Quarenta e um

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Mikhael estava pronto, estava perfumado, ele me vê dentro daquele novo vestido e se aproxima abotoando a camisa.

- Que Deus não me permita te "atacar" em público. - Ele ergue a mão e toca no meu rosto, onde levei o tapa de Elisa e agora estava maquiado.

Eu observo sua expressão agora em devaneio, o cheiro do seu perfume estava me agradando.

- Gostei do seu perfume. - Falo envergonhada, para ver se mudo aquela expressão preocupada.

Ele sorri singelamente e me abraça devagar, De La Flor solta um gritinho e nos assustamos.

- Ai! Que tudo! - Bate palmas empolgado.

Eu e Mikhael rimos juntos por ouvir Flor soltando a franga.

- Flor por favor, mantenha segredo. - Me aproximo dele e seguro suas mãos o encarando.

Ele as aperta delicadamente e fala.

- Não se preocupe pudim de leite da minha vida! - Acabei recebendo outro apelido, acho que era algo bom.

Mikhael cai na gargalhada. Eu apenas lanço um olhar de fúria e ele tapa a boca, debochando e segurando a risada ainda.

- Foi um elogio Alana, não dá bola para esse "divo-loiro-ai-que-tudo-me -abana-jesus". - Ele dá as costas e vai saindo. - Temos que voltar ou a Flor de Lis vai ter um troço se não nos ver na festa.

Flor falava de Izabel. Realmente já imaginava ela e Luiza preocupadas.

- Vamos! - Falo agora indo para o corredor.

Sinto a mão de Mikhael pegar a minha, imediatamente olho para ele, mas, me surpreendo recebendo outro sorriso lindo e terno, acabo ficando sem graça novamente e pergunto preocupada.

- Tem certeza de que quer fazer isso? - Perguntava sobre a vingança a Elisa.

Ele me coloca na frente, entrando já no elevador com Flor, e naquele momento vejo um Mikhael macabro.

- Pode ter certeza que sim, Alana. - Seu semblante era de puro ódio.

Flor interrompe nossa viagem em devaneio até o térreo.

- Vocês irão mesmo chegar juntos?

Caiu nossa ficha ao mesmo tempo, eu não poderia voltar com Mikhael, mesmo que eu quisesse, se Linda nos visse seria um problema enorme.

- Vocês estão mais de uma hora e meia fora da festa, seria um problema. - Ele fala preocupado.

- Leva Alana com você Flor, por favor. - Mikhael fala apertando minha mão como se não quisesse me deixar sem ele.

- Mikhael... Eu vou ficar bem. - Falo tentando tranquilizá-lo.

Ele não conseguia olhar nos meus olhos.

Saimos na garagem, a van de Flor estava lá também, ele e suas meninas seguiram na frente. Mikhael segurou a minha mão antes que eu pudesse seguir Benjamin.

- Alana... - Ele fala aos sussurros. - Por favor, não saia de perto da seua amiga e do meu irmão.

- Do Raphael também? - Pergunto inocentemente.

Ele rosna a contragosto.

- Sim... Por enquanto, só posso contar com ele para cuidar de você. - Ele se sente muito insatisfeito com nossa atual condição.

Eu sorrio singelamente e toco a mão em seu rosto.

- Obrigada...

Ele segura a minha mão e logo beija-a como um cavalheiro.

- Me desculpe por tudo o que eu fiz até hoje com você... Acredite, estou sendo sincero falando isso. - Ele parecia estar se auto-torturando por dentro.

- Eu sei, mas... - Eu ainda tinha medo que em algum momento eu fosse enxergar o velho Mikhael de sempre.

Ele então me beija, de uma forma terna e cálida.

- Eu vou fazer qualquer coisa para você acreditar em mim Alana. Eu não vou mais te ferir nem te magoar. Não quero ser um idiota me enganando para o resto da vida, eu quero viver e feliz com você. - Ele franzia o cenho estava muito sério.

Eu olho dentro dos seus olhos.

- Então, prometa para mim... - Peço aquilo ainda em hesitação.

Ele coloca novamente as duas mãos em meu rosto olhando dentro dos meus olhos.

- Eu prometo.

Meu pai me ensinou que quando fazemos uma promessa, ambas as partes devem cumprir o que prometeram, naquele momento eu não tinha muito o que oferecer em troca, mas, achei melhor manter em silêncio sobre aquele sentimento que já estava crescendo demais e rapidamente dentro de mim, eu realmente e sinceramente estava apaixonada?

A contradição ainda estava me deixando confusa, ao mesmo tempo que eu precisava saber do que Mikhael era capaz por mim, eu queria provas daquele sentimento, eu queria ver o que ele faria.

Bastou algumas trocas de olhares entre nós dois para sentir que ele falava a verdade. Então resolvi me deixar levar por aquele vendaval louco. O abracei por fim, como aceitando suas desculpas e aceitando o seu sentimento. Eu precisava dar um voto de confiança a ele, ou jamais iria deixar que meu coração se entregasse completamente.

- Nos vemos na festa. - Beijo sua bochecha e saio dali.

Vou em direção a van de Flor, lá dou um último aceno para ele, enquanto isso, me encara de longe como se tivessem lhe arrancado um pedaço.

- Pudim, escuta o conselho do Flor aqui. - Vejo Benjamin sentado na direção. - Se joga meu bem! Mikhael nunca ficou assim por ninguém em todos esse anos que conheço ele e sua família. Quando ele se foca em algo, ele não desiste até concluir ou obter para si.

Fico o ouvindo.

- Você realmente é o diamante bruto que o Raphael tanto me fala, está se moldando as poucos mas, não deixando que ninguém mais pise em você. - Ele sorri pelo retrovisor. - Ao final da festa, pergunte a Mikhael o que aconteceu com aquele vestido que te emprestei da outra vez. Quem sabe assim seja prova suficiente que ele te queira.

Eu fico abismada e curiosa, estávamos quase chegando na festa de Izabel, queria agora saber e muito o que Mikhael fez a respeito daquele vestido que ele me acusou de ter roubado.

Ele chegou na nossa frente, me acompanhou com o olhar a minha chegada, logo Raphael estava a seu lado, os dois estavam conversando encostados no Porsche enquanto eu me aproximava.

Aquela chuva havia cessado, ainda que pingos ainda caíssem, Raphael veio em minha direção e me ofereceu a mão para me retirar dali. Foi quando olhei instintivamente para Mikhael.

- Tá tudo bem Alana, você ainda é minha acompanhante lembra? - Raphael me tranquiliza. - Eu já sei o que aconteceu entre vocês. - Ele pisca de uma forma maliciosa. - O Mikhael não vai me bater por isso. - Ele sorri.

Mikhael faz um gesto positivo com a cabeça e sai dali entrando na festa. Já eu estava um pouco nervosa.

- Tudo bem, vamos. - Falo ao engatar o me braço no de Raphael e criando coragem.

Adentramos na festa novamente, Elisa ainda estava lá.

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Continua... 😉😚

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora