. - O chamei enquanto pegava seu rosto em minhas mãos - No que você estava pensando, idiota?

- Ei, calma. - Pediu com um sorriso forçado. - Eu estou bem agora.

- Você poderia ter morrido, Andrew. Eu ia perder você. - Disse eu começando a chorar.

- Rachel, eu estou bem. - Disse me abraçando com a força que tinha. - Estou aqui com você.

Aos poucos fui me acalmando desse choque. Eu nunca me imaginei nessa situação de vida ou morte. Nunca imaginei o Andrew morto e minha vida sem ele. A vida seria um completo vazio, uma vida sem cor.

Carter disse que o motor estava quebrado e tínhamos que achar outro carro. Fizemos isso o mais rápido possível, pois não queríamos que outro ataque acontecesse.

Enquanto Carter e Aaron tentavam abrir um carro, fiquei sentada junto com Andrew na calçada esperando.

- Minha barriga dói. - Disse Andrew de repente.

- Deixa eu dar uma olhada.

Levantei sua camisa rasgada revelando uma ferida grande e um pouco profunda.

Fiz uma careta.

- Quando a gente chegar, eu cuido disso. - Disse eu. - Você consegue aguentar?

Andrew concordou com a cabeça e beijou minha bochecha com receio. Nós estavamos afastados, mas sempre iria haver uma ligação enorme entre a gente. Mas depois do que aconteceu, duvido muito que a gente fique sem se falar. Eu amava o Andrew e sempre vou amar. Nada vai mudar isso.

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