Quarenta e três

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Dizem que a rosa vermelha é considerada a paixão. Eu nunca me dei conta de sua beleza, até perceber que ela também tem seus espinhos. Embora seja linda, ela também precisa de algo para se proteger.

Eu sempre fiz de tudo para viver em meu próprio mundinho fechado, tentando me proteger dentro do meu próprio quarto, do mundo que me esperava do lado de fora dele.

Hoje, eu estou completamente cercada de pessoas que jamais pensei que conheceria, e uma em especial que não pensei que "ficaria".

Fiquei pensando em Mikhael quando ele saiu da festa de Izabel, estava dentro de um outro carro preto, era um modelo sedan, no banco de trás Luiza dormia e resmungava. Raphael guiava o carro.

- Raphael... Izabel ficou bem mesmo? - Pergunto olhando ele dirigir sentada no banco do "passageiro-copiloto".

Ele sorri e dá uma risadinha.

- Quase fui atacado por ela! - Ele fica meio sem graça.

- Como assim? - Arregalo os olhos.

- Quando a Izabel fica bêbada, ela tenta beijar todo mundo e qualquer objeto pela frente. - Ele continua sorrindo.

Eu começo a rir.

- Ah! Não acredito! - Coloco a mão no rosto impressionada.

- É sério Alana, uma vez ela me convidou para ir em uma festa em um pub, ela pra variar bebeu o que não podia beber, resultado: Ela quis beijar o salão inteiro.

Eu fico rindo do que ele contava sem acreditar.

- Ai, a gente acabou ficando. Ela me beijou naquele dia, mas, no outro me pediu sessenta mil desculpas pelo que tinha feito comigo. Na verdade eu só fiz aquilo, para evitar que ela apanhasse no salão do pub, haviam muitos casais lá. - Ele para em uma sinaleira.

- Você nunca sentiu nada por ela? - Pergunto curiosa.

- A gente tem uma afinidade muito grande, uma amizade de longa data, mas, sentimentos de amor verdadeiro nunca tive com ela e nem ela por mim. Sei lá... A gente nunca cogitou sobre ficarmos juntos. - Ele dá de ombros.

- Entendi. É como uma relação de irmãos. - Olho para a estrada quase chegando em casa.

- É podemos dizer que eu sou como um irmão para ela. Apesar de termos nos afastado três anos, depois do que ela passou com Alejandro. - Ele fica meio chateado por mencionar a situação que Izabel passou.

Eu apenas solto um longo suspiro.

- Rapha... Obrigada por tudo que tem feito por nós. - Toco no braço dele. - Você é um anjo como seu nome diz. - Olho para ele com ternura.

Ele me olha de canto de olho.

- Se eu já não tivesse alguém que amo, com certeza já teria te roubado do meu irmão. - Ele sorri maliciosamente.

Eu fico muito envergonhada.

- Nossa relação ainda está meio confusa pra mim, mas, acredito que com o tempo tudo vai se esclarecer melhor. - Olho para minhas mãos. - Raphael... Mudando de assunto... O que será que Mikhael falou para a Elisa? Ela saiu feito um raio da festa.

Ele solta uma risada maligna interna e para na frente da casa de Luiza.

- Deixa o marido dela vir buscá-la, que quando eu te levar para casa te conto.

Ligo para o marido da Luiza, me sentia mal, pois, sabia o que ela tinha feito com Rick, ela deveria se explicar a ele direitinho amanhã, se ela se lembrar de algo. Luiza é carregada pelo marido, vejo-os entrar no prédio, e logo em seguida sigo até meu apartamento.

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora