Nove

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Sábado chegou tão rápido que até me assustei. Me levantei da cama, dei comida para Lua que ronrronava pedindo carinho.

Fiz uma torrada, comi com manteiga derretida e um copo de café com leite. Meus olhos focaram nas sacolas de compras em cima da única poltrona do quarto. Ali estava o motivo de minha leve preocupação. Será que realmente ficaria tudo bem?

Fui para o banho, ainda eram umas 07:30 am. Dava tempo para chegar ao trabalho. Hoje nosso turno da manhã era normal, mas, em função do convite, eu e Luiza, sairíamos mais cedo, cinco horas da tarde. A festa estava marcada para às 20hrs.

O dia se passou em correria, a loja fecharia hoje às 18:30. E não reabriria, sabendo disso, vários clientes desejavam as coisas as pressas, também para não pagar o estacionamento que era de duas horas R$ 8,00. Aquilo era muito inconveniente.

Nossa loja não era a mais luxuosa do shopping, mas, seu padrão era classe média alta, tinha clientes todos os dias, justamente pela qualidade das roupas.

Luiza guardava o setor dela, para variar era o de lingeri que ficava do lado do meu, ela exigiu que fosse assim, e achando graça William concedeu o desejo dela, até mesmo porque, ele sabia que ela era meu chiclete.

Quando deu 17hrs, Luiza veio do seu setor feito um tufão, abraçou meu pescoço e assim foi me levando, mesmo comigo protestando de dor.

- Mulher! Eu preciso fumar... - Seus olhos saltavam das órbitas.

Eu olhei para ela enquanto se trocava no vestiário.

- Tu estava tão tranquila ontem, agora tá parecendo uma viciada em crak. - Começo a rir da rapidez dela.

- Lembra o que te falei sobre a caganeira por estar nervosa?

Fiz que sim com a cabeça rindo.

- Diva... - Se aproxima sussurrando. - Eu fui no banheiro só hoje umas 5 vezes, o meu "bubu" tá que é uma rosa de tão assado. - Ela volta a guardar suas coisas e o uniforme.

Eu não consigo mais parar de rir, Luiza parecia ligada no 420 volts. Ela tinha parado de fumar fazia dois anos. Saímos do Shopping e tivemos que parar em um boteco de esquina, ela comprou duas carteiras do mais diabólico cigarro. Enquanto continuava a fazer uma expressão que parecia estar possuída por algum demônio do mais "encapetado".

 Enquanto continuava a fazer uma expressão que parecia estar possuída por algum demônio do mais "encapetado"

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- Luiza se acalma! Ontem você estava super bem, até me encorajando. Para de chilique! - Fico olhando ela "devorar" o primeiro cigarro enquanto caminhávamos até a parada do ônibus dela, cheias de sacolas.

- Escuta aqui benhê... - Ela termina de fumar e joga a fumaça para cima entrando no ônibus. - A culpa é dessa bendita festa! Eu não sei o que fazer no meu cabelo, maquiagem... E...

Toco na mão dela e a faço me encarar no banco.

- Aterriza mulher! Tu vai ter um infarto assim! Era para mim ficar desse jeito e não você!

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora