Capítulo 17.

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Fiquei meio curiosa pra saber quem era, até que a campainha toca e Caio atende, um homem que aparentava ter por volta de 35/40 anos, entrou e cumprimentou Ana, me olhou e sorriu, estranhei bastante e olhei Caio que estava com um semblante sério, Ana se sentou e o homem sentou ao seu lado, Caio veio até mim e nos sentamos de frente pra eles, Caio entrelaçou nossos dedos e o homem encarou nossas mãos.

Ana: Júlia, esse aqui é o Gustavo, vocês dois tem muito o que conversar.

Júlia: Como temos se eu se quer o conheço?

Ana: Mas vai.

Gustavo: Então Júlia, tenho uma coisa para te contar, te peço calma, não se desespere e nem nada.

Júlia: Conta logo.

Gustavo: Eu sou o seu pai.

Júlia: Tá maluco? Você fumou quantos hoje?

Dei uma gargalhada e todos ficaram sérios, olhei pra Caio e ele parecia tão surpreso quanto eu.

Gustavo: Vou te contar a história, eu sou o seu pai e uma garota chamada Bruna é sua mãe, quando ela ficou grávida de você, anunciaram que era uma gravidez de risco, o que acabou por fazendo ela morrer no seu parto, eu era um cara que não tinha condições de te criar, sem falar que eu não fazia idéia de como iria criar você, aí eu vi uma casa bonita, resolvi me aproximar dos donos, eles eram super simpáticos, aí eu descobri que a mulher, Andressa, era estéril, foi aí que eu tive a idéia de deixar você com eles, eles aceitaram numa boa e prometeram cuidar super bem de você, depois disso eu juntei dinheiro e fui para os Estados Unidos, me formei em administração e agora tenho uma empresa lá, foi aí que eu decidi te procurar, achei a Ana e ela me disse sobre você, e agora estou aqui.

Júlia: Isso é muito pra mim, como posso saber se isso não é mentira?

Gustavo: Antes de vir pra cá, a Ana deu um jeito de pegar um fio de cabelo seu, fizemos o teste de DNA pra ter certeza antes de vir falar com você.

Ele me entregou o papel e meus olhos de encheram de lágrimas, Caio me abraçou de lado.

Júlia: Por que ninguém nunca me contou?

Gustavo: Porque eu pedi pra não contarem.

Júlia: Por que você me contou então?

Gustavo: Porque eu quero recuperar o tempo perdido com você, mas pra isso você terá de ir comigo.

Júlia: O QUÊ? - Gritei. - Eu não vou a lugar algum!

Ana: Gustavo você não falou que queria levar ela!

Gustavo: Vamos Júlia, os Estados Unidos é legal, e você vai sim!

Júlia: Não vou!

Caio: Com todo respeito senhor Gustavo, você não vai levar ela de mim.

Gustavo: E quem você pensa que é?

Caio: Namorado dela e filho da Ana.

Gustavo: Isso não muda nada, vamos Júlia.

Ela agarrou meu pulso e me puxou, Caio segurou minha cintura me fazendo ficar perto dele. Gustavo olhou pra trás.

Gustavo: Solte a minha filha!

Júlia: Agora você vem querendo me chamar de filha? Eu não te dei essa intimidade, um papel não diz nada, você me abandonou e eu nunca vou te perdoar por isso, você não é meu pai, meu pai é o Carlos, que cuidou de mim desde que eu era pequena, e minha mãe é a Andressa, que ficou ao meu lado, me deu conselhos, e me amou como sua filha, pai não tem que ser só de sangue não, tem que ser de criação, e eu nunca vou te considerar meu pai, você nunca vai ocupar o lugar do Carlos, esta me entendendo? - Gritei.

Gustavo: Querendo ou não eu sou sei pai e mando em você! - Gritou.

Júlia: Manda em mim? ESQUECEU QUE EU TENHO DEZOITO ANOS? Você não manda em mim porcaria nenhuma e se me levar a força eu ligo pra polícia.

Gustavo: Júlia por favor.

Júlia: Não tem essa de por favor, você me abandona minha vida toda, depois vem com essa de recuperar o tempo perdido querendo me tirar de perto dos meus amigos, e da minha família? Porque minha família de verdade é ele. - Apontei pra Caio. - Ela. - Apontei pra Ana. - A minha tia Andréia que não está aqui agora. E são só eles que eu preciso, não de você.

Gustavo: Olha, tudo bem, não vou te tirar daqui, mas toma o meu cartão, QUALQUER coisa que precisar, pode me ligar, okay?

Júlia: Tá. - Pego o cartão.

Ele me da um beijo na testa e olha pra Caio.

Gustavo: Cuida dela pra mim?

Caio: Com todo prazer senhor.

Gustavo: Não me chame de senhor, só Gusta mesmo.

Eles sorriram e deram um aperto de mão.

Gustavo: Obrigada por tudo Ana.
Ele sai e eu me sento no chão.
Caio se senta ao meu lado.

Caio: Calma meu amor.

Ele me abraça e eu desabo no choro.

Depois de muito tempo chorando, subo para meu quarto e me jogo na cama, dormindo logo em seguida.

♡♡

Acordo e checo as horas, eram 18:23. Levantei e fui direto no quarto do Caio, ele estava sentado numa poltrona vendo TV. Entrei e ele me olhou e sorriu.

Júlia: Que foi?

Caio: Vai no espelho.

Fui e dei um grito, eu estava pálida, com os olhos inchados de chorar e meu cabelo estava horrível, fiz um coque e escovei meus dentes, lavei meu rosto e sequei, deu uma melhorada, sai do banheiro e me sentei na guarda da poltrona.

Caio: Vai cair aí.

Me sentei em seu colo e encostei minha cabeça no seu peitoral e ficamos assistindo o filme.

Meu toca e vejo que é Manuella, atendo.

LIGAÇÃO ON*

Manu: Oh sua vagabunda, onde é que você tá? Tô preocupada!

Júlia: Ain calma Manu, tô na casa do Caio.

Manu: Por que não avisou que iria?

Júlia: Porque você estava ocupada demais beijando a Sther e a Lívia com o Dereck.

Manu: Você viu?

Júlia: Vi né.

Manu: Desculpa.

Júlia: Que desculpa o que querida, pega ela mesmo.

Caio: Quem é?

Júlia: Shiiii! É a Manu.

Manu: Ele tá aí?

Júlia: Tô no colo dele.

Manu: Hum safadinha.

Júlia: Que nada, a gente tá assistindo filme, não pense besteira.

Caio: Besteira nós já fez ontem.

Júlia: Cala a boca idiota! - Dei um tapa no seu ombro.

Caio: Aí!

Manu estava rindo no outro lado da linha.

Manu: Vou deixar o casal em paz, Tchau, Júlia vai ficar por aí?

Júlia: Provavelmente, depois vou aí pegar minhas coisas.

Manu: Tá bom.

LIGAÇÃO OF*

Continuei vendo o filme e depois de um tempo eu adormeci em seu colo.

A Droga do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora