Something Secret

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Acordei com os raios de sol penetrando meu rosto e percebi que alguém tinha aberto as janelas. Minha mente recebeu a enxurrada dos acontecimentos de ontem e eu sentei-me rapidamente, olhando para a barreira de sal.

Não passava de uma fina marca preta.

Arquejei fortemente e lembrei-me de Hoseok, olhando para os lados e vendo-o em pé, de frente para minha janela, debruçado sobre o parapeito. Suspirei aliviada e deitei de volta, mas minha nuca foi de encontro com a cabeceira.

– Ai! – massageei o local com cuidado, fazendo careta e chamando a atenção do fantasma de Hoseok.

– Oh, você acordou – ele se aproximou e sentou na beirada da minha cama, passando a mão por meu cabelo. – Está bem?

– Sim, estou bem, e você? – esfreguei os olhos e sentei novamente. Hoseok sorriu para mim, o sorriso mais verdadeiro que ele já me dera.

– Também estou bem – ele respondeu.

– Acho que posso imaginar o porquê de sua felicidade – eu disse. Hoseok apoiou o rosto nas mãos, parecendo mais feliz ainda.

– Tenta adivinhar, então.

Nem foi preciso muito esforço de minha parte, afinal de contas, eu já tinha notado na noite anterior, antes de dormir.

– Você consegue tocar.

– Que esperta, você – ele bagunçou meus cabelos, sorrindo.

– Mas... Como isso é possível? Você está... Você sabe... Morto.

Hoseok não pareceu ficar ofendido com minhas palavras, ele pareceu pensar por longos minutos, enquanto eu fazia a mesma coisa. Em todas as minhas aventuras com os fantasmas, eu não tinha visto nada parecido. Eles não podiam tocar em nada, eram almas tristes vagando pela terra por causa de assuntos pendentes, e alguns me procuravam pela amizade, por ter com quem contar e com quem desabafar, e quando estava sob meu alcance, eu até ajudava alguns.

– Eu não sei como isso é possível – ele respondeu, ainda pensando, mas não tirando o sorriso do rosto. – Eu estou adorando, isso é o que importa.

Soltei alguns risinhos e disse que iria fazer minhas higienes. Hoseok assentiu e desapareceu, me dando privacidade.

Assim que adentrei no banheiro, escovei os dentes, tomei banho – graças a Deus, o reflexo de Bryan não apareceu –, troquei de roupa e desci as escadas. Estava estranhando que o sol estava tão alto no céu. Eu havia dormido muito?

Quando pus meus pés na sala principal, vi os empregados apressados, correndo de um lado para o outro, levando e trazendo coisas. Franzi as sobrancelhas. O que estava acontecendo?

– Ei – parei um empregado que levava um jarro com flores vermelhas. – O que está acontecendo?

– Não sabe, senhorita Aimee? Hoje é a festa de noivado do seu pai e de Suzan! – e antes que eu falasse mais alguma coisa, ele desapareceu, alegre e saltitante.

A festa deveria ser tão legal assim?

Argh, odeio festas que meu pai dá aqui na mansão. São cheias de convidados ilustres da alta sociedade, que não conseguem beber um copo de água sem levantar o dedo mindinho. Sinceramente, prefiro comer meu pão com queijo a ser igual a eles. Por outro lado, era como se eu fosse transportada a outro mundo; festas de gala sempre chamavam a minha atenção, pelos vestidos lindos e caros, pela música calma e antiga, e pelo ambiente também.

Era a festa de noivado do meu pai e de Suzan. Aquilo estava realmente acontecendo, e daqui a pouco tempo, ambos estariam no altar, pondo alianças na mão do outro e selando um contrato divino e em papel. Casamentos eram o meu fraco, eu não tinha saco pra ficar sentada esperando um padre falar um monte de coisas, e não sabia muito menos o porquê de alguns chorarem. É tão emocionante assim?!

– Perdida, menina? – virei-me e vi Dominic, com um sobretudo marrom, calças, sapatos e segurava um charuto. – Eu estava indo para a cidade, quer ir junto?

Neguei com a cabeça, gentilmente.

– Não, obrigada.

Ele deu de ombros e saiu do meu campo de vista. Fui para a cozinha, afim de comer algumas – várias – coisas, mas me surpreendi ao ver que Suzan e James estavam lá. Eles cochichavam, como se não quisessem que ninguém os escutasse.

Me espremi na parede e resolvi tentar ouvir o que era de tão secreto.

– Fique calma, Suzan, vai dar tudo certo!

– Mas ele... Ele disse que iria matá-lo nesta festa! – Suzan parecia estar chorando. – Eu não posso ficar de braços cruzados.

– Você me disse que ele te ameaçou, não foi? – James indagou. Depois de um silêncio, cheguei a cogitar a ideia de eles terem me descoberto, mas então Suzan respondeu:

– Ele disse que mataria não só Nicolas, mas todos nós.

Tampei a boca e andei dois passos para trás. Eu não estava entendendo direito. Alguém, obviamente queria matar meu pai e Suzan estava desesperada, mas quem poderia fazer uma coisa dessas? Obviamente meu pai tinha amigos e muitos inimigos com essa coisa de subir de ranking na riqueza, mas... Quem seria tão frio a ponto de querer matar alguém?

Não foi como nas cenas de filmes que eu derrubava alguma coisa e chamava a atenção dos dois.

Foi pior.

– Aimee, eu preciso falar com você – escutei Hoseok sussurrar bem perto do meu ouvido. E aquilo me fez dar um pulo de susto e gritar.

Isso mesmo. Gritar.

Eu falei que tinha sido pior.

Quando me dei conta do que tinha feito, fora tarde demais. Hoseok me encarava assustado, e James me viu. Corri pelas escadas e me tranquei em meu quarto a tempo.

Em poucos segundos, Hoseok estava dentro do meu quarto.

Eu andava de um lado para o outro, pensando. Se James e Suzan estavam tentando evitar a morte do meu pai, então eu deveria ajudar, não era mesmo?

– Aimee... – Hoseok começou, mas eu virei minha mão espalmada para ele.

– Agora não, Hoseok.

Eu precisava falar com James e saber o que estava acontecendo direitinho. E também precisava saber sobre esse cara que queria matar o meu pai, e que ameaçou Suzan, dizendo que iria matar toda essa família. Eu caí de um avião, estou tendo que aguentar um demônio por tempo indeterminado e vai ser fácil assim me matar?

Ele que pensa.

– Mas, Aimee...

– Hoseok, por favor, agora não – parei de andar, pondo as mãos na cintura e respirando fundo. Meus pensamentos estavam viajando a incríveis velocidades, que eu mal conseguia acompanhá-los. Estava ficando confusa.

Meu Deus, a festa seria hoje!

– Aimee!

– O que é, Hoseok? – me irritei. Hoseok caminhou lentamente até mim, segurando carinhosamente a minha mão, e respondeu:

– Eu estou vivo.

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Olá, como vocês estão?

Gostaram do capítulo?

Tem teorias?

Quero dizer que meu bloqueio em Ghost foi definitivamente quebrado e vocês irão ver capítulos com mais frequência ^^

OBRIGADA PELOS 10K, VENHAM AQUI PRA EU BEIJAR VOCÊS, VENHAM, VENHAM ❤❤❤ vocês são um amorzinho, eu amo muito vocês ❤❤

E... É só xD

Beijocas ❤

Ghost (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora