Estela e a Fera - Parte 1

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Primeiro, gostaria de pedir desculpas, muitas desculpas para minha AS. Eu não queria te torturar com um conto tão grande, mas a inspiração foi tomando conta de mim e não consegui reprimi-la. Mas espero sinceramente que goste, pois foi feito de coração. E também espero que não se ofenda por eu ter usado sua personagem para escrevê-lo. Minha intenção era apenas homenageá-la, pois a Estela se tornou muito querida para mim e sua linda história.

Dedico Estela e a Fera a Geisiane. 

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Prólogo


"Will era um pedaço de mau caminho por onde todas queriam seguir."

Will ajeitou a gravata, embora ela estivesse perfeitamente alinhada, antes de sair do escritório. Ele chamou o elevador e, assim que entrou na pequena caixa metálica, apertou o botão até o térreo. Logo que as portas se abriram, ele atravessou a recepção com seu porte imponente, os ombros largos, o ar sério que fazia com que todos à sua volta parassem para admirá-lo ao mesmo tempo em que o temiam. Ele gostava daquilo, a sensação que provocava nas pessoas. Ele adorava ser adorado.

– Senhor – a recepcionista de cabelos loiros e longos e provocantes olhos azuis, o cumprimentou com um sorriso cheio de charme.

Ele não sorriu de volta. Não era do feitio dele entregar sorrisinhos fáceis, aliás, ele não precisava sorrir para conseguir o que queria nem a simpatia de ninguém ou mesmo para dormir com uma mulher. O seu status e sua beleza já eram fatores suficientes para fazê-lo desejável. Com seus olhos que pareciam dois cristais refletindo o céu, a barba rente, o queixo quadriculado, as costas largas e os músculos rijos, Will era um pedaço de mau caminho por onde todas queriam seguir.

– Fez o que eu pedi? – a voz viril e autoritária inquiriu a recepcionista. Will passou as mãos pelos cabelos escuros e a fitou, esperando a resposta.

A moça ficou um tanto tonta com o gesto e com o perfume de sândalo que ele emanava, mas manteve os joelhos firmes.

– O carro já o aguarda – ela anunciou.

– Ótimo, estou com pressa.

Sem mais, Will rumou até a saída, mas acabou tropeçando em algo quando abriu as portas de vidro para chegar à rua.

– Mas que merda! – praguejou, irritado.

Havia esbarrado numa maltrapilha que estava sentada à porta, encostada à parede. Ele parou por alguns segundos para analisar a mulher. Não dava para saber bem a cor da sua pele por baixo de toda aquela sujeira acinzentada e das pequenas camadas de cascas que se desgrudavam do seu corpo. Os cabelos tinham um aspecto duro pelo provável tempo sem ver água e um bom shampoo. Os lábios eram cheios de pequenas feridas. Não sabia o motivo de analisá-la com tanta meticulosidade. Balançou a cabeça e franziu o cenho. Não podia permitir que pessoas daquele tipo, com uma aparência tão horrenda, permanecessem ali, estragando a imagem da sua grande corporação. Assim que pegasse o taxi, iria ligar para a recepcionista para que ela pedisse a algum dos seguranças que a enxotassem dali.

Virou-se para seguir em frente, quando sentiu uma mão se fechar em seu calcanhar.

– Moço – a voz cansada pediu, fitando-o com os olhos tristonhos –, uma pequena ajudinha, por favor. Qualquer coisa serve.

Os lábios de Will se contorceram numa expressão de desdém e nojo.

– Se quer uma ajudinha, então arrume um emprego. Não trabalho duro para sustentar pessoas do seu tipo.

– Qualquer coisa para essa pobre senhora, moço – ela implorou.

– Me larga! – ordenou.

– Mas...

– Já pedi que me largue! – repetiu a ordem e se desvencilhou da mulher.

Todavia, a mendiga tornou e puxou-o pela barra da calça e, antes que ele se fosse, ela o fitou com um olhar indefinível, mas que causou nele um estranho arrepio na espinha.

– Não deveria julgar ou desdenhar das pessoas pela aparência que elas carregam. O que está dentro do coração é o que conta. Mas você vai descobrir o que estou dizendo. – Ela sorriu e o soltou.

Além de tudo era louca, pensou Will. Mas as palavras, estranhamente, o atingiram e, enquanto andava até o táxi que o aguardava, uma péssima sensação tomou conta do seu coração como se pressentisse que algo muito ruim fosse acontecer. Will não estava errado.

Para Minha Querida Amiga SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora