capitulo 7 (parte 1) - A morte do anjo

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*tal como prometi, a emoção começa. o que será que vai acontecer.     nota: este capitulo vai estar dividido em duas partes mas se quiserem já a segunda digam*

            Cheguei a casa por volta das três horas, agradeci ao motorista pela sua companhia, e ele mencionou que era o seu trabalho. Entrei em casa e cumprimentei a Stephanie, que se encontrava a limpar o pó.

            - Olá Steph! Que tal o teu dia? – perguntei automaticamente.

            - Boa tarde, menina. Oh, que dia de loucos foi o de hoje. Preparei o almoço para o servir à uma, e o menino Taylor não desceu. Esperei por ele até às duas mas nada, acabei por almoçar sozinha, arrumei a mesa e ia começar agora a limpar a casa. – disse-me ela, com uma voz desanimada.

            - Pois…queres ajuda? – perguntei, sem nenhuma vontade de ajudar, mas tive pena dela, ali sozinha a falar para as paredes e, além disso, eu gostava da companhia dela.

            - Oh, sim, por favor. Não aguento mais estar sozinha. Mas deveria vestir uma roupa mais cómoda para esta tarefa. – disse ela, olhando para o tecido delicado do meu vestido.

            - Claro, claro. Eu volto já. – disse, precipitando-me para as escadas.

            Subi-as quase a correr e dirigi-me ao quarto. Escolhi uma camisa de alças azul escura, uns calções e umas sabrinas, já que estava muito calor para andar de ténis. Quando ia a sair do quarto olhei, por acaso, para o relógio, eram três e meia. Saí, fechei a porta e parei em frente à porta do quarto de Tay. Tinha saudades dele, por isso pensei em acordá-lo. Ele tinha dito que queria dormir, mas como não tinha ido almoçar, deveria estar a dormir desde as nove da manhã e já eram quase quatro, já tinha dormido o suficiente, além disso, seria bom para ele levantar-se. Talvez quisesse ir explorar o jardim, ou sentar-se na sala de estar e ler um livro, ou fazer outra coisa qualquer. Isso não importava, o importante era convencê-lo a sair daquelas quatro paredes.   

            Respirei fundo, estava preparada, e bati à porta. Ele não respondeu, por isso, bati outra vez, agora com mais força, mas como não disse nada calculei que estivesse a dormir. Abri a porta e entrei, reparei que estava a dormir mas…que estranho, estava a dormir sentado. Devia ter adormecido enquanto estava naquela posição, o que não era normal porque ele sempre que se sentava na cama era precisamente para não adormecer. Porém, parecia que o sono tinha levado a melhor. Naquela altura não me preocupei muito com isso, apenas achei estranho, por isso segui em frente com o que tinha planeado. Fui até à cama e tentei acordá-lo.    

            - Tay. – chamei eu com voz carinhosa, mas ele não se mexeu. – Taylor. – tornei a chamar. Esperei mas ele não respondeu.

            - Tay, vá lá, já dormiste muito. Anda lá para baixo comigo. – disse eu, mas nada, nem um movimento ou som. Era estranho porque ele sempre tivera um sono muito leve. Comecei a ficar preocupada.

            - Taylor! – gritei – Taylor, vá lá, acorda! – desta vez pousei a mão no seu ombro e abanei-o. – Taylor, olha para mim, por favor! – ele não reagiu. Como não acordou, soltei-o e, logo que tirei a mão do seu ombro, ele deslizou pelas almofadas e ficou estendido na cama; mesmo assim, não se mexeu.

            Da minha garganta surgiu um grito de horror e, logo a seguir, fiquei petrificada. Eu sabia o que se estava a passar. Mesmo que não quisesse admitir que era uma hipótese, era isso que estava a acontecer. Ele estava a morrer. “Tenho de fazer alguma coisa! Mas como?”, pensei, “Claro, uma ambulância!”. Tinha de dizer à Stephanie para chamar uma ambulância, mas se não conseguia mexer-me, como ia gritar? Tinha de arranjar forças, o Taylor precisava de mim. Ajudar a pessoa mais importante na minha vida, isso era motivação suficiente.

            - Stephanie! Stephanie vem cá! Depressa! – gritei. A minha voz parecia tão aterrorizada que eu própria me assustei, ainda mais, ao ouvi-la.

            Ouvi algo a cair no rés-do-chão e, segundos depois, alguém a subir as escadas a correr. Stephanie apareceu à porta, alarmada com o meu grito, olhou para mim e, logo a seguir, os seus olhos pousaram sobre o corpo de Taylor, estendido na cama, sem se mexer. O seu rosto ficou horrorizado, mas logo que voltou a olhar para mim, percebeu imediatamente o que fazer. Ouvi-a a pedir uma ambulância e a indicar a morada, mas não estava a prestar muita atenção. Naquele momento estava ajoelhada no chão ao pé da cama, segurando a mão fria de Tay.

            O seu coração batia devagar e quase não respirava quando a ambulância chegou. Estacionou junto à porta e quatro bombeiros subiram, colocaram Tay na maca e levaram-no para o interior da ambulância, que seguiu imediatamente para o hospital.

            Quando lá chegámos, foi levado directamente para as Urgências, seguido por quatro médicos, cinco enfermeiras, por mim e por Stephanie. Quando chegámos à porta que dava para as Urgências tivemos de ficar para trás por não nos ser permitida a entrada. Fui forçada a ir com Stephanie até à sala de espera, ela sentou-se mas eu mantive-me de pé, à espera que viesse um médico dar-nos notícias de Tay. Olhei para o relógio, eram quatro e meia. A partir daí, comecei a olhar constantemente para o relógio, o tempo demorava a passar. Já eram oito da noite quando desisti e me sentei, pela primeira vez desde que chegara. Stephanie foi ao bar e trouxe-me uma sandes que me obrigou a comer, apesar de eu ter dito que não queria. Às onze, veio um médico que nos disse que Tay estava estável, por enquanto, devido à ajuda de máquinas, mas que a sua vida continuava em perigo. Disse-nos que ele passaria a noite sob observação constante e que estavam a tentar arranjar maneira de intervir, mas que ele estava demasiado fraco para sobreviver a qualquer tipo de intervenção cirúrgica. Perguntei-lhe se Tay tinha acordado e ele afirmou que se mantinha em coma e que não dava sinais de acordar. A seguir, deu-nos as boas noites e foi-se embora.

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