11. SÁBADO

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Maurício Miller

Dormir com Arthur me fez acender uma chama que a muito tempo estava apagada. Sentir seu corpo junto ao meu me fez querer tê-lo ainda mais ao meu lado. Esse garoto deixou minha cabeça de pernas aos avessos, me desconcertou de um modo que somente a presença dele pode concertar.

Uso sempre a desculpa de pedir um café só pra vê-lo. Isso várias vezes no dia. Ele me faz tão feliz que posso dar pulos de alegria, embora esteja longe de cogitação eu demonstrar isso.

Acordo como nunca acordei antes, sinto seu corpo sobre o meu. Não estamos mais de conchinha como quando pegamos no sono. Agora ele está com a cabeça sobre meu peito direito e uma mão sobre o outro peito e eu é claro abraçado com o seu corpo.

- Acorda meu pequeno.- Digo dando beijinhos em seus lábios carnudos.

Ele se meche, mas parece não funcionar. Decido tentar mais uma vez.

- Maurício, me deixa dormir. Hoje é sábado.- ele diz de olhos fechados.

- Por isso mesmo. Hoje é sábado e não vamos trabalhar e quero passar o dia todo com você.

- Só mais cinco minutos.- ele diz, e eu concordo pois mesmo querendo levantar da cama a sensação de estar abraçado com meu pequeno vale a pena esperar mais uns cinco minutinhos.

Passados os 30 minutos, isso mesmo 30 minutos. Nos levantamos fizemos nossa higiene matinal e saímos do quarto. 

- Nossa.- Ele diz surpreso.- Quem limpou a sala Maurício?

- Vem quero que conheça uma pessoa.

O conduzo até a cozinha e lá está ela.

- Lurdes.- Digo chamando sua atenção.- Esse é o Arthur.

Ela para e o analisa por um segundo apenas. Admiro isso em Lurdes por conseguir traçar o perfil da pessoa apenas olhando pra ela.

- Maurício, você não disse que ele era tão bonito assim.- ela diz indo em sua direção para lhe dar um abraço.- Então é você o tal do Arthur?

- Sim, sou eu mesmo. Ele responde sem graça mais com um sorriso no rosto.

- Ele não parava um minuto se quer de falar em você.- Ela começa revelando.- Quando ele chegou aqui bufando de raiva dizendo que um garoto teve a audácia de enfrentá-lo, que ninguém nunca teve coragem de falar com ele desse jeito, eu percebi que esse monte músculos tinha se apaixonado.

- Já chega né Lurdes.- Digo cortando o barato dessa linguaruda.

- Olha aqui seu bombado metido a besta, não me manda ficar quieta tá me ouvindo, ou te deixo sem janta.- Ela diz e percebo que Arthur está rindo debochadamente da minha cara.

- Vocês dois me tiram do sério.- digo sentando na cadeira da bancada na cozinha.

- Vem rapaz, você tá muito magrinho, vou te encher de comida. Porquê vai precisar de sustança pra aguentar esse grandão aí.- ouço ela dizer e dessa vez sou eu que não seguro o riso, imaginando a cara que Arthur deve estar.

Arthur senta na cadeira ao lado da minha e pousa sua cabeça em meu ombro, esperamos Lurdes colocar todo o café da manhã e ela se juntar a nós para tomarmos café juntos.

- Seu rosto me é muito familiar Arthur.- Lurdes começa com sua mania de sempre achar que já viu uma pessoa antes.- Dou de ombros e contínuo tomando meu café da manhã.

- Sério?- ele pergunta.

- Sim, nunca te vi antes. Mas seus traços me lembra muito alguém, mas não me recordo quem.

O Gato Do Meu Chefe. (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora