Quarenta e cinco

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Meu celular despertou insolente hoje, esqueci de tirar do despertador, quase o deixei cair no chão, com a mão perdida tentando procurá-lo.

Meus olhos ainda estavam embassados, sentia um peso na lateral do meu corpo, a mão de Mikhael estava envolvendo a minha cintura. Depois daquela "relação" que tivemos ontem, acabamos por cair jogados e moribundos na cama de qualquer jeito.

Eu ainda estava muito cansada, mesmo que não tivesse ocorrido penetração, nunca tive orgasmos assim, tão expontâneos e prazerosos.

Mikhael resmunga por eu me mexer demais na cama, volto a me aconchegar nele de "conchinha" e pego no sono outra vez.

Perto do meio dia, me levanto e o dorminhoco parecia uma lagartixa atirada na minha cama, resolvo fazer um almoço, salada acompanhada de um carreteiro de frango.

Ele sentiu o cheiro e acordou se sentando na cama com aquela cara amassada, parecia um bebê apesar desse estado.

- Oi... Acordou pelo cheiro foi? - Dou uma risadinha olhando a cara dele.

Ele me olha de cima abaixo me vendo de camisola, colocando a mesa do almoço.

- Vai sair assim? - Ele me encara.

Franzo o cenho.

- Como assim sair?

- Eu quero sair com você hoje... - Ele fala bocejando e se levantando da cama colocando uma camisa, um shorts e um chinelo.

Fico olhando para ele intrigada.

- Onde vamos? - Começo a serví-lo curiosa.

Ele se aproxima da mesa e me encara de perto.

- Não vou te contar sua metida. - Ele ri e ve o prato que o ofereço. - Isso parece uma delícia.

Vejo ele sentar todo empolgado.

- Minha mãe ou qualquer outra pessoa que já fiquei, nunca fez algo para mim assim. - Ele dá a primeira garfada.

Fico o observando meio sem graça.

- Alana... Isso tá muito gostoso! - Ele levanta a cabeça me olhando com espanto.

- Alguma coisa eu deveria executar bem, não acha? - Dou uma risada. - Isso é risoto de frango, ou carreteiro de frango, como preferir chamar.

- Aprendeu a fazer essa iguaria aonde? - Ele parecia muito interessado.

- Não é uma iguaria especial, é um prato comum de pessoas pobres como eu... - Balanço a cabeça negativamente e rio, logo sigo almoçando.

- O que você fica fazendo durantes as suas férias? - Ele me encara.

Eu fico sem graça mas, resolvo responder.

- Vejo dorama, anime e alguns noticiários na tv ou no computador. - Estava envergonhada.

Ele começa a rir.

- Só entendi a parte de anime e notícias, dorama nunca ouvi falar... - Ele me encara de novo. - Se come isso? - Volta a rir em deboche.

Dou um soco de leve em seu braço pelo que ele disse.

- Doramas, são novelas asiáticas, Coreanas, Japonesas, Chinesas e Tailandesas.

Ele arregala os olhos tentando parecer interessado.

- Me mostra um trecho depois? - Ele sorri meio debochado.

Eu imaginava que ele fosse rir do meu vício, mas, eu iria mostrar meu Dorama favorito.

Depois que almoçamos, sentamos em cima da cama, meu notebook no colo, eu tinha baixado todos os episódios de FATED TO LOVE YOU.

- Bom, vou te contar um pouco o enrredo e depois te mostrar algumas partes. Se você rir eu te mato!

Eu conto uma boa parte da história, eu me empolgava facilmente com aquilo, ele percebeu isso e resolveu se interessar pelo que eu dizia, logo mostrei algumas partes preferidas e vi o semblante de Mikhael mudar para o estado de "curiosidade interessada no enrredo".

- Eles são delicados para beijar não acha? Se fosse eu... - Ele me analisa olhando de canto de olho.

Eu fico sem graça e cutuco ele.

- Eu sei! EU JÁ SEI! - Já estava eu de novo vermelha.

- Tá agora vai te arrumar... - Ele dá um tabefe na minha perna delicadamente.

- Ok... Ok... - Me levanto a contra-gosto querendo ainda assistir alguns pedaços. - Não vai dizer aonde vamos?

- Não! Se veste primeiro! - Ele bufa.

Emburrada fui me vestindo, nua na sua frente, ele ainda sentado na cama fica me encarando.

- Que foi? - Vou colocando o sutiã.

- Posso te comer? - Ele falava sério.

Eu faço um bico.

- Será que dá pra se controlar senhor Vizann? - O encaro.

- Impossível senhora Mendez! Ainda mais com esse corpo... - Ele cruza os braços adimirando.

- Mikhael... Você realmente... - Me sinto puxada para cama.

Ele estava sobre meu corpo.

- Se você continuar me perguntando o que acho de seu corpo, ou se eu tenho certeza, vou te castigar outra vez e de uma forma muito mais intensa. - Ele estava falando aquilo a centímetros de meus lábios.

Engulo seco e solto um longo suspiro.

- Chato... Eu não sou muito auto-confiante. - Viro a cara me sentindo mal.

- Enquanto você não se amar, jamais irá dar espaço para que eu entre no seu coração... Eu sei que é difícil, mas, farei o possível para te ajudar. - Ele me beija.

Aquele beijo se tornou significativo, foi muito caloroso e carinhoso. Era tudo aquilo que eu precisava, depois de uma vida tão cheia de preconceitos.

- Por favor, eu preciso disso... Eu preciso de ajuda.

Ele me encara de forma serena, apenas assente com a cabeça, positivamente.

- Eu vou te mostrar, que um monstro um dia pode virar o teu príncipe. - Ele ri.

Acabamos por rir juntos, me sentia em um conto de fadas, só que com esse príncipe falsificado.

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Esse foi curtinho, mas, no próximo será melhor.
Beijos de gordinha! 😚

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora