Sessenta

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Eu penso que a vida é muito curta, qur devemos aproveitar cada momento mesmo que seja nossa última chance.

Eu perdi muitos momentos com meu pai, eu me odiaria em pensar que o abandonei ao escárnio de Elisa. Aquele pesadelo ainda me assolava, emboa eu tenha me acalmado com a presença de Mikhael.

Dormimos do jeitos que estávamos, naquela cama e naquele quarto agora cheirando a bebê. Abri meus olhos lentamente tentando conter o aperto em meu peito, me sentei na cama quando peecebi que Mikhael já estava na cozinha fazendo algo delicioso, só pelo cheiro dava para saber.

- Bom dia senhorita Alana! - Ele estava sorrindo, agora com outra roupa mais relaxada possível de ficar em casa.

- Por que não me acordou amor? Eu tenho que ir trabalhar. - Falei coçando os olhos e bocejando.

Ele me analisa.

- Hoje você não vai, vai no médico que marquei para você e vai pegar um atestado.

Eu arregalo os olhos surpresa.

- Como assim? Mas, eu estou bem! - Me aproximo do balcão da cozinha.

- Alana, você resmungou e chorou a noite toda, hoje você irá na sua médica sim, sua psicóloga. Já falei com ela. Quero que vá comigo.

O fitei por alguns instantes. Logo fiz uma cara emburrada mas, ele estava preocupado comigo.

Tivemos um café bem reforçado, com torradas, frutas e suco natural. Ele andou pesquisando muito na internet para me ajudar com os enjôos da gravidez. Eu ria enquanto ele cortava as frutas e fazia cara de mal para me forçar a comer e me manter firme pelo nosso bebê.

O presente que ele me trouxe ainda estava em uma sacola parda pequena. Ainda não sabia o que era.

Pela manhã a consulta com a minha psicóloga foi a melhor, ela me indicou um chá que ajuda muito no sono, um chá de ervas naturais ótimo para mulheres grávidas, e me aconselhou a visitar meu pai, desde que eu não fosse sozinha e sim acompanhada com Mikhael já que contei a ela que ele me passa segurança.

Dentro do carro revelei a minha vontade de visitar meu pai, Mikhael concordou e refizemos o caminho, chegando agora na rua onde eu morei por muito tempo.

Quando chegamos na frente da casa, vi Elisa saindo dali e entrando em um taxi, na varanda naquele frio eu vi meu pai.

Uma corrente de raiva, remorso e dor assolou o meu peito, sem ouvir as palavras traquilizadoras de Mikhael sai do carro em um rompante, atravessei a rua, abri o pequeno portão e lentamente me aproximei da varanda.

Com roupas de verão e fedendo a fezes, meu pai estava muito doente, ele mal conseguia se mover do banquinho onde Elisa o havia deixado, o desespero me bateu, eu o abracei quando o ouvi dizer meu nome com dificuldade.

- Pai... Meu Deus do céu, o que está acontecendo? Ela disse que estava cuidando de você. - Eu soluçava.

Mikhael ja estava a meu lado, ligava para um monte de contatos pelo que eu ouvia. Meu pai foi atendido rapidamente por uma ambulância que veio buscá-lo a pedido de Mikhael, seguimos atrás, dentro do carro, o hospital a qual o levaram era o mais caro da cidade, meu pai seria atendido com a melhor qualidade do País.

Mal chegamos por lá e ele foi direto para a emergência, não deixaram que seguíssemos os médicos.

Na secretaria Mikhael uniu meu plano de saúde com o de meu pai, agora ele estava pagando por ele também.

- Amor... Não precisava disso... - Estava o vendo se sentar ao meu lado so sofá de couro da sala de espera.

- Alana, eu já te falei para parar com isso, eu odiaria ver você chorar desse jeito outra vez e odiaria ver seu pai sem cuidados. Vamos dar um basta nessa conversa ok? - Ele me abraça e me aninha beijando minha testa.

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora