Capítulo 23 - Cupidos

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Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo Tempo Tempo Tempo
Quando o tempo for propício
Tempo Tempo Tempo Tempo

(Oração ao tempo - Caetano Veloso)

Por Sasuke

Minha cabeça está uma pilha de nervos pelos acontecimentos da noite passada, quase não preguei o olho e Sakura não sai dos meus pensamentos. A pouca certeza que eu tinha de alguma coisa se desmoronou por completo e eu me sentia completamente cego.

- Foco Sasuke, foco! - repetia pra mim mesmo numa inútil ideia de despertar a mim mesmo.

Olhei no celular e notei que são apenas 06:03h da manhã e meu vôo é apenas as 09:00h, só teria que chegar no aeroporto às 08:00h. Mas como eu não estava mais afim de enrolar decidir me levantar e tomar um banho obviamente gelado.

Já estava pronto, com mala e mochila na mão fui até a cozinha tomar café da manhã com minha família, teria que explicar meu mau humor de ontem a noite, mas eu daria um jeito de me safar dessa.

Cheguei na cozinha e aquela mesma cena rotineira se repetiu, meu pai estava com seu tablet em mãos lendo o jornal de Konoha e sua costumei xícara contendo café preto. Coloquei a melhor cara possível e me anunciei.

- Bom dia, pai – saiu mais seco do que eu pretendia;

- Bom dia filho – me respondeu sorrindo, ainda estava me acostumando com meu pai tão sorridente assim – que cara de cachorro morto é essa, Sasuke? - ah claro, ainda tinha as piadinhas dele;

- Insônia – dei de ombros;

- Isso tá parecendo outra coisa – bufou;

- Cadê o restante dos moradores dessa casa? - indaguei tentando desviar do assunto;

- Itachi foi levar sua mãe ao hospital pra fazer os exames que Sakura pediu – senti meu coração acelerar quando ouvi o nome dela – vai me contar ou não o por que dessa cara que você tá? - Saco!!

Não respondi e ponderei com relação a isso, eu não queria expor meus sentimentos, mas eu sentia que a qualquer momento eu explodiria. Peguei uma xícara no armário e me sentei ao lado do meu pai, coloquei o café e sentia que ele me observava. Meu pai sabia do meu conflito interno e por isso não me forçaria a nada, ele esperaria pacientemente.

- Ontem eu vi algo, que não me agradou – disse por fim;

- Filho, se você fosse mais específico ajudaria, mas pela sua cara e esse mau humor matinal pior que o de costume... isso tem algo a ver com Sakura?

- Tem – sussurrei, mas ele me ouviu;

- Quer conversar sobre isso? - perguntou preocupado;

- A vi abraçada e sorridente com um cara – desabafei – eles pareciam bem íntimos;

- É por isso que está assim? - ele perguntou e apenas assenti – Sasuke, quantos anos você tem?

- Pai!! - ralhei

- Filho, pelo amor de Deus...

- Pai, você queria que eu me sentisse como?

- Você falou com ela? - ele perguntou e eu neguei com a cabeça – e tirou conclusões precipitadas?

- Conclusões precipitadas? Qual é pai?! - ironizei – uma imagem vale por mil palavras e fora que o cara que estava com ela não é ninguém daqui de Konoha. Os nossos amigos daqui são os mesmos;

- Você ficou quase dois anos fora não se esqueça disso – fique sem reação e meu pai sorriu como se comemorasse.

Caralho, isso é realmente verdade, mas ainda assim eu vi eles dois aos beijos, não tão claramente, mas vi.

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