Se pudesse enumerar as coisas que mais detestava na vida, ir a escola seria uma delas.A Vermont era nada mais nada menos que uma das melhores escolas de Sydney, já que grandes nomes mundiais cruzaram esses corredores anos atrás, e eu simplesmente detestava aquele lugar.
Entrar naquela escola já era um sacrifício, pois mal colocava o pé na porta de entrada e uma chuva de meninas histéricas me abordava antes mesmo de chegar ao meu armário. Não tinha a oportunidade de conversar com meus amigos ou fazer novas amizades. Eu era a superestrela ali, sabe o que é não ter um minuto de paz nem no seu colégio?
Muitos garotos da minha idade usavam a escola como refúgio da própria vida. Eu não tinha essa opção.
Naquela manhã não foi diferente. Um grupo de garotas me barrou na porta, me obrigando a tirar dezenas de fotos. Eu olhava no relógio de pulso a cada segundo, pensando em quanto tempo teria que permanecer ali e se chegaria atrasado para a primeira aula.
Queria voltar a Milão, onde eu era apenas mais um integrante do mundo na moda. Na capital da moda europeia, Dylan Turner só era um dos muitos que ocupava os outdoors e revistas. Eu conseguia ter uma vida normal, mas por motivos maiores, tive de retornar a Vermont e sua calamidade diária.
Com algumas desculpas e um raciocínio rápido, consegui me livrar das fãs malucas e procurar meu armário no corredor, que como todo ano, ficava próximo ao de Nathan. Lyn fazia questão que fosse assim. Ela não queria que ficasse fora da vista do Roberts, para garantir que eu não matasse aula (de novo).
Mal abro a portinhola meio enferrujada e uma chuva de papéis coloridos cai em cima de mim. Bilhetinhos, é sério? Joguei todos de volta, tentando não chamar a atenção pra mim novamente. Retirei meus livros de matemática com uma certa dificuldade, batendo a porta antes que os papéis caíssem novamente.
– O que é isso? Você por acaso armou uma bomba? – Nathan perguntou, a mochila laranja apoiada em um dos ombros. – Porque parece que isso aí vai explodir. – Ele apontou pro meu armário.
– Encheram meu armário de bilhetes. Levei quase 10 minutos para jogar todos aí dentro de novo. Não posso abrir meu próprio armário, que saudade eu estava daqui. – Girei os olhos, insatisfeito.
Percebi Nathan esfregar as mãos suadas na calça jeans, olhando para o fim do corredor de maneira aflita. Me virei discretamente para seguir a direção de seus olhos, vendo Chloe conversar com Harriet. Sorri instantaneamente ao vê-la gesticular para a amiga de forma exagerada e dramática. Sua personalidade parecia ser a mesma de quando éramos crianças.
Já estava para dar um passo em sua direção quando lembrei de Nathan ao meu lado. Ele estava com vergonha de ir até ela?
– Ainda não acredito que ela está aqui. – Ele confessou, não conseguindo conter o tremor em suas pernas. – O que eu digo? O que eu falo?
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Someone To Save You
Novela JuvenilChloe Madsen é uma jovem de 17 anos que vê sua vida virar de cabeça pra baixo quando sua mãe perde tudo e a garota é obrigada a cruzar o oceano e morar com o pai na Austrália. Sendo sua primeira vez naquele país estranho, Chloe se sente uma intr...