CAPÍTULO 28 - Medo da perda

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►Vini◄

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►Vini◄


Perder alguém é a coisa mais difícil que existe e eu sei bem disso, eu senti uma perda enorme, sei que foi uma total perda de tempo, mas eu achava que ela era uma boa pessoa, eu achava que ela estava realmente morta, enfim, perde alguém é a coisa mais difícil que alguém pode passar, é o sentimento mais o horrível que existe.

Pensar em perder Alice, o amor da minha vida, ela sim eu posso dizer com todas as letras que é o AMOR da minha vida, não posso nem pensar nessa possibilidade de perdê-la.

É nos momentos difíceis, naqueles que você não vê saída, onde pensa que realmente vai perder a pessoa que você ama, o desespero bate e você percebe que a ama como nunca amou antes, o quanto almeja viver muitos anos ao lado dela e aproveitar cada um deles. E daí você se dá conta que precisa fazer muito mais por ela, que o que fez não foi suficiente, precisa urgentemente fazê-la feliz como nunca.

Esses são meus pensamentos, meus medos, minha angústia quando eu vi Alice perder os sentidos bem na minha frente, foi assustador. Tantas coisas passaram pela minha mente, será que ela voltou a ficar doente? Será que ela voltaria para o hospital? Se isso acontecer, ela pode ter certeza que irei ficar ao lado dela sempre, farei muito diferente que aquele crápula do Carlos.

Eu sei que deveria ser positivo, eu sei bem, mas é inevitável, o medo, ah, o medo de perder a pessoa que se ama é assustador. Para nós pode parecer que estamos juntos a anos, mas eu tenho total consciência que é pouco tempo, foi pouco, precisamos de mais, de mais tempo.

- Dona Alice, o que foi que eu disse quando você saiu daqui? - sou tirado dos meus devaneios pelo Dr. Thalles, médico que acompanhou sempre Alice - Você teria que seguir as instruções, receitas e regimes à risca. - é bom que ele a repreenda, pois está se alimentando muito mal, não estava tomando os remédios e vitaminas receitadas por ele, olhei com cara feia para ela, que abaixa a cabeça.

- Eu sei doutor Thalles, me desculpa! É que aconteceram tantas coisas, tanta coisa mudou e tudo ficou uma correria. E acabei me atrapalhando. - Suspirou Alice olhando para suas mãos que estavam deitadas em seu colo.

- Alice, independente da situação, não se esqueça da sua saúde, você mais do que ninguém tem que se cuidar. Você sabe muito bem disso.

- Eu sei, eu sei. Vou me cuidar, prometo! - disse Alice olhando séria para o doutor Thalles ou tentando fazer sua melhor expressão séria.

- Espero que se alimente melhor, tome os medicamentos e vitaminas, ok mocinha? - determinou o Dr. Thalles.

- Sim senhor! - falou Alice fazendo o gesto de continência.

- Pode deixar doutor que vou cuidar para que ela se alimente bem e tome todos os remédios receitados. - falei.

- Ótimo!

- Ah, não. Você vai ficar no meu pé o tempo todo, Vini! - disse ela fazendo manha.

- Vou mesmo, pode se preparar mocinha. - falei sério.

- Quanto mais gente pegar no seu pé, melhor. - disse Dr. Thalles rindo.

- Fala sério!!!

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Eu e Alice conversamos sobre tudo isso, tudo que vem acontecendo, sobre ela não está se cuidando bem. E que de certa forma eu tenho um pouco de culpa, acabei levando-a para minha vida maluca, e tudo ficou uma correria para ela, ainda tanta coisa está acontecendo. Combinamos que se acontecer algo, se ela se sentir sobrecarregada era para conversar comigo, guardar esses sentimentos não é bom, tentar superar sozinho não é fácil, aprendi isso com ela, e é um conselho que vou levar sempre comigo. E mais do que nunca ela precisa se cuidar, por tudo que ela passou e por tudo que superou. A convenci que ela teria que conversar com os pais sobre isso, sobre o que aconteceu hoje.

- Vini?

- Que? - estamos sentando no sofá do apê que ela dividia com os amigos.

- Tem certeza disso? Minha mãe vai surtar e não vai me deixar ficar mais aqui. - Levantou sua cabeça para me olhar, apoiando seu queixo no meu peito.

- Alice, meu amor. Você precisa ser sincera com eles, ser honesta. Eles mais do que qualquer outra pessoa sofreu muito vendo você, dias e dias, internada.

- Eu sei, tudo bem. Você tem razão! - disse tristonha, mas antes que eu pudesse responder à campainha tocou.

- Alice!! - disse dona Cecília a abraçando. Antônio entrou e me cumprimentou.

- Vinícius! - disse ele.

- Como vai Antônio? - nos cumprimentamos com um aperto de mãos.

- Pai, mãe. Sentem aqui. Preciso contar algo. - disse Alice.

- O que houve Alice? Aí meu Deus! Não me diga que você está grávida? - falou dona Cecília com os olhos arregalados.

- QUE?? MÃE! - gritou Alice e eu dei risada, mas parei na mesma hora que Antônio me deu uma encarada feia.

- Não, de jeito nenhum. O assunto é sobre a saúde da Alice. - Me pronuncie.

- Como assim? - perguntou Antônio.

- É que. - falou Alice, mas parou e me olhou.

- É o seguinte, a Alice passou mal hoje, muito mal. Ela perdeu os sentidos e eu a levei ao hospital.

- O QUE? - Dona Cecília falou surpresa.

- Eu pensei que Alice estivesse bem. - disse Antônio.

- Eu também. - falei encarando-a.

- É que nos últimos dias eu não tive um tempo legal para me alimentar e meio que acabei não tomando os remédios e vitaminas que o Dr. Thalles havia passado.

- ALICE!!! - gritou a dona Cecília - Pelo amor de deus! Você enlouqueceu?

- Calma mãe. Eu também levei a maior bronca do Dr. Thalles. Prometi a ele que iria me cuidar.

- Só isso não me garante merda de nada, Alice. Meu Deus!

- Calma Cecília, Alice já é bem grandinha. Sabe se cuidar.

- O que? Antônio Alice passou mal hoje. Você tem noção? Meu Deus! - Dona Cecília começou a andar de um lado para o outro.

- Mãe! Calma por favor! Olha...

- Calma, Alice? Como você me pede calma? Você vai arrumar suas coisas e voltar para casa hoje mesmo.

- O que? - perguntou Alice apreensiva.

- É isso mesmo.

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