Jussara e a Girafuda

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Para Lindafófi

Não é nada normal para a minha rotina me encontrar na situação em que me encontro agora

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Não é nada normal para a minha rotina me encontrar na situação em que me encontro agora. Quer dizer, as pessoas, às vezes, gostam de passar por aqui, forrar um pano aos meus pés, aproveitar meu espaço para se refrescar longe do sol. Existe até um cachorro vira-lata que vira e mexe aparece e molha minha raiz. Eu definitivamente odeio aquele cachorro que pensa que pode marcar seu território em mim.

Nós não temos gênero, feminino ou masculino, mas eu me sinto meio macho-alfa por causa do meu tamanho então não curto muito que cachorros derramem água fedorenta na minha raiz.

Bom, voltando ao momento em que me encontro, estou de vela para um casal. Definitivamente essa também não é uma situação tão anormal, porém este casal é diferente em alguma coisa. Talvez seja a risada da moça que me faça lembrar a dela. Ou talvez a cor dos olhos, embora eu mal consiga enxergar com essa outra cabeça masculina na frente de tudo. O importante é que o filme rola em minha memória enquanto escuto as risadinhas embaixo de mim.

A garota da qual me recordo era muito corajosa. Um pouco mais velha que eu, devo acrescentar. Agora mesmo deve estar uma girafa; me lembro bem que ela tinha um tamanho bem grandinho, mas não posso dar certeza dessa informação, porque talvez eu a tenha imaginado girafuda só porque eu era uma muda pequena demais.. Ah, aqui entra uma palhaçada de gênero. Eu sou bonita, alta, cheia de folhas, mas isso é tudo culpa do português. Por dentro eu ainda sou uma árvore macho-alfa. Juro.

A menina é meio que minha primeira experiência com a espécie humana. A que eu me lembro pelo menos. Seus olhinhos eram verdes e meio grandes. Mas agora, pensando comigo, acho que ela só estava arregalando aquelas bolinhas. Nunca mais vi olhos tão grandes, mesmo que os da moça embaixo de mim sejam muito, muito parecidos.

De tão empolgada com minha presença, esqueceu-se de me dar água durante três dias, mas suportei e perdoei assim que ela sorriu com aquela janela enorme para mim. Era de fato uma janela muito grande, e ia ficar maior porque o outro dente, ao lado da janela, vivia sendo balançado por ela. Eu tinha vontade de mandá-la deixá-lo em paz, mas temia ser meio grosso com a menininha.

Para Minha Querida Amiga SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora