Por Sakura
Eu não pude acreditar na cena que via, meu pai estava bem ali na minha frente, eu queria abraçá-lo, mas os meus pés me traíam mantendo-se presos ao chão, não conseguia mexer minhas pernas e parece que papai também não.
Ele tinha me feito uma pergunta, mas eu não conseguia responder devido ao nó que se formava em minha garganta. Era tudo muito estranho, eu queria aquilo, mas não sabia como agir. Respirei fundo, contei mentalmente até dez, mas parecia ser até o cem.
— Sim papai, sou eu – falei rápido demais para que minha voz não me traísse;
— Minha filha, eu não acredito que estou te vendo aqui – papai estava nervoso igual a mim, nesse momento eu senti que precisava ser forte e continuar;
— Acredite, porque é verdade – suspirei tomando coragem - Eu sei que as coisas entre nós não estão das melhores, mas já estava na hora de resolvermos isso – Eu não podia perder o fio da meada, estava quase atropelando as palavras pela voz embargada;
— Mas filha... - ele me interrompeu;
— Papai, por favor me deixe falar tudo de uma vez, eu preciso – ele assentiu – o senhor sabe porque eu saí daqui... eu tentei de todas as formas te convencer, mas eu não consegui e fui embora. Naquela época foi a melhor decisão pra mim;
— Sim, filha... Eu sei – papai falava e olhava pras suas mãos;
— Pois então, aquela Sakura que foi embora não é a mesma que está aqui em sua frente. Hoje eu sou adulta, médica, independente e dona da minha vida, mas ainda possuo assuntos pendentes. Eu não iria conseguir assumir essa Sakura adulta senão os resolvesse. Eu gostaria de te pedir desculpa por tudo que eu fiz de errado, mesmo que na minha cabeça estivesse certo – respirei fundo – Gostaria de ter o senhor em minha de novo, será que o senhor também me aceita na sua?
— Sakura... - papai sem palavras era muito raro – Eu sei que eu nunca fui o melhor pai do mundo, mas é lógico que eu quero minha filha de volta a minha vida, você não sabe o quanto eu esperei por este momento.
Antes que ele falasse mais alguma coisa corri até ele, me joguei em seus braços e desabei todos o choros guardados da saudade que eu sentia dele. Demorei, mas entendi que papai foi tão vítima do destino quanto eu, ou até pior. Além de perder sua mulher, ele também tinha perdido sua filha, mas por escolha minha que decidi ir embora.
Quando eu cheguei a essa conclusão me senti tão cruel, me culpei durante muito tempo, mas culpa não resolve as coisas erradas que fazemos, ela nos mostra que não devemos fazer aquilo mais uma vez. Tudo na vida é aprendizado... Mamãe sempre me dizia que na vida aprendíamos as coisas por duas formas, pelo amor e pela dor, mas no fim tudo será aprendizado. Culpa é dor e eu convivo com ela desde quando fui embora.
— Me perdoa papai, por favor – chorava em seus braços – naquela época eu não sabia o que eu sei hoje. Me desculpa por tudo;
— Meu amor, a flor de cerejeira mais bonita do meu jardim é claro que eu te perdoo. Você é minha filha – papai também chorava, mas de forma discreta, do seu jeito – eu também poderia ter facilitado as coisas, ter enxergado o seu lado, mas eu fiquei cego pela dor da perda de sua mãe e pela minha teimosia;
— Eu te amo papai, eu senti muito a sua falta;
— Eu te amo, minha menina – colo de pai era tudo que eu precisava agora – saudade é pouco perto do que eu senti.
Eu e papai conversamos por um bom tempo e sobre várias coisas. Ele perguntou onde eu estava e falei que estava na casa do Naruto e expliquei pra ele os motivos, e ainda bem que ele entendeu, um desafio de cada vez, eu disse.
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Daylight
ФанфикSasuke e Sakura eram amigos desde os cinco anos de idade, mas com o passar do tempo perceberam que em seus corações havia muito mais que isso, então um amor ardente e verdadeiro surgiu criando o mais forte laço entre o seres humanos... Mas por circu...