Vinte um

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Cecília passa a tarde comigo, me dando colo, vendo filme. Ela não queria me deixar sozinha naquele dia.

- Filha... - Comendo pipoca sentada na minha cama, ela pergunta. - Nunca pensou em procurar ajuda?

Paro de comer e ver a sessão da tarde que passava na tv para olhar dentro dos olhos da vó.

- O que a senhora quer dizer? - Pergunto um pouco ofendida.

Ela se ajeita na cama e sorri de forma carinhosa.

- As vezes precisamos de um médico para que possa nos ajudar. Você tem picos de depressão, não sei explicar muito bem em termos. Tudo que aconteceu na sua vida te deixou traumas e graves traumas não se superam tão facilmente. Entende?

Fico pensativa por um momento.

- Mas, eu tenho a senhora... E a Luiza... E meus amigos da internet, vocês estão sempre me ajudando. - Falo na inocência.

Ela toca na minha cabeça.

- Alana, quando eu perdi meu marido e meu filho em um acidente de carro, como já te contei, eu precisei ter acompanhamento de um psiquiatra e uma psicóloga. Mesmo que eu não tivesse recursos, recorri a medicina popular mesmo. Acontece que eu tinha pesadelos e morria de medo de ficar sozinha, desenvolvi inclusive síndrome do pânico. - Ela dá uma pausa e suspira. - O que eu quero te dizer filha, é que o seu problema não se resolve apenas com o nosso carinho, entende?

Fiquei pensativa por um longo tempo. Depois sorri para ela e a abracei forte.

- Obrigada vó. A senhora sempre me ajuda muito. Vou procurar ajuda sim, quem sabe né? - Sorri meio sem jeito.

Nossa tarde foi divertida, tomamos café e vemos novela. Depois ela me deu uma surra no jogo de cartas chamado "escova".

Escritório

Linda estava a minha frente, tomávamos um café na sala da gerência.

- Miki, você parece distraído hoje. - Ela sorri com aquele batom vermelho atraente.

Realmente eu estava, não ver Alana, era como não tomar uma droga diária para conter o estresse. Pensei por um momento sobre isso, cheguei a conclusão que realmente a estava usando para descontar minhas frustrações.

- Realmente tem razão. - Olhei para ela bebericando meu expresso. - Se eu te fizesse uma pergunta, seria sincera?

Ela me olhou curiosa após, terminar o café.

- Claro querido, pergunte-me qualquer coisa. - Ela sorri docemente.

Fito os olhos dela por um momento, e sei que Linda muitas vezes mentia para mim quando queria me proteger de algo ou de alguém. De qualquer forma eu já sabia reconhecer.

- Foi você que pegou o vestido de Flor? - A encarei, após, me jogar na cadeira de couro.

Quando linda mentia ela costumava a piacar algumas vezes, mais rápido que o normal.

- Eu? - Ela pisca descontrolada, mas, tentando parecer sincera. - Claro que não querido! Por quê? O que aconteceu?

De repente minha porta do escritório se rompe, De La Flor entra com o vestido nos braços.

- Mikhael! Olha para isso! Eu o encontrei!

Rick tentava conter Flor, mas, pedi que ele saisse da sala e nos deixasse.

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora