Capítulo 50 - Vivendo em Família - Parte 2

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O céu, espuma de maçã
Barriga, dois irmãos

O meu cabelo negra lã
Nariz, e rosto, e mãos

O mel, a prata, o ouro e a rã
Cabeça e coração

E o céu se abre de manhã
Me abrigo em colo, em chão

Todo homem precisa de uma mãe

(Todo Homem - Zeca Veloso)

Por Sasuke

Uma das coisas que eu mais odeio na vida, é brigar com Sakura. Mesmo que a razão fique ao meu lado. É angustiante, cansativo e insuportavelmente doloroso. Eu evito e faço de tudo pra que não briguemos. Ainda assim, hoje não deu pra não brigar.

Estou magoado, chateado... eu estou bem puto na verdade, com uma raiva sem tamanho depois da conversa que tivemos. Eu sabia que ela tinha algo para me dizer, vi sua angústia por semanas, ela nunca relaxava. Cheguei a pensar que fosse por conta do desmame, a ebulição de hormônios ainda. Acredito que isso seja um fator também, mas havia mais. Muito mais.

Nem depois de tudo que eu construí com Sakura, ela confia em mim completamente. Porra. Qual é? Se fosse eu que recebesse uma proposta dessas não pensaria nem duas vezes e contaria pra ela em primeiro lugar, caramba.

Como ela pode pensar que eu a impediria de fazer algo desse tipo, pelo amor de Deus?

Ou ela pensou que eu não daria conta de cuidar de Sarada nesses trinta dias que ela estará fora? Será que este é o real motivo?

Ah, caralho, qual é? Trinta dias cuidando de Sarada sem ela ao meu lado será difícil, mas não impossível. Quantas mulheres cuidam dos seus filhos sozinhas, porque os pais escrotos não estão nem aí. E, porra, eu não sou esse tipo de pai. E, tudo bem, nem mereço um prêmio por ser diferente de muitos destes, afinal é minha obrigação, até porque Sarada é minha filha. Mas porra, custa confiar em mim tanto assim?

Eu tô com raiva!

Eu tô com ódio!

Eu tô puto!

Soco o volante do meu carro acionando a buzina como consequência. Um barulho maior que o comum ecoa. Estou no rochedo próximo a Universidade Konoha e só o que nos cerca são montanhas. Eu gosto de vir aqui para pensar e me acalmar. Já trouxe Sakura uma vez.

A calmaria que esse lugar sempre me deu não está funcionando agora. Mesmo passando horas dirigindo antes de chegar até aqui.

Eu quero voltar pra casa, mas não quero encarar Sakura agora, não neste estado. E eu sei que ela está preocupada pela forma com saí de casa e odeio que ela sinta isso e eu odeio ela por me fazer sentir isso quando estou chateado com ela.

- Inferno!!! - grito e ouço o eco da minha voz. O eco parece um recado do Universo devolvendo aquilo que ele recebeu de você.

Apoio minha cabeça no volante numa clara e falha tentativa de desistência de me acalmar. Decido ligar o carro e tomar o rumo de casa. Não queria voltar desse jeito, é verdade. Contudo, talvez seja a melhor solução resolver isso de uma vez.

Coloco na cabeça que vou evitar ao máximo brigar com Sakura outra vez, para podermos conversar mais calmamente. Porém meu orgulho ferido, junto com o capeta no meu ombro direito gritam: briga! Briga! Briga!

Quando estou me aproximando da cidade ouço meu celular tocar. Meu peito alivia ao constatar que é meu irmão ligando.

- Fala, Itachi.

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