Capítulo 15 - Confissões

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Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

(Apesar de você - Chico Buarque)

Por Sasuke

Faz mais de meia hora que eu saí daquele lugar, mas ainda não queria voltar pra casa. Não estou afim de descontar todo meu mau humor com quem não tem nada a ver com a história, exceto o sacana do meu irmão, aquele infeliz tem culpa disso tudo.

Eu sei que no fundo tudo que eu disse a Sakura foi pesado demais, mas ela mereceu por todos esses nove anos em que fiquei calado, que eu fui obrigado a me calar porque ela não estaria aqui pra me ouvir. Depois de contabilizar acho que foi até pouco, mas eu não queria pensar nisso preciso tirar aquela mulher da minha cabeça. Farei o possível e o impossível pra não dar de cara com ela.

Sakura bem que podia voltar pra Tóquio e esquecer Konoha de vez agora.

Parei de enrolar pelas ruas da minha cidade e resolvi ir pra casa. Estou extremamente cansado, por motivos óbvios, necessitando de um banho e depois cama. Espero que minha mãe não torre a minha escassa paciência, só ela estaria em casa porque hoje é sexta-feira e meu pai e meu irmão estariam na construtora.

Estacionei o carro de qualquer jeito, percebi que o carro de meu pai não estava na garagem confirmando que ele e Itachi estariam trabalhando, então só teria a mamãe em casa. Mesmo que ela valasse por dez pessoas quando queria interrogar, eu faria a minha cara de cachorro abandonado dizendo que eu estava com sono e portanto precisava dormir.

Abri a porta com o maior cuidado e agradeci quando dei de cara com a sala vazia. Andei de forma mais leve possível pra não fazer barulho e quando já estava no pé da escada minha mãe aparece saindo da cozinha e dando de cara comigo.

- Uchiha Sasuke, isso são horas de chegar? – que ótima recepção – eu estava preocupada com você, mocinho... - bufei... fala sério mãe, mocinho? Mocinho é dose;

- Oi pra senhora também, mãe! - falei irritado;

- Oi Sasuke, pare de me enrolar e me diga onde estava? - a pessoa tem quase 26 anos na cara e tem que ouvir esse tipo de comentário, que merda;

- Por aí – dei de ombros, eu não ia deixar minha raiva transparecer;

- Sasuke isso é jeito de responder sua mãe? - me olhava furiosa – eu estava morrendo de preocupação;

- Mãe, já estou em casa, não estou? - ela assentiu - Então, não tem motivos pra senhora está assim – suspirei – eu tô cansado, preciso de um banho e depois cama;

- Mas meu filho...

- Por favor, mãe – a interrompi – depois a gente conversa;

- Tudo bem, vou deixar passar dessa vez – disse derrotada o que eu achei estranho, mas não iria mais prolongar aquilo;

- Obrigada – comecei a subir as escadas de novo;

- Você não está com fome? Fiz sopa de tomate pra você... - que golpe baixo dona Mikoto, mas eu sabia que isso era uma armadilha pra me arrancar alguma coisa... por mais que eu amasse, a sopa de tomate ficaria pra depois;

- Estou sem fome – ela resmungou e eu segui o meu caminho;

- A merda foi grande – ela sussurrou, mas eu ouvi... minha mãe falando a palavra merda?! Minha cara deve estar uma beleza.

Cheguei em meu quarto, quase dois anos que não pisava por aqui, ele está do mesmo jeito que eu deixei. Paredes brancas, cortinas azul-marinho, minha prateleira com miniaturas de carros, minha pequena estante de livros, meu guarda-roupa, minha escrivaninha todos os móveis na cor tabaco, meu mural de fotos, uma poltrona preta ao lado da estante e uma cama de casal no centro do quarto ladeada por dois criados-mudos.

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