Vinte quatro

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Sabe aqueles filmes de terror, o qual, o local está escuro e você espera pelo ataque do fantasma? O lamento de Mikhael realmente parecia como um ser espiritual do pior possível.

Com o tempo minha visão retornara e pude obter uma descrição visual do local.

As paredes eram de um tom verde escuro, mas, todo o lugar parecia enferrujado. Parecia mais um depósito de carros, do que uma garagem mecânica. Haviam carros de todos os tipos, mas, estavam destruidos, alguns estavam queimados, outros sem porta e rodas.

Havia uma caixa de ferramentas vermelha e em torno dela se viam maçaricos, chaves de fenda e chave de roda. Realmente parecia ser uma garagem oficina.

Os choramingos de Mikhael silenciaram, me perguntei se ele estaria bem, afinal não poderia vê-lo, estava amarrada com as mãos para trás do lado oposto ao dele daquele poste enferrujado, e as pernas amarradas a minha frente, nossas bocas pelo menos não estavam obstruidas.

- Mikhael? Você esta acordado? - Perguntei ainda observando o lugar.

Havia pouca luz, as janelas estavam cobertas por tapumes (compensado).

- Alana... - Ouvi ele sussurrar o meu nome.

Agora sim, meu sangue gelou e fui tomada por uma onda de desespero, as lágrimas já desejavam aparecer. Realmente aquele lugar era assustador.

- Mi-Mikhael v-você está bem? - Comecei a gaguejar de nervoso.

Ele suspira.

- Eles me acharam, devem ter me seguido... - Ele fala enquando tentava ficar acordado pela voz embriagada.

Sentia cheiro de sangue, era o dele.

- Você está muito ferido? - Pergunto realmente preocupada.

- Apenas sangrando pela boca, se isso te consola... - Ele responde ironicamente.

- O que aconteceu? Por que estamos aqui? - Olhava em volta.

- Eu sei exatamente quem está por trás disso... Eu fiz uma coisa imperdoável para a filha de alguém...

Ele me conta a história com Julie, eu estremesso de raiva.

- SEU IMBECIL! NÃO PODERIA MANTER ESSA "PIROCA" DENTRO DAS CALÇAS? - Nunca usei palavra tão suja como aquela antes.

Ele começa a rir e a tossir ao mesmo tempo e responde.

- Mesmo que eu não quisesse, quando me dei por conta, ela já estava montada em cima de mim. Tudo que fiz, foi fazer meu trabalho. - Ele ri de novo.

Fico vermelha com sua confirmação. Aquilo era constrangedor.

- Eu sinceramente não estou acreditando nisso... É o fim do mundo ser sequestrada com um idiota como você. - Viro o rosto sentindo as bochechas queimarem e as lágrimas aos poucos brotarem. - Eu não tenho nada a ver com isso...

Ele fica em silêncio.

- Realmente não tem. - Logo ele concorda ouvindo meu choro em silêncio.

Não aconteceu absolutamente nada enquanto se passava vinte minutos. Estava cansada de ficar na mesma posição, apenas mudei de lado a posição das pernas.

O silêncio foi quebrado quando ele me fez uma pergunta inacreditável.

- Quem é Elisa?

Arregalo meus olhos, e meu corpo estremesse, a reação ao nome da minha madrasta interrompe por instantes minhas lágrimas.

- Como você sabe sobre Elisa? - Devolvo em pergunta.

- Mandei Rick investigar a sua família... - Ele "vomita" aquilo naturalmente.

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora