Aaron.
Os cochichos por todos os cantos e o fato de todos estarem olhando de modo admirado para os celulares deixava claro que a foto de Lillian já havia se espalhado pela faculdade. Algumas pessoas tinham a decência de, pelo menos, disfarçarem o que estavam fazendo quando eu passava por perto, algumas por saberem que eu era amigo da garota e outras por temerem qualquer tipo de reprimenda porque eu era professor.
Era horrível que algo assim tivesse acontecido com Lillian. Era quase tão ruim quanto Asher ter tirado a foto o fato de ter pessoas repassando-as para todos os contatos, sem sequer pensar nas consequências que aquilo teria para a garota. Ela seria sempre conhecida como a menina que todos já viram nua e isso a marcaria por muitos anos.
Passei os olhos pelas áreas comuns que estavam no meu caminho até a sala de aula, procurando pelos familiares cabelos loiros em algum lugar, mas não os encontrei.
Como a primeira aula era na classe da garota, pensei que talvez ela estivesse lá, tentando ignorar todos os comentários que poderiam estar fazendo dela, mas, quando entrei na sala, ela não estava entre os poucos alunos que estavam adiantados, o que me deixou preocupado.
— Bom dia, gente. — Disse para os alunos. Alguns estavam com tanto sono que sequer me responderam.
Coloquei a bolsa sobre a mesa reservada e puxei o celular de dentro, aproveitando os poucos minutos que faltavam para tentar descobrir se Lillian tinha resolvido ficar em casa.
Onde você está?
Cerca de cinco minutos se passaram antes que ela resolvesse me responder.
Bom dia para você também, bêbado beijoqueiro. Eu sei que deveria estar em casa comendo quantidades reprováveis de chocolate, mas, você sabe, vão começar a falar que Asher usou photoshop e eu não preciso desse estresse. Estou atrasada. Sobrevive alguns minutos sem mim?
Dei um breve sorriso para a tela, levemente feliz por ela pelo menos estar tentando parecer bem, o que com certeza se tornaria mais difícil quando ela chegasse e fosse obrigada a encarar os rostos se virando em sua direção em claros e desnecessários julgamentos. Pedi a um dos alunos que apagasse o quadro enquanto eu respondia mais uma vez.
Talvez. O pessoal da enfermaria disse que tenho cerca de cinco minutos antes de começar a sentir abstinência de você então, por favor, se apresse. E você não precisa de photoshop, Lillian.
Ela respondeu rápido, daquela vez, como se estivesse com o celular na mão.
É Lilly para você. A não ser que esteja bravo porque eu disse a verdade sobre o seu beijo. Devo presumir que você já viu a foto?
Eu não havia visto a foto. Algumas pessoas se dispuseram a me mostrar, entretanto, eu não achava justo com Lillian que eu a visse daquela forma contra sua vontade, então eu apenas pedi para que parassem de repassar a imagem em respeito à garota. Respondi:
Ok, Lilly. Meu beijo é incrível, eu sei, mas posso esperar você tomar coragem para admitir esse fato notório. De nada. E eu não vi a foto, mas já te vi. Não nua, é claro, isso seria estranho. Enfim. Você definitivamente não precisa de photoshop.
Novamente, ela respondeu depressa, como se já estivesse com a conversa aberta:
Reconfortante. Só. Nada mais. Aceite. E, apesar disso não melhorar muito as coisas já que meus peitos ainda estão sendo vistos por todos, fico feliz que você finalmente tenha tomado coragem de dizer que me acha gostosa. Você também é decente.
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Sem Você (Concluído).
RomansSe a regra é que o casamento é o final feliz de qualquer história, Aaron Parnell com certeza é uma exceção - até porque estamos falando do casamento do amor de sua vida e ele não é o noivo. Decidido a não ter que conviver todos os dias com o casamen...