Eu também sou mulher! - [Pausado]

Vinte sete

Depois do que aconteceu, no outro dia, comemoramos o aniversário de nosso gerente. Ele sempre muito preocupado me levou até sua sala para conversamos, no mesmo dia.

- Sente-se Alana. - Ele se senta em sua cadeira de couro a minha frente. - Fiquei sabendo pela Luiza o que houve... Estou horrorizado com o que aconteceu, em parte, bem preocupado com seu estado mental.

William era como um pai, se preocupava com todos de sua equipe, era esse o seu diferencial. Eu sorria para ele, ainda que singelamente.

- Realmente foi um grande susto... Mas, eles não chegaram a me tocar, fizeram o caos fora com Mikhael, ele está muito mais ferido, do que esse simples corte cicatrizado em meu lábio.

William reflete.

- Alana, você quer antecipar suas férias? - Ele me pergunta ainda desconfortável.

Eu sorrio.

- Não precisa se preocupar eu estou bem. - Faço uma pausa e logo recomeço recordando de algo. - Me perdoe... Eu acabei estragando o vestido que você ajudou a comprar para a festa de inauguração da loja de Benjamin.

Ele apenas me observa.

- Eu não consegui tirar a mancha próximo ao decote. - Abaixo a cabeça muito constrangida.

William solta uma risadinha.

- Está tudo bem Alana, minha irmã pode consertá-lo se quiser. Ele tem dois meses de garantia, nesses casos, ela pode limpar ele com produtos profissionais e te entregar como novo. Pode ficar tranquila.

Eu levanto a cabeça sorrindo muito feliz.

- William muito obrigada! Sua irmã não existe mesmo! - Me levanto excitada com aquela notícia, aquele vestido se tornou muito importante para mim.

Ele me abraça por fim.

- Vou encaminhar suas férias, quero que descanse bem, por favor. - Ele me convence no final. - Depois do que passou quero uma funcionária bem para trabalhar, mesmo que me diga que esta tudo bem, ainda desejo o seu bem, então descanse.

Agradeço a Deus por ter um chefe tão bondoso, eu sei que jamais conheceria alguém tão bacana quanto ele.

- Obrigada. - Agradeço e saio da sua sala.

O tempo é um cara engraçado, ele passa voando como se nada tivesse acontecido, minhas férias em março vieram, até então, ainda não via mais Mikhael depois daquilo, soube por intermédio do meu gerente que ele estava em casa, por ter quebrado uma costela, estava se recuperando.

Tirei da minha cabeça e do meu coração, qualquer que tenha sido o real significado daquele beijo, eu não poderia simplesmente continuar a alimentar algo que foi apenas referente ao momento. Afinal ele é noivo.

Em casa fazendo um miojo, eu pensava se ele estaria realmente bem. Eu não conseguia odiá-lo, pois, bem ou mal ele fez aqueles homens pararem de tentar me violar.

Queimei meus dedos, estava distraída, odiava quando eu fazia isso. Lua apenas me olhava, parecia que ela ia se deitar de tanto rir da minha cara, mas, era coisa da minha cabeça e apenas eu ri de mim mesma.

Mais tarde passei na padaria, tomei café com Cecília, meu telefone toca e era uma mensagem de Raphael, ele viria até aqui para me trazer uma pessoa especial.

Será que era Mikhael?

Não sei como, mas, estava arrumada em dez minutos, inclusive usando "aquele perfume". Quando eles chegaram, vi Raphael descendo do carro, um Porsche vermelho e ao seu lado uma mulher que me era bastante familiar.