Son of a... Book

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Desci do Jeep juntamente com Hoseok para adentrar na livraria cujo minha vó havia mencionado. Estava frio, então estávamos de casaco. O vento batia forte contra nosso rosto, anunciando uma tempestade. A entrada da livraria fazia um contraste assombroso com o tempo; ela era antiga, talvez estivesse aqui ainda antes de eu ter nascido.

Por que será que minha avó havia vendido esse livro? Qual seria o real motivo de isso ter acontecido?

Antes que eu pudesse formular mais perguntas, Hoseok falou:

– Estou enjoado. Estados Unidos é grande demais, tudo parece ser longe – ele fez sinais de que iria vomitar, mas eu segurei seu ombro.

– Hey, precisa aguentar, okay? – ele assentiu, ainda parecendo mal. – Qualquer coisa tem uma lata de lixo bem ali – apontei com a cabeça. Hoseok assentiu levemente e foi andando até a mesma; não precisou de três segundos até que colocasse tudo para fora.

Esperei com paciência enquanto ele se ajustava. Hoseok estava pálido, quase verde. Eu não poderia deixar que ele me acompanhasse daquela maneira.

– É melhor você ficar dentro do carro – pedi. O coreano negou com a cabeça.

– De maneira alguma. Eu estou aqui para te proteger – Hoseok sussurrou. Estava quase desmaiando. O segurei pelo braço e, contra sua vontade, o coloquei dentro do veículo.

– Eu sei me cuidar sozinha – dei um beijo em sua bochecha –, se eu precisar de algo, eu grito.

– Grita mesmo?

– Gritarei "Christian Grey". Tudo bem?

Aish, vocês meninas só pensam nesse Cinquenta Tons de Cinza. Não vejo a graça – ele revirou os olhos. Fiz-lhe uma expressão maliciosa. – Eu acho que vou vomitar novamente.

Dei tapinhas em suas costas.

– Você vai ficar bem – me aprumei no casaco. – Eu vou entrar agora. Já sabe o que eu vou gritar, se precisar de algo, não é?

– Sim, sim – ele fez movimentos com a mão para que eu fosse logo. Sorri.

Ao adentrar na biblioteca, percebi o quão pequena era. Não tão pequena, mas não era uma da qual as pessoas sentiriam vontade em visitar, com livros antigos sobre história na vitrine, e não opções novas. Aquela não era uma biblioteca comum.

Me aproximei da atendente, uma mulher de cabelos ruivos e sardas por todo o rosto, que lia um livro desconhecido por mim. Limpei a garganta, chamando sua atenção, e ela pareceu ser desperta do mundo em que se encontrava. Seus olhos eram verde esmeralda e pareciam um pouco chateados com a minha presença.

– O que deseja? – ela quis saber.

– Preciso de um livro.

– Todos que vêm aqui precisam de um livro. Seja mais específica – ela foi sarcástica com razão, convenhamos.

– Bom... É... Minha vó o vendeu para cá quando tinha vinte e poucos anos...

– Meu bem, eu trabalho aqui há cinco anos – ela colocou o livro que lia em cima da bancada. – Bom, já é um passo. Esse livro de que fala deve estar no porão. – Ela fez um sinal para que eu a seguisse, e foi o que fiz. A mulher vestia um vestido longo de mangas curtas, apesar do frio, e creio que nesse local estava mais frio do que lá fora. Talvez ela estivesse acostumada. – Sabe, pelo menos, o nome do livro?

– Acho que se chama Maldições Maléficas ou apenas Maldições, só que está em latim – ela parou de andar por alguns segundos, deveria estar pensando onde o livro se encontrava. – Você tem um Google Tradutor no seu celular? Talvez possa nos ajudar a descobrir...

Ghost (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora