Capítulo 22.

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Me sento no sofá já satisfeita, ligo a TV e está passando um desenho qualquer, Caio desce e senta em um outro sofá, achei estranho mas melhor não comentar pois normalmente ele se sentaria comigo.
Ele parece estar aéreo, com uma expressão preocupada...

Júlia: O que aconteceu amor?

Caio: Nada não. - Disse e deu um sorriso extremamente falso.

Júlia: Entendi.

Voltei minha atenção ao desenho, já que ele não quer me falar o que está acontecendo, quem sou eu pra obrigá-lo? O pessoal todo sumiu da casa, me levantei e fui para o quarto, peguei meu cartão e desci novamente, passei indo em direção a porta.

Caio: Onde vai?

Júlia: Lugar nenhum.

Caio: Como assim lugar nenhum Júlia?

Júlia: Aí eu não posso mais dar uma volta não? Eoein.

Sai sem esperar sua resposta, Caio está ficando estranho comigo, e isso está realmente me dando nos nervos. Caminho até a pista de skate que conheci Eduardo, chegando lá, o encontro conversando com uns amigos, assim que ele me vê, abre um sorriso de orelha à orelha e me abraça apertado.

Eduardo: Que saudade princesa! Nem me ligou né.

Júlia: Desculpa, foi tudo muito corrido esses últimos dias, até em coma eu fiquei.

Ele arregalou os olhos.

Eduardo: Como assim em coma? Como eu não fiquei sabendo disso?

Júlia: É que eu acho que nenhum dos meus amigos conhece você, aí eles não avisaram.

Eduardo: É verdade, vai andar?

Júlia: Não trouxe meu skate.

Eduardo: Pega.

Ele me estendeu seu skate, peguei, assim que pus o skate no chão, minha visão ficou estranha, eu estava vendo três skates ali, tudo embaçado, segurei no ombro de Eduardo, que logo reparou e me segurou.

Eduardo: Você tá bem?

Júlia: Não sei... Acho melhor voltar pra casa...

Eduardo: Eu te levo.

Júlia: Não precisa.

Eduardo: Júlia você não está bem e eu não vou deixar você andando por aí sozinha nesse estado, então para de drama e vem.

Ele tirou uma chave do bolso de sua bermuda e destravou um carro que estava do lado da praça, segui ele até o carro, entramos e ele ligou o carro, expliquei o caminho até minha casa e ele parou na frente.

Eduardo: Bom, você tem meu número, qualquer coisa é só ligar, manda uma mensagem depois, e vai no médico, ouviu? Aquilo não foi normal!

Júlia: Tá... Obrigada pela carona. - Dei um sorriso fraco.

Eduardo: Não tem de quê, até mais.

Júlia: Até.

Desci do carro e entrei em casa, Caio se encontrava no sofá mexendo em seu celular, passei por ele dando uma breve olhada em seu celular, sem que ele perceba, claro. Ele estava conversando com uma pessoa, tinha o número salvo como "Lari ♥", passo reto por ele e subo ao meu quarto, entro no banheiro e jogo uma água no rosto, que merda de tonteira foi aquela?
Desço novamente e sento no sofá ligando a televisão, deixo em um canal qualquer, estava totalmente entretida num filme que nem parei pra olhar o nome, a tontura veio novamente, me encosto no sofá e fecho os olhos, murmuro um "Merda" baixo, abro os olhos e tento enxergar direito, minha vista volta ao normal e vejo Caio me encarando com uma expressão preocupada.

Caio: Júlia o que você tem?

Júlia: Não sei, só tô tonta.

Caio: Quer que eu te leve no hospital?

Júlia: Não precisa...

Me levanto indo até a cozinha, preciso comer alguma coisa, abro a geladeira e vejo um maravilhoso pedaço de torta de chocolate, passo a língua pelos lábios e pego o prato com torta, coloco encima da bancada e pego uma colher.

Caio: Ei! Isso era meu!

Júlia: Você disse certo, ERA.

Ele riu e me abraçou por trás, comi um pouco da torta e levei uma colherada até sua boca, ele comeu, de repente sinto beijos em meu pescoço, arrepio toda, ele deixa um chupão lá e eu solto um gemido baixo, me viro passando meus braços pelo seu pescoço.

Júlia: O que você tem?

Caio: Como assim? Nada.

Júlia: Caio! Lembra? Transparência, contar tudo um para o outro, você me disse isso, então, o que você tem?

Caio: Aff, é que eu ando muito preocupado com a minha mãe, esses dias eu vi ela passando mal e também tem a treta do meu pai estar namorando, sei que ela gosta dele.

Júlia: Ela foi no médico?

Caio: Não sei, quando eu pergunto sobre ela estar passando muito mal, ela fala que é coisa da minha cabeça.

Júlia: Vamos insistir pra ela ir ao médico, não se pode brincar com essas coisas, não sabemos se é algo sério então é melhor prevenir do que remediar.

Caio: Tem razão, ela tá no quarto, quer ir lá?

Júlia: Vou sim, vamos ter um papo de mulheres.

Caio: Besta.

Sorri, dei um selinho nele e subi para o quarto dela, dei umas batidinhas na porta e escutei um "Entra", entrei e ela estava deitada olhando pra televisão, que passava um filme de romance.
Me sentei na beirada de sua cama e a encarei.

Ana: Diga.

Júlia: Me diga você, o que a senhora tem?

Ana: Primeiramente, me chama de senhora não.

Rimos.

Júlia: Tudo bem, o que a sen... Você tem?

Ana: Ah... É tanta coisa... Lembra quando o Tiago veio aqui?

Júlia: Ôh se lembro.

Ana: Então, acabou rolando, e agora eu acho que tô grávida, só que ele tá namorando...

Júlia: Tem certeza? Olha você não precisa dele pra cuidar da criança pois sabe que estamos todos aqui, mas e a idéia do almoço? Chama ele, aí depois do almoço você chama ele para algum lugar reservado e conversa com ele, tenho certeza que vai dar tudo certo!

Ana: Pega meu telefone pra mim?

Peguei seu celular encima da escrivaninha e a entreguei.
Ela discou um número é pôs no viva-voz.

LIGAÇÃO ON

Tiago: Alô? Ana?

Ana: Tiago... Como está?

Tiago: Bem e você? Aconteceu alguma coisa? Sua voz tá estranha!

Ana: Estou bem, aconteceu nada não, queria conversar com você, mas tem que ser pessoalmente, e venha sozinho, é importante.

A Droga do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora