Primeiro, gostaria de pedir desculpas, muitas desculpas para minha AS. Eu não queria te torturar com um conto tão grande, mas a inspiração foi tomando conta de mim e não consegui reprimi-la. Mas espero sinceramente que goste, pois foi feito de coração. E também espero que não se ofenda por eu ter usado sua personagem para escrevê-lo. Minha intenção era apenas homenageá-la, pois a Estela se tornou muito querida para mim e sua linda história.
Dedico Estela e a Fera a Geisiane.
;)
Prólogo
"Will era um pedaço de mau caminho por onde todas queriam seguir."
ღ
Will ajeitou a gravata, embora ela estivesse perfeitamente alinhada, antes de sair do escritório. Ele chamou o elevador e, assim que entrou na pequena caixa metálica, apertou o botão até o térreo. Logo que as portas se abriram, ele atravessou a recepção com seu porte imponente, os ombros largos, o ar sério que fazia com que todos à sua volta parassem para admirá-lo ao mesmo tempo em que o temiam. Ele gostava daquilo, a sensação que provocava nas pessoas. Ele adorava ser adorado.
– Senhor – a recepcionista de cabelos loiros e longos e provocantes olhos azuis, o cumprimentou com um sorriso cheio de charme.
Ele não sorriu de volta. Não era do feitio dele entregar sorrisinhos fáceis, aliás, ele não precisava sorrir para conseguir o que queria nem a simpatia de ninguém ou mesmo para dormir com uma mulher. O seu status e sua beleza já eram fatores suficientes para fazê-lo desejável. Com seus olhos que pareciam dois cristais refletindo o céu, a barba rente, o queixo quadriculado, as costas largas e os músculos rijos, Will era um pedaço de mau caminho por onde todas queriam seguir.
– Fez o que eu pedi? – a voz viril e autoritária inquiriu a recepcionista. Will passou as mãos pelos cabelos escuros e a fitou, esperando a resposta.
A moça ficou um tanto tonta com o gesto e com o perfume de sândalo que ele emanava, mas manteve os joelhos firmes.
– O carro já o aguarda – ela anunciou.
– Ótimo, estou com pressa.
Sem mais, Will rumou até a saída, mas acabou tropeçando em algo quando abriu as portas de vidro para chegar à rua.
– Mas que merda! – praguejou, irritado.
Havia esbarrado numa maltrapilha que estava sentada à porta, encostada à parede. Ele parou por alguns segundos para analisar a mulher. Não dava para saber bem a cor da sua pele por baixo de toda aquela sujeira acinzentada e das pequenas camadas de cascas que se desgrudavam do seu corpo. Os cabelos tinham um aspecto duro pelo provável tempo sem ver água e um bom shampoo. Os lábios eram cheios de pequenas feridas. Não sabia o motivo de analisá-la com tanta meticulosidade. Balançou a cabeça e franziu o cenho. Não podia permitir que pessoas daquele tipo, com uma aparência tão horrenda, permanecessem ali, estragando a imagem da sua grande corporação. Assim que pegasse o taxi, iria ligar para a recepcionista para que ela pedisse a algum dos seguranças que a enxotassem dali.
Virou-se para seguir em frente, quando sentiu uma mão se fechar em seu calcanhar.
– Moço – a voz cansada pediu, fitando-o com os olhos tristonhos –, uma pequena ajudinha, por favor. Qualquer coisa serve.
Os lábios de Will se contorceram numa expressão de desdém e nojo.
– Se quer uma ajudinha, então arrume um emprego. Não trabalho duro para sustentar pessoas do seu tipo.
– Qualquer coisa para essa pobre senhora, moço – ela implorou.
– Me larga! – ordenou.
– Mas...
– Já pedi que me largue! – repetiu a ordem e se desvencilhou da mulher.
Todavia, a mendiga tornou e puxou-o pela barra da calça e, antes que ele se fosse, ela o fitou com um olhar indefinível, mas que causou nele um estranho arrepio na espinha.
– Não deveria julgar ou desdenhar das pessoas pela aparência que elas carregam. O que está dentro do coração é o que conta. Mas você vai descobrir o que estou dizendo. – Ela sorriu e o soltou.
Além de tudo era louca, pensou Will. Mas as palavras, estranhamente, o atingiram e, enquanto andava até o táxi que o aguardava, uma péssima sensação tomou conta do seu coração como se pressentisse que algo muito ruim fosse acontecer. Will não estava errado.
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Para Minha Querida Amiga Secreta
Short StoryAmigo secreto é uma brincadeira bastante tradicional, que geralmente ocorre na época do Natal, que consiste em trocar presentes, entre colegas de trabalho, de escolas, e de familiares e amigos, desconhecidos. (Fonte internet) Nessa perspectiva 20 m...