Epílogo (Parte 02/Final).

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*ATENÇÃO: O epílogo está dividido em duas partes e essa é a segunda! Se você não leu a parte 01 ainda, volte um capítulo para não pegar spoilers!

Hayden e James ficaram responsáveis por levar Ava para meu apartamento, onde eles passariam a noite, já que meus pais tinham ido embora mais cedo para pegar um voo na madrugada do baile de volta a New York, porque tinham um compromisso na manhã seguinte e eu ia para o apartamento de Aaron para que pudéssemos conversar.

Eu apenas peguei minhas coisas no carro do meu irmão e segui pelo estacionamento de volta ao carro de Aaron, que me esperava com a porta do carona aberta. Sorri para ele antes de entrar e jogar minha bolsa no banco de trás.

Assim que ele deu a volta e entrou no carro, ligou o rádio e uma música baixa e suave começou a tocar. Eu já sentia a sensação da respiração entrecortada e agradeci pelo som, já que provavelmente disfarçava que eu estava prestes a ter um mal súbito por causa do nervosismo.

Talvez ele tenha percebido isto, já que sua mão direita saiu da caixa de marchas e foi para o meu joelho, ainda que ele não tenha falado nada nesse momento. Coloquei minha mão sobre a sua e minha visão periférica captou o momento em que ele sorriu.

Aaron guiou o carro pelas ruas de Boston com a calma costumeira enquanto eu encarava as avenidas iluminadas desejando que os minutos passassem rápido para que eu pudesse me livrar da agonia de tentar manter aquilo para mim mesma e, ao mesmo tempo, devagar, para que eu não precisasse falar nunca.

Eu mal podia me concentrar no fato de que Aaron tinha algo para me falar no meio da madrugada; algo que não podia esperar o dia seguinte. Desviei os olhos da lateral do asfalto, lugar para onde eu despretensiosamente olhava apenas para não ficar olhando para Aaron e o olhei. Ele parecia tranquilo.

Eu, por outro lado, estava um caos, tentando manter a pose, mas, por dentro, a situação era bem diferente. Não sei quanto tempo se passou antes que a voz de Aaron me tirasse do transe em que eu me encontrava, concebendo cenários hipotéticos para os próximos minutos.

— Lils? — Aaron me chamou. Percebi que não tinha sido a primeira vez.

— Desculpa. — Pedi, tentando sorrir, embora não soubesse qual a possibilidade de ser convincente a essa altura.

— Está tudo bem. — Ele garantiu, sorrindo, mas com as sobrancelhas erguidas. — Você vem?

Notei que ele estava com a porta aberta e nós estávamos no estacionamento subterrâneo do prédio que Aaron e Max moravam e eu estava fingindo olhar a "paisagem" com o carro parado. A paisagem era uma parede cinza. Sinceramente, eu merecia um prêmio por ser a pior pessoa em disfarçar uma crise.

— Vou. — Eu disse, abrindo a porta do lado oposto e descendo do carro.

Aaron e eu seguimos de mãos dadas para o elevador e, de forma desesperada, notei que em algum ponto do trajeto ele tinha parado em uma cafeteria e estava com dois copos lacrados em uma bandeja descartável. Quanto tempo eu tinha ficado encarando o nada como uma perfeita idiota?

Olhei para Aaron, que também estava olhando para mim. Ele sorriu e, simplesmente porque fez isso, eu sorri. Então, ele usou o corpo para me empurrar contra a lateral do cubículo de metal e apoiou a mão livre na parede.

Olhou-me por um segundo antes que eu colocasse as mãos em seu rosto e puxasse seu rosto para o meu, totalmente incapaz de resistir a ele, sendo pressionada pela proximidade de seu corpo enquanto nossas línguas se envolviam em um beijo urgente. O hálito de Aaron tinha sabor de álcool e seus lábios eram quentes, macios e exigentes contra os meus.

Perdi um pouco a noção do tempo enquanto meus dedos se embrenhavam nos cabelos negros de Aaron, só voltando a mim quando o som do elevador abrindo em seu andar fez com que ele se afastasse com os lábios avermelhados, mas só o suficiente para que nossas testas ficassem encostadas.

Sem Você (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora