Uma garota como qualquer outra adolescente, com uma vida promissora e repleta de possibilidades. No entanto, uma doença a confina a uma cama de hospital, onde ela enfrenta dois longos anos de intensa dor e inúmeras experiências transformadoras. Dura...
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►Alice◄
Despertei pela manhã com um sentimento de alegria, como se soubesse que boas notícias estavam a caminho. Minha mãe passou a me ver antes de ir para o trabalho. Hoje, meu pai não veio, apenas Fernanda. E, para ser honesta? Ela tem sido uma amiga incrível, uma madrasta exemplar! Minha mãe tem estado um pouco diferente ultimamente, toda sorridente. Apesar de tudo, ela parece feliz. Estou começando a suspeitar que ela possa estar namorando ou apaixonada, algo do tipo! Estou curiosa para saber quando ela vai me contar sobre isso.
— Mãe?
— Oi, filha? Está tudo bem? Precisa de alguma coisa? - minha mãe com seu jeito apressado e sua mania de fazer várias perguntas de uma vez. Talvez seja um traço de psicóloga.
— Calma, mãe, uma pergunta de cada vez. Estou bem e não preciso de nada. Não precisa se preocupar tanto. Mas você, tem estado muito alegre ultimamente, com essa cara de boba alegre. O que aconteceu? Está namorando?
— Alice!!! Me respeita, mocinha! Você pode estar no hospital, mas ainda posso te repreender, viu? - não consigo conter a risada.
— Mãe, relaxa! Não mude de assunto.
— Estou feliz porque você está se recuperando.
— Só isso?
— Sim. Só isso.
— Ok, dona Cecília.
E assim ela partiu para o trabalho. Logo após, Fernanda surgiu, toda vibrante, trajando seu famoso casaco de estampa de oncinha, que a faz parecer uma verdadeira perua. Para quem não conhece Fernanda, poderia facilmente julgá-la assim, mas quem a conhece bem, como eu, sabe que por trás dessa aparência, ela tem um coração generoso.
- Olá, Alice! - disse animada.
- Oi Fernanda, que surpresa. Está tudo bem?
- Estou ótima. E você? Melhorando a cada dia né? Estou gostando de ver em. – Ela tem essa mania de fazer perguntas e respondê-las com afirmativas.
- É, estou melhor a cada dia, o tratamento está surtindo efeito.
- Graças a Deus! Fico feliz.
- Com toda certeza! E o meu pai?
- Olha Alice- suspirou fundo e manteve o olhar além da janela do quarto, com certeza pensando nele ou em algo que ele fez. – Não me fale dele, hoje discutimos por sua causa. Mas não se preocupe, não a culpo por isso - Tão gentil- Ele foi para aquela empresa que ele preza mais do que tudo, disse ter muitas coisas a fazer e necessitava colocar tudo em ordem. Quando puder, vem te ver. Palavras dele.
- Não se preocupe, já estou acostumada com essas atitudes do meu pai.
- Sinto muito Alice. Não fique triste, você está melhorando. Tem que se animar, certo?
