Trinta e quatro

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Aquela era a semana do grande aniversário de Izabel, pelo que eu havia entendido em nossas conversas por Whats, ela disse que seria uma festa baseada no século XV.

Seria um baile de máscaras, um pouco mais atualizado para nossa época, por causa da série de músicas que teríamos de nosso atual século.

Eu estava babando em meu travesseiro, eu não fazia outra coisa melhor nestas férias. Acordei dez horas da manhã, meu celular tocava a melodia do EXO-MONSTER, adoro essa música.

- Alô? - Falo sonolenta e atendo no viva voz.

"- Mana! Preciso que venha a um salão hoje! - Izabel passou a me chamar de mana, era ainda estranho para mim."

- Salão se beleza? - Pergunto me sentando na cama e coçando os olhos.

"- Não bobinha! O Rapha tá chegando ai! Ele te explica! Se arruma e põe o seu salto! Vem logo!"

Ela desliga o telefone, escuto umas batidas na porta logo em seguida. Raphael estava parado ali com aquele sorriso malicioso de sempre.

- Bom dia donzela! - Ele se curva me cumprimentando. - Bela pantufa de ursinho. - Ele ri olhando meus pés.

Eu fico sem graça e dou as costas para ele.

- Ursinhos são fofos, tá? - Me faço de emburrada e logo dou risada.

Ele me abraça quase me esmagando. Eu grito e ele para.

- Te arruma logo, porque tenho que ser seu par hoje! - Ele me empurra pra frente do guarda-roupas.

- Meu par? - Pego um vestido azul simples de dentro do armário e aqueles sapatos de salto que usei na festa de Benjamin.

- Sim! Hoje é o grande ensaio! - Ele gesticula como um nobre da antiguidade muito teatral.

- Perai! A gente vai dançar "valsa" na festa dela? - Franzi o cenho na hora.

Ele faz um sinal positivo com a cabeça para mim.

-  Raphael eu mal sei dançar pop, quanto mais valsa! - Estava apavorada.

Ele começa a rir.

- Alana, Izabel vai fazer uma abertura com uma música especial no aniversário dela, assim que ela entrar na festa. Precisa que tenha no mínimo seis pares dançando ao seu redor, enquanto ela dança sozinha.

- Meu Deus... - Começo a rir sem graça. - Ela quer literalmente um baile.

- Sim, e você é meu par!

- E quem vai ser o da Luiza? - Pergunto indo ao banheiro para tomar um banho e me arrumar.

- O Rick. - Ele ri.

- O secretário do Mikhael? - Espio ele pela porta impressionada.

- Ele mesmo, inclusive meu irmão será o sexto par com Linda na dança. Ele resolveu ir fazer esse papelão também, não me pergunte porque. - Se faz de idiota e era visível.

Eu estreito os meus olhos para ele, Raphael tá aprontando alguma coisa, só pode.

Tomo o meu banho, me arrumo e saio com ele depois de prender o meu cabelo e passar um lápis nos olhos. Ao menos eu tinha que estar apresentável nesse ensaio.

Quando eu cheguei no salão enorme, haviam quatro casais, contando com Luiza e Rick que pareciam trocar faíscas de raiva. Algo não estava dando certo para aqueles dois.

- Amiga! - Luiza vem correndo e me abraça se jogando em mim. - Colocaram uma múmia comigo! - Finge que está chorando.

Izabel vem em nossa direção.

- Oi maninha! Ai! Luiza pelo amor de Deus! Você errou quatro vezes! O Rick se esforça ao máximo para te conduzir. - Ela põe as mãos na cintura fingindo estar brava, olhando o drama da Lu.

- Aff... Pelo amor Luiza... Recomponha-se! - Faço ela me encarar. - Tenta pelo menos louca!

Fico sem graça e olho para Izabel.

- Eu só faço isso porque é seu aniversário. - Faço cara feia.

Mesmo assim recebo outro abraço "esmaga alma" da Izabel. Raphael e Izabel se fossem irmãos em termos de abraçar alguém esmagando seriam quase gêmeos. Depois de sentir meu corpo esmagado, Raphael me arrasta até a área de dança.

Ficamos duas horas ensaiando a coreografia que consistia em movimentos simples, mas, quando chegava no refrão os pares trocavam suas parceiras para outros homens.

Naquele momento, eu rodopiava até onde Rick estava, Luiza rodopiava até o casal de amigos da Izabel. E assim por diante. O coreógrafo era um Coreano muito gentil, seu nome era Jang Geun Ayeo, como fã de k-pop eu estava encantada com o talento dele, era muito bonito também.

Ele nos deu todos os passos e expressões faciais que deveríamos usar, a máscara que vamos usar eram de rendas pretas só cobria os olhos, eram lindas. A dos homens cobria o rosto todo e era branca sem expressão.

Era curioso, eu estava ficando ansiosa com esta festa, nunca fui a um baile de máscaras aquilo me deixava preocupada e ao mesmo tempo feliz.

Fizemos uma pausa. Ao que parece Linda e Mikhael viriam mais tarde para o treino, assim eu não precisaria ter que encará-los.

No final do ensaio fomos almoçar, era um restaurante novo no centro da cidade mas, com um clima excelênte.

Luiza e Rick estavam se cutucando na entrada, aquilo estava me deixando preocupada.

Nos reunimos na mesa próximo ao bifê, sentei ao lado de Luiza.

- Tá agora me fala por que você e o Rick estão assim?

Luiza bufa e revira os olhos, Rick a encarava sério do outro lado, na outra ponta da mesa.

- Quando eu cheguei para o ensaio e Izabel me designou a ele, eu fiquei muito irritada, porque eu sei que ele é o cachorrinho do demônio. - Ela gesticulava fazendo orelhinhas e chifres, era engraçado. - Eu não gostei nem um pouco, mas, ai ele me disse que só estava ali porque Mikhael o cedeu gentilmente. Ai, repondi: - Aquele Judas JR é gentil por um acaso? E ele me respondeu: - Dependendo do seu ponto de vista, sim, ele é. E desrespeitar uma pessoa quando não se está na frente dela é bem típico de classe social inferior. - Ela fecha os olhos de raiva. - Alana eu só não dei um murro na cara dele, porque o Jang colou literalmente meu corpo no dele. - Ela vira a cara vermelha.

Peraí, ela está sem graça? Tá certo, eu adimito que aquele moreno de olhos azuis e nerd não é feio, mas, será que Luiza gostou de colar no Rick? Eu rio dela e ela me cutuca forte. O almoço seguiu engraçado, até na parte em que Rick alfineta Luiza o tempo todo.

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Continua... 😉

Eu também sou mulher! - [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora