LIBERDADE DE VIVER - EPÍLOGO

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Dois anos depois...

Não poderia estar mais feliz. Estamos todos reunidos em volta da mesa na noite de natal. Minha avó está na ponta da mesa apenas olhando todos conversarem e sorrirem alto.
Pergunto-me o que tanto ela pensa, será que em meu avô? De repente, ela me flagra a olhando, retribui o sorriso e em seus olhos posso ver todo carinho e amor que eles nos transmitem. Seus olhos são profundos e brilhantes.
Vovó como sempre estava certa. Terminei meu curso de artes plásticas, meu amor que hoje é meu marido formou-se em medicina e atua na área de pediatria. Casamo-nos dois meses depois que anunciamos a gravidez, já estávamos noivos há três anos, estava mais que no tempo. Meu pai ficou louco, mas logo se derreteu com a possibilidade de ser avô, claro depois que minha avó lhe deu um belo sermão sobre a benção que é uma criança.
As fotos de minha formatura ficaram lindas. Minha barriga estava enorme, nem preciso dizer o rosto. Mas, isso é mero detalhe diante de toda a felicidade que eu teria com meu filho.
Antes da ceia, anunciei à minha família sobre exposição de estreia da galeria Celestial, sim, esse nome é em homenagem o meu anjo aqui na terra, Dona Celeste. Ela me deu toda a força quando precisei.
Lembro-me de sua emoção quando mostrei o slogan de minha galeria a todos da família. Celi me abraçou tão apertado que quase não conseguia respirar. Aquele era o apelido que meu avô usava. Sempre a chamava de "minha vida celestial". Para mim ela é Celi, sempre Celi.
Falei todos os detalhes da exposição, menos um, o significado de cada peça feito com muito carinho.
A exposição chama-se: A arte de viver, e foi inspirada na história contada por Celi há quase dois anos e acontecerá no final de janeiro. Não sei como ela reagirá, pois, cada fato narrado será representado por expressões variadas, apresentadas por rostos em argila. Ou seja, a junção de artes cênicas e artes plásticas, um casamento que deu certo e apesar de trabalhosa o resultado ficará espetacular.
A peça principal é de corpo inteiro. Um homem e uma mulher enlaçados em uma confusão de braços e pernas, e ambos olham e apontam para o mesmo local, uma pequena peça posicionada do outro lado do salão, que representa uma criança de braços erguidos para o casal.  Uma representação da arte que é viver.
Olho para meu bebê de quase dois anos sentado em meu colo e vejo que não poderia ter acontecido coisa melhor em minha vida.
Como diz Sartre, companheiro de Simone de Beauvoir: "Viver é isso: ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências." Cabe a cada pessoa saber como irá fazer essas escolhas e encarar as consequências.


Fim.

Para Minha Querida Amiga SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora