Era um dia como qualquer outro, mas não seria tão comum quanto os outros sai de casa bem atrasada, e como de costume pedalando minha humilde e charmosa bicicleta. Eu trabalhava como entregadora de uma mercearia num condomínio de luxo. Sempre ia de bicicleta, pois era mais econômico e saudável também. Naquele dia como sempre coloquei meu mp3 nos ouvidos e sai dando minhas pedaladas pela orla da praia da barra, curtindo a música como nunca, aquele parecia mesmo ser um dia especial e importante como nenhum outro jamais havia sido.
A música que eu estava ouvindo estava bem chata, então resolvi trocar tirei o mp3 do bolso enquanto pedalava para mudar a faixa assim e assim que consegui coloquei-o novamente no bolso e quando voltei a olhar para frente já era tarde eu havia acabado de atropelar uma pessoa.
“Que tenso”, pensei, na verdade pensei em um palavrão que não posso dizer aqui. Fiquei paralisada de medo e agora o que eu iria fazer eu havia acabado de atropelar alguém, e estava nervosa, todo mundo na rua estava olhando para mim e eu não conseguia nem me mexer. Droga! Eu tinha que fazer alguma coisa antes que me matassem. Todo mundo conhece aquelas histórias de gente que linchada porque não socorreu a vítima, então saí da minha bicicleta e fui ver se a pessoa que atropelei estava bem.
– Oi você está bem?
– O que você acha? Acabou de me atropelar esperava o quê?
– Desculpe, eu não vi você – Mas agora eu estava vendo, e como estava. Eu havia atropelado uma mulher linda, mas isso não parecia ser relevante para ela.
– Não viu? Garota estava olhando para onde afinal?
– Desculpe, mas meu nome é Julia.
– É mesmo Julia, usa a sabedoria de soletrar para andar de bicicleta.
– Quem pensa que é para falar assim comigo? Eu ainda vim ver se você estava bem, deveria agradecer.
– Olha eu não sei quem eu penso, mas sei que em sou – Ah é mesmo e quem você é a dona do mundo?
– Eu posso te processar sabe disso? Então melhor baixar sua bolinha.
– Olha não quero nem saber, você está bem então vou embora por que já estou enojada da sua cara.
Subi na minha bicicleta e continuei pedalando, a garota era linda. Incrível como conhecer pessoas é algo estranho, quando a pessoa chama sua atenção ela sempre tem um monte de outras coisas que te fazem nunca mais querer saber dela, e quando não chamar elas têm um monte de coisas para quererem saber de você, acho que só por isso existe tanto amor platônico no mundo.
Eu deveria ter passado com as duas rodas em cima dela. Fui para o trabalho com bastante raiva da indiferença daquele ser, só que o mais estranho foi que eu havia odiado a menina, mas pensar nela me dava calores, bom achei que raiva provocasse outras coisas. Eu fechava os olhos e só imaginava aqueles olhos azuis, os seios fartos e a boca desenhada perfeitamente. Os cabelos lisos e sedosos de cor avermelhada, e a pele branca deveria ser macia como alvejante, nossa que tenso estou comparando a pele de uma mulher com alvejante isso não deveria estar acontecendo ainda mais uma menina que mal vi e nem conhecia, mas o fato é que se isso fosse uma cena de , estaria passando agora em câmera.