Capítulo Vinte e Cinco

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April

Depois de fugir de Sebastian e quase me esconder pelo resto da festa inteira, fui até o fim das arquibancadas e sentei ali, torcendo para que Henry não aparecesse em minha frente.

Na maioria do tempo eu só fiquei olhando para o nada na esperança que de alguma forma, aquilo ajudasse a clarear meus pensamentos.

Eu acabara de beijar Sebastian, mas o meu coração estava estranho, e eu quase podia senti-lo bater mais forte quando eu pensava no Henry beijando a Alex daquela forma.

Eu não sabia o que estava sentindo, e uma parte de mim nem mesmo queria saber o que estava se passando pela minha cabeça.

Logo depois vi Rachel vir até as arquibancadas e sentar sozinha com um olhar vago.

Na verdade, ela tinha um olhar quase perdido.

Às vezes eu tinha medo dela, mas na maior parte do tempo tinha vontade de me aproximar. Afinal, ela era apenas uma garota normal que teve que lidar com muitas coisas que não estava preparada para enfrentar, assim como eu.

Me aproximei dela e sentei ao seu lado.

- Sua noite também não está sendo tão legal quanto deveria? - Perguntei enquanto olhava os outros se divertirem na pista de dança.

Rachel apenas mexeu a cabeça como se dissesse "não" e virou-se para mim.

- Sua noite não está sendo legal?

- Nem um pouco.

- Ah.

Fiz uma careta e bufei.

- Eu estou tão confusa.

- Sobre o que? - Ela perguntou em um tom cauteloso.

- Sobre tudo. Principalmente sobre o Henry. - Falei olhando para ele que estava dançando ao lado de Carter na pista.

- Você, hum, gosta dele?

- Não! Quer dizer... eu não sei. - Disse confusa e afoguei meu rosto em minhas mãos, eu não queria ver nada.

Rachel não disse mais nada por um tempo, e aquilo me deixou quase culpada por estar despejando nela todos os meus dilemas idiotas. Afinal, não éramos amigas.

Respirei fundo.

- Foi mal por isso, eu só precisava falar sobre algo assim com alguém que não fosse um garoto. - Admiti sobre Dylan. Mesmo que nós fôssemos amigos, e ele a pessoa mais importante do mundo para mim, ainda sim tinham coisas que ele não entendia. Às vezes eu achava apenas que seria legal ter alguém com quem eu pudesse falar sobre coisas idiotas como sei lá, sutiã e coisas fúteis de garotas.

- Tudo bem, April. Você pode desabafar comigo.

***

A minha barraca era pequena e apertada, o que me causava uma sensação horrível de que a qualquer momento eu iria acabar com todo o oxigênio dali e morrer.

Liguei a lanterna e tirei o vestido que usava para pôr uma camiseta mais confortável que eu trouxera de casa, logo ouvindo alguém tentar abrir o zíper, totalmente sem sucesso.

Vesti rapidamente a camiseta e abri a barraca, achando que Dylan apareceria ali e então dormiríamos felizes.

Mas não, não era Dylan. Ele não tinha aqueles cabelos bagunçados, muito menos aqueles olhos castanhos maravilhosos.

- Nossa April, você simplesmente sumiu! - Henry falou meio grogue, meio animado enquanto colocava seu corpo dentro daquele troço apertado.

- Eu não estava me sentindo bem. - Expliquei um tanto fria e me escorei dele.

- Foi divertido. - Ele riu e jogou a cabeça em meu colo.

Hesitei por alguns instantes, mas aceitei aquilo.

Ele fechou os olhos e respirou fundo, enquanto eu mexia em seu cabelo.

- Você bebeu? - Perguntei.

- Um pouco.

- Ah, isso explica algumas coisas.

- Tipo o que?

Lembrei da cena naquele banheiro e quase senti vontade de vomitar e falar com ele sobre aquilo. Porém respirei fundo e sorri para mim mesma. Por que eu me importava com quem ele pegava? Aquilo era ridículo.

- April? - Henry chamou sonolento.

- Hum?

- E-eu gosto de você. - Ele disse abrindo os olhos e olhando bem no fundo dos meus.

- Eu também gosto de você. - Dei um peteleco em seu queixo e sorri.

- Não dessa forma. Você sabe, daquele jeito.

Meu coração bateu mais forte e senti algo estranho na barriga, como um friozinho ou algo assim. Eu realmente não gostava daquelas coisas.

- É melhor irmos dormir. - Falei depois de um tempo pensando e dei um beijinho em sua testa.

Eu não sabia o que estava sentindo, muito menos se estava de fato sentindo alguma coisa por Henry. Mas naquele momento, com aquelas palavras, eu simplesmente senti meu coração parar e tudo ficar mais devagar, porque ele estava ali, e gostava de mim.

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