6. SR. MILLER

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Maurício Miller

Todos temos segredos em nossa vida. Desde crianças fazemos isso, sejam juras de amor, votos de amizades, coisas horríveis. Não importa a forma segredos são segredos.

Alguns são bons, e outros muito ruins. Mas o que importa é o que você decide fazer com eles. Guardá-los para si e levá-los para o túmulo, ou expo-los e tentar superá-los, dividir com alguém o que te faz feliz ou te perturba.

Meus segredos tiram meu sono noite após noite. Quem dera fossem bons segredos. São tantos, alguns interligados aos outros que acaba virando uma cama de gato.

Como eu queria superá-los, mas não sei como. Fico sem reação quando algum vem a tona. Minha vida está longe de ser perfeita como todos imaginam.
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- Olá Arthur. - digo vendo sua cara de surpresa.

- Você. O que faz aqui?- pergunta incrédulo com a cena.

- Papai, imagino que não contou sobre mim não é?

- Como você pediu meu filho.- diz meu pai me encarando com um leve sorriso.

- O que está acontecendo aqui? Eu não estou entendendo mais nada.- Arthur diz ainda me encarando.

- Calma rapaz, imagino que meu marido e meu filho tem uma explicação para isso não é mesmo?- diz minha mãe alternado o olhar entre mim e meu pai.

- Claro que sim mamãe.

Saio da entrada da sala de jantar e caminho em direção a mesa. Arthur continua me encarando. Me sento ao seu lado e o vejo desviando o olhar.

- Explique para ele filho.- diz minha mãe.

- Pois bem, Arthur você irá trabalhar como meu assistente pessoal. E não com o meu pai.

Ele me encara, não consigo decifrar seu olhar. E que olhar.

- Porque não disse que era filho do Sr. Miller? E por que não disse que não trabalharia para ele e sim pra você?- ele faz uma pausa.- Eu não estou entendendo nada.

- Você vai sim trabalhar para o Sr. Maurício Miller.- começo me explicar.- Mas não para esse Maurício Miller. - olho para meu pai.

- Agora estou mais confuso.- diz ele.

Estendo a mão direita para que ele aperte.

- Muito prazer Sr. Ribeiro, me chamo Maurício Miller Filho.- ele encara minha mão com surpresa com minha declaração estampada na cara.

Logo ele aperta minha mão. Seu toque é suave e quente. Mas dessa vez sem choque, como aconteceu da última vez.

- Bom rapazes vamos comer antes que esfrie. Mathias traga mais um prato e talheres.- minha mãe pede ao mordomo.

- Sim dona Bárbara.

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Arthur Ribeiro

O restante do almoço foi calmo e silencioso. Saber que aquele homem será meu chefe não é uma boa notícia de se engolir.

E o mais inacreditável é que não sei o quanto seu humor pode variar. Como ontem naquela entrevista, onde me tratou como se eu fosse nada e mal me olhou nos olhos.

Mas depois que o vi na porta de minha casa, ou até mesmo sentado em meu sofá, vi que embora seja estupidamente arrogante - como todos falam-, ele me parece ser uma boa pessoa- como Rick me disse-.

O Gato Do Meu Chefe. (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora