Capítulo 2

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         A porta fecha atrás de mim, me sento no chão, uma rajada de vento frio que automaticamente faz meu corpo inteiro arrepiar - é estranho, é diferente, o que esta acontecendo comigo? - tudo que eu quero é gritar de dor, eu não estou mais suportando, tento gritar mas não consigo, tento levantar mas não sinto minhas pernas, então relaxo meu corpo a medida do possível no chão frio, fecho meus olhos e aos poucos vou perdendo os sentidos, até dormir.

×××

          Escuto passos, mas sei que não é na minha casa, ouço sons de pássaros, minha audição esta tão apurada, posso ouvir meu coração, estranho! Respiro fundo, sinto um forte cheiro de ovos fritos, abro os olhos, aparentemente esta tudo normal, levanto do chão e vou até o espelho na minha frente. - é estranho... minha pele está mais branca que o normal, macia, eu não lembro de ter passado nenhum hidratante, meus cabelos ruivos estão macios e sedosos caindo por cima do meu peito direito, meus olhos estão azuis cristalinos como água - eu me sinto tão bela - me encaro por mais alguns minutos, estou com o corpo atraente, me sinto sex pela primeira vez, até colocar uma blusa preta larga com mangas compridas, uma calça jeans e um par de tênis, vou até a janela, vejo algumas ruínas e uns homens pegando coisas nos escombros, o dia estar cinzento com algumas nuvens carregadas. Saiu do quarto e dou de cara com minha mãe, ela parece bastante feliz.
         - Bom dia, flor! - ela sorri enquanto fala - você tem uma visita - eu rapidamente franzo o cenho e pergunto...
          - Que visita?
          - vá até a sala e descubra com seus próprios olhos - eu vou imediatamente, enquanto vou passando pelo corredor lembro que não estou mais sentindo dores no estômago, chegando na sala encontro minha amiga Nancy, ela pula do sofá quando me ver, ela corre e me abraça        - eu queria ser como ela, sempre alegre, ter muita auto-estima - ela é vinte centímetros mais baixa que eu, pele clara, cabelo loiro ondulado chegando no ombro, e magra igual a mim.
          - vamos dá uma volta?
          - Nancy, não.- falo me jogando em cima do sofá - não estou afim de ver prédios caídos, pessoas indo embora - mamãe entra na sala mandando eu ir com a Nancy, ela começa de novo, dizendo que eu preciso sair e blá, blá, blá...

×××

            Eu e Nancy vamos caminhando pela rua Johnson's PI.
            - Katy você precisa sair! - eu finjo que não estou ouvindo, sinto uma pontada no estômago, aliso minha barriga fazendo Nancy perceber que estou incomodada com alguma coisa.
           - Tudo bem? - antes que eu possa responder, três carros de Polícia passa por nós em alta velocidade, um dos policiais do segundo carro, faz sinal para nós deixar-mos as ruas imediatamente, não demora muito tempo para nós entendermos o que estar acontecendo, eles encontraram algum Mutante.

×××

            Chegando na casa de Nancy, sua avó nos espera na porta, ela parece bastante nervosa, ela respira fundo e nos manda entrar depressa.
            - Nancy, posso usar o banheiro?
            - sim. - vou até o banheiro e fecho a porta, molho meu rosto, em seguida pego um pequeno espelho em cima do balcão, fico olhando para a menina que com toda certeza não sou eu, ela parece ser tão forte, não parece ter apenas dezoito anos, minha vista fica embasada com as lágrimas enchendo meus olhos - eu estou com tanto medo de descobrir o que esta acontecendo comigo. Medo de descobrir o que na verdade em um fundo não tão distante eu já sei.
             - Katy... - Nancy grita, eu me assusto e deixo o espelho cair no chão, ele quebra em vários pedaços, me abaixo para apanhar os cacos, Nancy bate na porta.
            - tudo bem com você? - ela parece preocupada agora
            - Sim... estou sim - sinto uma dor fina na ponta do dedo indicador direito, as lágrimas finalmente vai escorrendo pelas minhas bochechas, rapidamente coloco o dedo na boca tentando estancar o sangue.
            Depois de alguns minutos, volto para sala, Nancy esta no sofá, sua avó esta na cozinha se preparando para retirar alguma coisa do forno.
            - você parece nervosa - ela me encara - era apenas um espelho!
            - sim, claro - eu tento parecer o mais calma possível - eu preciso voltar pra casa.
            - já! - ela levanta do sofá, ela não parece ser uma jovem de dezessete anos, seu cabelo loiro a deixa mais madura, talvez seja o corte curto, eu vou saindo, ela fecha a porta atrás de mim.

×××

            Subo as escadas até chegar no meu apartamento, vou passando pelo corredor até chegar em casa, antes de abrir a porta, meu corpo trava, sinto muita dificuldade para respirar, caio no chão, sinto minhas pupilas dilatadas, meus batimentos cardíacos aumentaram muito rápido, caiu no chão, e de repente tudo fica escuro.

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